O blastocisto é o estágio do embrião, entre o 5o e o 7o dias de vida, que se caracteriza pela blastocele envolta por uma fina camada de blastômeros. É nesse estágio que o embrião humano se fixa à parede uterina. Para termos uma ideia:
Em uma fertilização in vitro (FIV), após os estágios iniciais de estimulação ovariana, punção folicular e fecundação, fazemos o cultivo dos embriões por um período determinado de tempo, até que eles estejam aptos à transferência. Atualmente, temos duas técnicas de transferência de embriões ao útero materno: quando eles estão com 2 ou 3 dias (chamada de transferência em estágio de clivagem) ou com 5 a 6 dias de desenvolvimento, em estágio de blastocisto.
Estudos têm mostrado algumas vantagens e desvantagens da transferência de blastocistos.
Essa técnica é mais recente e tem gerado melhores resultados nos últimos 20 anos.
Vantagens e desvantagens da transferência de blastocistos
Constatamos e apresentamos aos nossos casais pacientes algumas vantagens e desvantagens da transferência de blastocistos e de embriões com 2 ou 3 dias de desenvolvimento.
Como a transferência é parte da FIV, esclarecemos que essa etapa é realizada após o cultivo dos embriões em laboratório, que pode variar de 2 a 6 dias, dependendo da técnica a ser utilizada.
Sabemos que o óvulo aguarda os espermatozoides nas trompas para fecundação. Depois da fecundação, o embrião em formação desce para o útero, fixando-se no endométrio. Essa fixação, em gestações naturais, acontece com o embrião em estágio de blastocisto, portanto a transferência de embriões, em FIV, em estágio de blastocisto, oferece uma melhor adaptação do embrião ao útero.
Durante a FIV, a mulher recebe uma dose hormonal alta para a estimulação ovariana e para a indução da ovulação. Esses hormônios agem no corpo feminino como um todo, inclusive no útero. Uma vez que a transferência de blastocisto demora mais para ser feita, o organismo da mulher tem alguns dias a mais para normalizar as atividades uterinas, diminuindo os riscos da exposição do embrião a esses hormônios.
Aguardamos de 5 a 6 dias para fazer a transferência de embriões em estágio de blastocisto. Esse tempo é suficiente para investigarmos melhor os embriões e fazermos uma seleção mais acurada de quais transferir, elevando as chances de sucesso da técnica.
Entretanto, sempre deixamos claro para nossos casais pacientes que nossos objetivos ao estender o cultivo embrionário é o de escolhermos o(s) embrião(ões) com maiores chances de sucesso e nem sempre é necessário levarmos o cultivo até a fase de blastocisto para conseguirmos essa melhor seleção. Recursos como “time-lapsed” proporcionam tecnologia de bioinformática que nos auxiliam já no 2o ou 3o dias determinar com grande eficácia quais embriões atingirão o estágio de blastocisto.
Quanto à criopreservação, atualmente os resultados de criopreservação de blastocistos são tão bons quanto os resultados de criopreservação de embriões em estágio de clivagem.
Resultados
Embora a transferência de embriões em estágio de blastocisto apresente certas vantagens, não indicamos essa técnica para todos os casos. Há casos em que a transferência de embriões com 2 ou 3 dias de desenvolvimento ainda é mais indicada.
Os casais que procuram a nossa clínica são avaliados e recebem a melhor indicação para o seu caso de infertilidade.