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Pólipos Endometriais: tudo que você precisa saber

O que são pólipos endometriais? Qual é a chance de ter a doença? Quais os impactos que ela tem na vida das mulheres? Quais as chances de os pólipos endometriais afetarem a fertilidade?

Essas são algumas perguntas comuns sobre pólipos endometriais feitas por mulheres no consultório, principalmente quando estão tentando engravidar e não conseguem. Então quero falar um pouco sobre eles para explicar melhor os diversos aspectos da doença.

Se você ou alguém que você conhece tem pólipos endometriais, aqui você vai encontrar muitas respostas, mas é sempre importante lembrar que é fundamental consultar um médico caso haja algum sintoma ou a suspeita da doença.

Apesar de essa situação ser muito pouco prevalente na faixa etária das mulheres que querem engravidar, é uma situação que causa bastante angústia.

Então vamos conhecer melhor os pólipos endometriais!

 

O que são pólipos endometriais?

Os pólipos endometriais são crescimentos em forma de verruga ou de uma bolinha do endométrio, que é a camada interna do útero em que o embrião se implanta para iniciar a gravidez propriamente dita.

O endométrio, que a cada ciclo menstrual se torna mais espesso para receber o embrião, deve afinar durante a menstruação para, no próximo mês, tornar-se espesso novamente. Esse ciclo se repete enquanto a mulher puder engravidar.

Algumas mulheres têm uma suscetibilidade, provavelmente genética, maior a esse processo de se espessar e afinar em algum local do endométrio: se não descamar, não afinar, o pólipo pode se formar.

O pólipo endometrial é, portanto, um crescimento descontrolado do endométrio, um crescimento benigno no endométrio que forma um nódulo dentro do útero. Esse nódulo vai poder – naquela mulher que deseja engravidar – dificultar a gestação e, em outras mulheres, causar outros sintomas.

Sintomas e fatores de risco de pólipos endometriais

Os pólipos endometriais podem causar diversos sintomas nas diferentes fases da vida da mulher, embora a maioria das pacientes sejam assintomáticas. Eles podem aumentar o fluxo menstrual e causar mais cólicas menstruais.

Os pólipos endometriais também podem existir em mulheres que já entraram na menopausa e, nesses casos, podem causar sangramentos.

Em quaisquer desses grupos, existe um risco muito pequeno de o pólipo endometrial, que costuma ser benigno, se transformar numa situação maligna. As mulheres em que esse risco de transformação maligna é maior costumam estar na pós-menopausa, costumam ter sobrepeso, costumam ter hipertensão e costumam ter diabetes. Então, esses são fatores de risco que praticamente obrigam a indicação de retirada dos pólipos.

Existe uma teoria que fala sobre a relação entre a presença de uma inflamação crônica ou uma endometrite e o crescimento do endométrio, formando assim o pólipo endometrial.

Vamos analisar melhor essa condição. Talvez, pela inflamação crônica no interior do endométrio, substâncias imunológicas podem ser liberadas e algumas dessas substâncias podem favorecer o crescimento do pólipo em pacientes que tenham susceptibilidade para isso.

Outro aspecto que gostaria de explicar é a relação entre a presença do pólipo endometrial e aumento do fluxo menstrual, assim como cólicas menstruais: dentro do útero tem uma formação, um nódulo do pólipo endometrial. Em algumas mulheres, que, por exemplo, já tiveram seus filhos, essa verruga dentro do útero aumenta a superfície de dentro, aumenta o endométrio. Então, quando a mulher menstrua, ela menstrua mais.

Pelo fato de aquele nódulo estar dentro do útero, dentro do endométrio, isso dificulta a capacidade de o músculo do útero se contrair durante a menstruação, e essa contração diminui o fluxo menstrual também.

Então, algumas mulheres portadoras de pólipos endometriais vão apresentar irregularidade menstrual, vão apresentar aumento do fluxo menstrual, vão apresentar cólicas menstruais, ou até, eventualmente, apresentar sangramento quando têm relação sexual. Quanto aos pólipos endometriais, uma informação importante é que a maior parte deles não vai causar sintoma algum.

