A idade é um dos principais fatores que determinam as taxas de sucesso dos tratamentos de reprodução assistida. Sabemos que com o passar da idade a mulher vai perdendo sua reserva folicular tanto em quantidade de forma progressiva, o que se intensifica após os 35 anos, como paralelamente vai apresentando piora da qualidade dos oócitos remanescentes.
Percebemos esses dados ao comparar os números abaixo em mulheres de 35 e de 40 anos de idade.
Mulher com 35 anos | Mulher com 40 anos | |
Taxa de gravidez natural / mês | 20% | 10% |
Taxa de gravidez por FIV / ciclo | 60% | 25% a 30% |
Taxa de abortamento (gestação natural ou com FIV) | 20% | 40% |
Chance de recém-nascido com Síndrome de Down | 1/350 nascimentos | 1/80 nascimentos |
Não existem ainda exames capazes de avaliar a qualidade dos oócitos, porém é possível avaliar a reserva folicular.
Trata-se de uma proteína secretada pelas células da granulosa (presente nos folículos ovarianos) e assim, quanto menor a reserva, menor a secreção do HAM.
Consideramos HAM abaixo de 1.0 como marcador de baixa reserva ovariana. Esse exame pode ser realizado em qualquer dia do ciclo menstrual e não deve ser realizado em uso de contraceptivo hormonal oral, pois ele ficará falsamente mais baixo.
Basta realizar a contagem de folículos ovarianos com diâmetro médio entre 2 mm e 10 mm nos primeiros três dias do ciclo menstrual. Se a CFA é menor que 5, também suspeitamos de baixa reserva ovariana.
A baixa reserva ovariana não significa que a mulher não consiga mais engravidar naturalmente, no entanto, por saber que a diminuição é progressiva, sugerimos que a paciente procure um especialista tão logo não atinja a concepção de forma natural.
A avaliação da reserva também é ferramenta útil para estimarmos o número de óvulos que a paciente poderá produzir durante a indução da ovulação, assim como prevermos pacientes com risco de hiperestimulação ovariana.