A infertilidade pode ser resultado de distúrbios masculinos (30%), femininos (30%), de uma combinação dos dois (30%) ou não apresentar uma causa aparente (10%). Essa condição é mais rara e mais difícil de ser avaliada, no entanto também pode ser superada com os tratamentos de reprodução humana assistida. Por mais delicada que seja a situação, hoje a medicina oferece diversos recursos para tratar o casal infértil.
De modo geral, para ser dado um diagnóstico de Infertilidade Sem Causa Aparente (ISCA), tanto o homem quanto a mulher devem passar primeiro por diversas avaliações e exames. No decorrer da investigação médica, as possíveis causas da infertilidade vão sendo eliminadas, tanto no homem quanto na mulher, até que se esgotem as possibilidades.
A ISCA representa um dos limites do conhecimento da medicina. As ciências médicas não têm todas as respostas, portanto os médicos podem se deparar com uma situação que ainda carece de explicação científica. Nesses casos, o casal é orientado sobre os tipos de tratamentos e técnicas de reprodução assistida que podem ajudar a alcançar a gravidez, como a relação sexual programada, a inseminação artificial e fertilização in vitro (FIV).
É muito importante enfatizar que a ISCA pode ser o “diagnóstico” estabelecido de maneira equivocada, por diversas razões. Hoje, existem diversos métodos e exames para avaliar a fertilidade, mas nem todos os pacientes tiveram acesso a todos os recursos para fazer a avaliação de casos muito específicos. Um exemplo muito frequente que encontramos dessa situação é a de casais classificados como portadores de ISCA e que, numa avaliação clínica detalhada, num exame físico bem realizado com a utilização de métodos de imagem adequados (ultrassonografia especializada e/ou ressonância magnética de pelve), fazemos o diagnóstico de endometriose.
A área da fertilidade humana está em franco desenvolvimento, portanto é importante procurar um médico que esteja atualizado e tenha comprometimento com o casal que o procura.
Quando o casal recebe o diagnóstico de ISCA, uma das opções é discutir novamente com seu médico se todos os recursos diagnósticos foram utilizados ou até buscar uma segunda opinião médica, principalmente se houver insegurança e dúvida por parte do casal a respeito do diagnóstico.
Em certos casos, a primeira investigação não foi detalhada o suficiente para encontrar o problema ou o médico não conhecia todos os recursos para realizar a investigação.
Uma segunda opinião pode também agregar informações importantes para a escolha do melhor método de reprodução humana assistida, quando for o caso.
Ao receber o diagnóstico de ISCA, há opções de tratamentos que oferecem a possibilidade de conseguir engravidar.
Para avaliar qual o melhor tratamento, é importante verificar algumas características do casal, como idade da mulher – e também do homem –, os hábitos de vida de ambos, se há algum histórico de fator genético ou de doença.
Os tratamentos mais indicados para conseguir a gravidez em caso de diagnóstico de ISCA são:
Inseminação artificial (ou inseminação intrauterina), técnica que consiste em introduzir os espermatozoides selecionados em laboratório direto no interior da cavidade uterina durante o período fértil, normalmente pouco antes da ovulação.
FIV (fertilização in vitro), técnica na qual inicialmente induzimos a produção de diversos óvulos, que serão aspirados de dentro dos ovários para o laboratório de reprodução assistida. Posteriormente, esses óvulos serão fertilizados pelo espermatozoide também em laboratório para futura implantação dos embriões formados no interior do útero, de acordo coma idade da mulher.