Assim, não é a regra ter infertilidade, não é a regra ter sintomas de irregularidades ou aumento do fluxo menstrual e não é a regra ter nenhum tipo de transformação ali. Assim, na maioria das vezes, podemos ficar tranquilos com a presença deles.

Vamos pensar naquelas mulheres que já tiveram seus filhos. Imagine que tem dentro do útero um nódulo, e esse nódulo dificulta a contração da parede do músculo do útero. Por causar essa dificuldade, existirá um aumento do fluxo menstrual. Então, o primeiro grande sintoma do pólipo endometrial é o aumento do fluxo menstrual. Por ter um corpo estranho lá dentro do útero, o útero acaba tendo que contrair mais e isso causa mais cólica menstrual.

Outro sintoma: cólicas menstruais. Às vezes, durante a relação sexual, a paciente também pode ter sangramento, que também pode se relacionar a um pólipo endometrial.

Naquelas pacientes que procuram um médico por causa de infertilidade, o pólipo endometrial causa uma distorção da cavidade uterina e, portanto, dificulta o processo de implantação embrionária. Ele também pode dificultar a implantação embrionária pela liberação de algumas substâncias locais.

Diagnóstico de pólipos endometriais

Novamente é importante falar sobre métodos de imagem de qualidade. Um ótimo ultrassom transvaginal, uma histerossonografia ou uma ressonância magnética são exames que têm a capacidade de diagnosticar o pólipo endometrial.

Há um exame chamado histerossalpingografia, que injeta um contraste via colo do útero para marcar o útero e as tubas uterinas e depois faz imagens para verificar se a morfologia está normal e se as tubas uterinas estão abertas. Esse exame mostra se há distorções no interior da cavidade uterina que podem ser causadas pelo pólipo endometrial.

Alguns métodos de imagem, portanto, oferecem uma grande possibilidade de diagnóstico, mas existe um método que é considerado padrão-ouro (gold standard), ou seja, o melhor método para o diagnóstico. Esse método é a histeroscopia diagnóstica, que é feita por uma câmera introduzida pela vagina e colo do útero. Essa câmera visualiza o interior do útero e detecta o pólipo endometrial.

Tratamento do pólipo endometrial e infertilidade

Tenho pólipo endometrial, tenho infertilidade e tenho sangramento intenso. Quando tenho que operar?

Os pólipos endometriais que causam infertilidade precisam ser retirados. Quando a paciente procura o médico com dificuldade para engravidar e recebe diagnóstico de pólipo endometrial, qualquer que seja o tamanho dele, a cirurgia está indicada.

A paciente que tem aumento do fluxo menstrual, cólica menstrual e sangramentos irregulares devido a pólipo endometrial também tem que fazer a cirurgia.

Pacientes que não têm esses sintomas, mas estão na pós-menopausa, têm hipertensão, diabetes e obesidade, portanto têm mais risco de o pólipo sofrer uma transformação maligna, são outro grupo que tem indicação de retirada dos pólipos.

 

 

Histeroscopia cirúrgica para tratamento de pólipos (polipectomia)

O tratamento de pólipos endometriais é realizado, atualmente, por meio de um procedimento chamado histeroscopia cirúrgica. Trata-se de um procedimento minimamente invasivo, realizado em centro cirúrgico em esquema Day Hospital.

Comigo, habitualmente, a paciente é internada às 6h30 da manhã, o procedimento é feito às 7h e às 11h ela já pode ir para casa. No outro dia, ela já pode voltar a trabalhar.

Essa histeroscopia cirúrgica para tratamento de pólipos endometriais é realizada com a introdução pela vagina e colo do útero, sem nenhum tipo de corte, de uma câmera acoplada tanto a um sistema de tubos que irriga a parte interna do útero como a um material que faz o corte e cauterização da estrutura que será tratada.

