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Doação compartilhada de óvulos: como é feita e quem pode solicitar?

 

A infertilidade é uma consequência de outras condições clínicas, que podem ser de natureza infecciosa, metabólica, inflamatória e inclusive genética. Sua severidade também não é linear, porém, atualmente, as técnicas de reprodução assistida têm permitido, mesmo às mulheres com diagnóstico de infertilidade severa, a realização do sonho de ser mãe com o uso de gametas ou embriões doados.

Os embriões e gametas, tanto masculinos quanto femininos, são preservados em baixíssimas temperaturas por criopreservação, com altas taxas de sobrevivência pós-descongelamento, e utilizados na FIV (fertilização in vitro) com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide).

Seu uso é indicado para os casos em que a mulher deseja engravidar sozinha (sem um parceiro), quando a idade da mãe é avançada e para mulheres submetidas a cirurgias ovarianas que afetaram sua reserva ovariana severamente.

O avanço tecnológico que esse procedimento alcançou hoje, sustentado por suas altas taxas de sucesso, levou a um aumento significativo da procura pela FIV e, consequentemente, também por gametas e embriões que possam ser doados a mulheres e casais com infertilidade.

Nesse sentido, a doação compartilhada de óvulos e embriões é também uma forma de reduzir custo e ampliar o acesso à FIV.

Quer saber mais detalhes sobre a doação compartilhada de óvulos e quem pode solicitar esse procedimento? Leia o texto a seguir!

O que é doação compartilhada de óvulos?

A doação compartilhada de óvulos foi aprovada pelo conselho Federal de Medicina já há bastante tempo, diferentemente da doação voluntária (aprovada em 2017), e prevê a possibilidade de compartilhar custos entre a doadora e a receptora dos óvulos, desde que ambas estejam em tratamento para fertilidade pela FIV.

Mesmo nesses casos, doadora e receptora não se conhecem e quem articula o procedimento é a clínica que realizará o tratamento dessas mulheres. O compartilhamento é feito com base nas características físicas e genéticas das mulheres, que geralmente são semelhantes.

Após a fecundação, os embriões são divididos entre as duas mulheres, mas a doadora tem preferência sobre o material biológico que será produzido, em caso de ser gerado apenas um embrião, por exemplo.

Quem pode participar?

A doação compartilhada de óvulos é indicada em casos de menopausa precoce, anovulação crônica resultante de doenças secundárias, genéticas ou não, mulheres submetidas à ooforectomia (cirurgia de retirada dos ovários), tratamento de quimioterapia ou radioterapia.

Além disso, também pode ser indicada para mulheres acima dos 40 anos, com histórico de doenças genéticas, abortos de repetição ou que passaram por uma sequência de ciclos de FIV que não resultaram em fecundação.

Os dois únicos pré-requisitos da doadora são ter menos de 35 anos e estar em tratamento para fertilidade com a FIV.

A idade está relacionada à uma diminuição da reserva ovariana em seus dois aspectos: a quantidade e qualidade genética dos óvulos. A partir dos 35 anos, a mulher entra num processo de declínio da sua função reprodutiva, que tem fim na menopausa.

Tanto a fecundação por vias naturais, quanto a realização dos procedimentos para fertilização in vitro (FIV) têm suas taxas de sucesso diminuídas à medida que a idade da mulher avança.

Por isso, um dos pré-requisitos para a doadora de óvulos, nos casos de doação compartilhada, é ter menos de 35 anos, minimizando as possibilidades de embriões inviáveis ou com alterações genéticas.

A infertilidade pode também ser causada por alterações do sistema reprodutor feminino de origem hormonal, como a SOP (síndrome dos ovários policísticos) e a endometriose ovariana (endometriomas), que causam anovulação, ou genéticas, como a FOP (falência prematura ovariana), que também provoca anovulação, porém por falhas no amadurecimento do folículo/óvulo.

E mesmo com todo o avanço tecnológico da medicina reprodutiva atual, em algumas situações as causas da infertilidade não são possíveis de determinar. Nesses casos, aconselha-se a busca por doadoras de óvulos, já que a infertilidade pode ser causada por fatores genéticos hereditários e o uso de óvulos de doadoras pode evitar a transmissão para as próximas gerações.

Como é feita?

Os procedimentos da FIV nos casos de doação compartilhada de óvulos são semelhantes à FIV em qualquer outra situação, exceto pela primeira fase.

A doadora dos óvulos é submetida à estimulação ovariana e monitorada por ultrassonografia até que os folículos estejam prontos ovular. Nesses casos, a receptora não passa pela estimulação ovariana, somente pela preparação do endométrio para receber o embrião.

Os gametas masculinos previstos para a fecundação de ambas, doadora e receptora, são coletados paralelamente à coleta dos folículos da doadora, que é feita por punção folicular diretamente nos ovários.

A partir dessa etapa, os passos são semelhantes ao procedimento de forma geral: a fecundação acontece em ambiente laboratorial logo depois da coleta dos gametas e a transferência embrionária pode ser realizada em duas fases de cultivo embrionário: entre o segundo e terceiro dia, chamada D3 ou clivagem, ou entre o quinto e sexto dia, em blastocisto ou D5.

Os óvulos que restarem desse procedimento são doados à outra mulher que também está em processo de FIV.

Toque no link para saber mais sobre doação de gametas.

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