Trombofilias são tendências genéticas ou adquiridas à formação de trombos no interior dos vasos sanguíneos e costumam ser detectadas apenas durante a gestação, causando complicações que podem levar o feto ao óbito ou causar trombose venosa profunda ou mesmo tromboembolismo pulmonar nas mulheres.
Neste artigo, vamos mostrar como reconhecer os principais sintomas e como diagnosticar essa condição. Mas antes, precisamos entender o que é a trombofilia e por que ela causa complicações durante a gravidez. Boa leitura!
A trombofilia está relacionada ao aumento do risco de desenvolver trombose, condição provocada por alterações no sistema de coagulação do sangue. Com isso, coágulos se formam na corrente sanguínea, causando obstruções nas veias e artérias.
Quando os vasos sanguíneos se rompem ou sofrem uma lesão, coágulos (também chamados de trombos) se formam naturalmente para evitar a perda de sangue.
Porém, em pessoas com trombofilia existe uma predisposição maior para a formação de coágulos no interior dos vasos sanguíneos, prejudicando o fluxo de sangue. Essa condição pode ser hereditária ou adquirida ao longo da vida.
A genética passada dos pais para os filhos é a principal causa da trombofilia hereditária. Ela é, em geral, proveniente de alterações dos inibidores fisiológicos responsáveis pela coagulação ou de mutações genéticas.
A maior parte dos casos de trombofilia são adquiridos. Geralmente, ela é causada pela síndrome dos anticorpos antifosfolípides (SAF), caracterizada pela produção de anticorpos que alteram a parte interna dos vasos sanguíneos. Consequentemente, aumentando o risco de trombose.
Os principais fatores de risco da trombose são:
A trombofilia é uma condição perigosa durante a gravidez. Durante esse período a mulher adquire um estado fisiológico de hipercoagulabilidade e hipofibrinólise para protegê-la de hemorragias durante o parto. Porém, ele aumenta o risco de trombofilia. O engrossamento do sangue pode obstruir as veias da mãe e as direcionadas para a placenta, diminuindo o transporte de nutrientes para o bebê.
Em casos mais graves de obstrução, o descolamento da placenta pode acontecer antes do previsto. Quando 90% das veias estão obstruídas, o bebê vai a óbito. Ela também aumenta os riscos de aborto, de partos prematuros e as mães têm uma probabilidade maior de embolia pulmonar e de pré-eclâmpsia.
Ser portadora da trombofilia não significa que a mulher terá complicações durante a gravidez, porém, será necessário um acompanhamento rigoroso durante toda a gestação para evitar complicações.
Os sintomas da trombofilia estão relacionados a trombose que atinge, principalmente, os membros inferiores. Os principais são:
Em mulheres grávidas, a trombose pode causar complicações durante a gestação, colocando em risco a saúde da mãe e do bebê. A pré-eclâmpsia ocorre após a 20ª semana de gravidez e é caracterizada pelo aumento da pressão arterial, entre outros sinais.
Os primeiros sintomas são muito semelhantes aos de uma gestação normal, por isso, é difícil detectá-la no início. O acompanhamento durante o pré-natal é muito importante para que a condição seja diagnosticada o mais rápido possível. Os principais sintomas de pré-eclâmpsia são:
Em muitos casos, a mulher não desconfia da presença da trombofilia até engravidar e passar por episódios de abortos de repetição, pré-eclâmpsia, descolamento da placenta e óbito do feto. A ocorrência de fatos como esses, junto ao histórico da paciente, são os principais indícios para investigar o que está acontecendo.
A confirmação é feita por um exame de sangue para verificar a presença de alterações nos vasos sanguíneos. Tanto a trombofilia adquirida, como a hereditária podem ser diagnosticadas por esse exame.
Um casal é considerado como portador de abortamento de repetição após apresentar pelo menos 2 abortamentos.
Um dos motivos de tais abortamentos são as trombofilias. Sabemos, por exemplo, que a síndrome antifosfolípide é associada a esses abortos de repetição.
No entanto, existem critérios bem específicos para se realizar esse tipo de diagnóstico e infelizmente existe um certo exagero no diagnóstico e tratamento desse tipo de situação.
O tratamento é feito com medicações (orais ou injetáveis) para regular a coagulação sanguínea. Se a mulher estiver grávida, será necessário um acompanhamento médico durante toda a gestação. Quando a paciente é diagnosticada antes de engravidar, a medicação pode ser iniciada antes da gravidez até o pós-parto.
Além disso, a paciente deve evitar os fatores de risco da trombose e fazer exercícios, cuidar da alimentação e usar meias elásticas especiais durante viagens longas.
Muitos estudos tentam relacionar falhas nos tratamentos de reprodução assistida a trombofilias. Infelizmente, ainda há muito a se conhecer sobre o assunto, mas é muito comum se pesquisar e tratar certas trombofilias em pacientes com falhas de tratamento ou abortamentos de repetição.
Muitas vezes não temos provas científicas da relação e nessas condições temos que discutir cuidadosamente com o casal e individualizar ao máximo o tratamento a ser sugerido.
A FIV (fertilização in vitro) é a técnica mais avançada atualmente, sendo indicada para casais que não obtiveram sucesso em tentativas anteriores e mulheres que sofreram abortos de repetição. O seu maior diferencial está na etapa de fecundação, realizada em um laboratório após a coleta dos gametas femininos e masculinos. Após o desenvolvimento do embrião, ele é transferido para o útero da paciente.