Em um procedimento de aproximadamente 20 a 30 minutos, podemos observar aquele nódulo no interior do útero e tratá-lo. O tratamento em si é feito com esse aparelho capaz de cortar e cauterizar ao mesmo tempo. Resseca-se toda a estrutura e restabelece-se a estrutura anatômica normal da cavidade uterina, deixando assim ela pronta para poder receber a gravidez.

Histeroscopia diagnóstica para tratamento de pólipos endometriais

Existem dois tipos de histeroscopia: diagnóstica e cirúrgica. Com a diagnóstica, é possível olhar o útero e diagnosticar o que estiver afetando o órgão. Em caso de pólipo endometrial, dependendo do tamanho do nódulo – se ele for bem pequeno –, é possível tratá-lo com a histeroscopia diagnóstica.

Em ótimos laboratórios e em ótimas clínicas, existe um aparelho especial que, além de conseguir olhar – um aparelho bem fininho –, tem uma tesourinha muito fininha que possibilita tratar o pólipo endometrial. É possível retirá-lo conversando com a paciente. Esse procedimento se chama histeroscopia ambulatorial cirúrgica. Essa paciente consegue resolver tudo em um laboratório. Em casos de pólipos endometriais pequenos, é possível esse tipo de abordagem.

Histeroscopia cirúrgica ou histeroscopia diagnóstica

Muitas vezes, o diagnóstico de pólipo endometrial é feito por ultrassom no consultório. Geralmente, esse pólipo é maior. Nessa situação, não é necessário que essa paciente passe pela histeroscopia diagnóstica. Nesses casos, a indicação é cirúrgica.

Durante o mesmo procedimento, é possível ver o tamanho, a dimensão e a localização do pólipo e tratá-lo com o instrumental histeroscópico adequado (see and treat).

A histeroscopia cirúrgica, seja em ambulatório, seja em centro cirúrgico, é um procedimento extremamente seguro, rápido e resolutivo.

Pólipos endometriais, infertilidade e reprodução assistida

Pacientes portadoras de infertilidade com pólipos endometriais merecem o tratamento cirúrgico, pois isso vai aumentar em até 30% a chance de ela engravidar. Portadoras de infertilidade que fizeram tratamento de reprodução assistida e que receberam diagnóstico depois de pólipo endometrial merecem um tratamento cirúrgico antes de nova transferência embrionária.

Existe, também, uma situação rara, mas que acontece. A paciente começa um tratamento de reprodução assistida, por exemplo fertilização in vitro, começa a fazer a estimulação ovariana e não tinha diagnóstico de pólipos endometriais. No meio da estimulação, faz-se o ultrassom e identifica-se pólipo endometrial.

A pergunta é: o que fazer? Interrompe-se o tratamento?

A conduta geralmente é: seguir o tratamento, retirar os óvulos, fazer a fecundação e congelar os embriões formados. Isso não prejudica a taxa de sucesso. No mês seguinte, retira-se o pólipo endometrial. No mês subsequente à retirada do pólipo, transfere-se o embrião ao útero já com uma situação anatômica adequada.

Se você tiver alguma dúvida relacionada a todos esses assuntos abordados, deixe um comentário. Terei prazer em responder e ajudá-la.

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Comentários:

  1. Tenho 52 anos fui diagnosticada com um corpo estranho dentro do endométrio, se fizer a retirada dele, ainda POSSO engravidar

    Neire terezinha de Oliveira viana DE OLIVEIRA em 19/02/2023 às 12:44
  2. Neire, infelizmente não é possível avaliar apenas com seu relato. É importante que você procure atendimento em consultório.
    Estou à disposição!

    Dr. João Dias em 18/05/2023 às 11:04
  3. Eu fiz exame deu hipótese pólipos endomentriais mais meu fluxo aumentou e sai pedaços mais não sinto nenhuma dor

    Cristina de oliveira em 27/04/2023 às 19:58
  4. Cristina, é importante que você siga em acompanhamento com seu ginecologista para um tratamento adequado.
    Boa sorte!

    Dr. João Dias em 11/05/2023 às 15:35
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