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Diagnóstico Genético Pré-Implantacional (PGTa)

O Teste Genético Pré-Implantacional (PGT) é um exame que pode ser feito nos embriões para rastrear alterações genéticas. Tem como objetivo reduzir a possibilidade de transferência de embriões alterados em casais considerados de alto risco.

Conceitualmente, o PGT é dividido em teste genético pré-implantacional para aneuploidias (PGT-A); teste genético pré-implantacional para translocações (PGT-SR); e teste genético pré-implantacional para doenças monogênicas (PGT-M).

  1. Teste Genético Pré-Implantacional para Aneuploidias (PGT-A)

É um exame de rastreio para aneuploidias em casais que não apresentam doenças genéticas conhecidas. É indicado para mulheres com idade avançada, história de abortos de repetição e/ou falha recorrente de implantação.

  1. Teste Genético Pré-Implantacional para Translocações (PGT-SR)

É indicado para casais que apresentam translocações conhecidas. Em geral solicitamos cariótipo para todos os casais que realizarão tratamento de reprodução assistida, assim, caso seja encontrada alguma translocação, é possível fazer a pesquisa específica dessa anormalidade nos embriões, a fim de escolher os que são geneticamente normais para transferência.

  1. Teste Genético Pré-Implantacional para Doenças Monogênicas (PGT-M)

É indicada para casais portadores ou com história familiar de anomalias monogênicas (por exemplo betalassemia e fibrose cística).

Inicialmente, é importante saber se a doença que o casal deseja pesquisar é transmitida geneticamente e se existe a possibilidade de pesquisa desse gene nos embriões. Em caso positivo, é configurada sonda específica para análise dessa alteração nos embriões.

Atualmente, podemos identificar mais de 600 doenças gênicas, evitando assim a transmissão dessas doenças para as próximas gerações com segurança e alta precisão nos resultados.

O procedimento

Como o PGT faz parte da FIV, todos os procedimentos anteriores e posteriores à análise genética são realizados normalmente. A FIV começa com a estimulação ovariana, segue para a aspiração folicular, fecundação dos óvulos, fertilização e cultivo dos embriões em laboratório. No 5o dia do desenvolvimento, quando os embriões estão na fase de blastocisto, é feita a biópsia.

O material é enviado a um laboratório especializado em análises genéticas, enquanto os embriões permanecem no laboratório de reprodução Humana.

Nos casos em que será feito PGT-A com transferência a fresco, é possível a realização da análise em 24 horas, permitindo a transferência dos embriões normais no 6o dia de desenvolvimento.

Para análises mais complexas, como o PGT-SR e PGT-M, ou em casos de criopreservação por outros motivos, os embriões são congelados após a realização da biópsia e o resultado pode demorar até sete dias.

NGS (Next Generation Sequencing)

Para realizar o estudo genético do embrião, utilizamos a mais avançada tecnologia de sequenciamento de nova geração (NGS). Essa técnica apresenta como vantagens:

  • Capacidade para detectar aneuploidias, mosaicismo e alterações parciais nos embriões;
  • Rapidez em resultados que permitem atender casos de transferência em ciclos frescos e congelados;
  • Possibilidade de ampliação de diagnóstico genético com a quantificação de DNA mitocondrial (MitoScore);
  • Melhor custo-benefício;
  • Alta flexibilidade e escalabilidade das amostras.

MitoScore

MitoScore é um biomarcador mitocondrial que indica o status energético do embrião por meio da quantificação do DNA mitocondrial.

Sabe-se que os embriões com aumento no DNA mitocondrial apresentam menores taxas de implantação, provavelmente por estarem vivendo um estresse energético ou por apresentarem uma deficiência na produção de energia, que requer um maior número de mitocôndrias.

Assim, esse exame, que é realizado no mesmo material enviado para PGT-A, permite identificar entre os embriões cromossomicamente normais aqueles com maior potencial de implantação.

Para a realização do MitoScore, é necessário realizar a criopreservação dos embriões, pois este resultado requer mais de 24 horas para ser liberado.

Realizamos a biópsia embrionária no 5o dia de evolução dos embriões e não mais no segundo ou terceiro dia de evolução, pois assim existe menor potencial ao embrião. O procedimento é delicado, por isso requer grande precisão para que o embrião não sofra danos. Em seguida, esse material é analisado em laboratório para a verificação de alterações genéticas e dos tipos de alteração. Existem algumas técnicas para análise do material embrionário e as mais utilizadas atualmente são PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) e NGS.

O resultado do PGS pode ser oferecido em 24 horas ou, em casos em que iremos congelar os embriões, esperamos até 7 dias para receber o resultado. Casos de PGD para translocações cromossômicas equilibradas em um dos cônjuges também conseguimos saber se os embriões não apresentam nenhum desequilíbrio cromossômico 24 horas após a biópsia.

Já os casos de PGD, com pesquisas de doenças monogênicas, inicialmente é necessário desenvolver a sonda que vai tentar encontrar a anomalia genética no embrião e se essa sonda conseguiu ser desenvolvida (isso acontece antes da FIV e demora aproximadamente de 4 a 8 semanas). Após sabermos que será possível encontrar a alteração, realizamos a FIV e a biópsia embrionária no 5o dia de evolução. Os embriões são então congelados e esperamos mais aproximadamente de 4 a 6 semanas para obtermos o resultado.

Os embriões que forem saudáveis seguem para a etapa seguinte da FIV: a transferência.

Resultados

O PGD/PGS consegue identificar inúmeros problemas genéticos que podem se manifestar no feto durante seu desenvolvimento no útero materno. Dessa forma, é uma técnica que eleva as chances de sucesso da FIV e de bebês saudáveis.

Em algumas situações, são identificadas anomalias em todos os embriões. Nesses casos, devemos refazer todo o procedimento de reprodução assistida.

Existem pontos negativos da PGS/PGD que devem ser discutidos com o casal: existe risco de erro em diagnóstico de PGS de até 3% e não temos estudos a longo prazo mostrando a segurança desse tipo de procedimento para as crianças nascidas. Assim, como em qualquer outra técnica de reprodução assistida, as indicações devem ser precisas e as indicações, limitações e riscos, cuidadosamente discutidos com o casal.

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