Para compreender o procedimento de hatching assistido, precisamos entender o que é a zona pelúcida e sua função. A zona pelúcida é uma membrana que envolve o óvulo e tem as principais funções de evitar a polispermia, ou seja, que mais de um espermatozoide penetre no óvulo, e também de impedir que espermatozoides de outra espécie o penetrem. A zona pelúcida, no 5o dia de desenvolvimento do embrião após a fecundação, quando ele está em estágio de blastocisto, precisa eclodir para que possa haver a implantação do embrião no útero.
O termo hatching significa “eclosão”. O blastocisto deve naturalmente fazer seu hatching, e assim seguir no processo de implantação. Assim, hatching assistido é uma técnica que provoca o afinamento ou cria um pequeno orifício na zona pelúcida de óvulos e embriões de pacientes que apresentam essa membrana mais espessa e, por isso, têm dificuldades de implantação.
Indicamos o hatching assistido para pacientes com problemas muito específicos de implantação e que atendam a alguns critérios. A técnica é indicada para:
A avaliação da necessidade do hatching assistido é realizada antes do início do tratamento de fertilização in vitro (FIV), considerando as características e condições do casal e, principalmente, da mulher. No entanto, apenas a análise dos embriões durante o cultivo em laboratório e antes da transferência pode indicar a necessidade de realização da técnica.
Há três formas de realizar o hatching assistido, embora a mais utilizada e precisa atualmente seja a laser.
Essa é a técnica mais recente de hatching assistido e é a que nós utilizamos. Ela oferece benefícios em comparação com as outras, já que é uma técnica não invasiva que apenas afina a zona pelúcida do embrião, facilitando sua eclosão e posterior implantação.
Esse foi o primeiro método de hatching assistido desenvolvido. Mediante uma microagulha, é feito um pequeno orifício na zona pelúcida para que o embrião consiga sair e se implantar no endométrio.
O método químico é o mais agressivo e difícil de controlar. As soluções ácidas aplicadas na zona pelúcida podem provocar uma grande abertura e afetar o próprio embrião, havendo o risco de inviabilizar a gravidez.