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Cirurgia de miomas (miomectomia)

Miomas são tumores constituídos por células musculares lisas que se desenvolvem na camada intermediária do útero (miométrio) e podem causar infertilidade feminina. Existem variações no tamanho e na localização dos miomas, podendo ser pequenos ou grandes, próximos à superfície externa do útero ou projetados em direção à cavidade uterina.

De acordo com sua localização em relação à parede do útero, os miomas são classificados como:

  • subserosos — crescem para fora, em direção à parte externa do órgão;
  • intramurais — se formam dentro da parede uterina;
  • submucosos — se desenvolvem perto do endométrio, camada interna do útero.

Os miomas são os tumores mais comuns do trato genital feminino, quando atingem grandes dimensões ou causam sintomas intensos precisam ser removidos cirurgicamente. Contudo, os tumores são benignos — e muitos deles assintomáticos —, o que dispensa a necessidade de intervenção cirúrgica em boa parte dos casos.

Além disso, como são hormônio-dependentes, a tendência é que os tumores menores involuam e até desapareçam após a menopausa. Sendo assim, a cirurgia para retirada dos miomas — chamada de miomectomia — é indicada conforme as características de cada paciente, considerando idade, sintomatologia, tamanho dos miomas e intenção de gestação.

Continue a leitura deste post para saber mais sobre os miomas uterinos e o procedimento de miomectomia!

Quais são os sintomas e as possíveis consequências dos miomas?

A maioria das mulheres com miomas é assintomática. No entanto, dependendo da localização e do tamanho dos tumores, a portadora pode ter sintomas como:

  • dor;
  • sangramento abundante;
  • inchaço abdominal;
  • alterações urinárias e intestinais, em casos de miomas que crescem de modo anormal e comprimem os órgãos vizinhos.

A infertilidade feminina é uma das possíveis consequências dos miomas, embora nem todos os tipos de tumores possam deixar a mulher infértil. O risco é maior quando existem miomas submucosos, os quais crescem em direção à cavidade uterina, modificando as características do endométrio — sendo este o local em que o embrião se implanta no início da gestação.

Além disso, os miomas podem ocasionar riscos gestacionais como abortamento, parto prematuro e restrição do desenvolvimento fetal. Outras possíveis consequências dos tumores uterinos são anemia, devido ao sangramento uterino excessivo, e crescimento exagerado dos miomas, de modo a interferir no funcionamento de órgãos importantes como a bexiga e o intestino.

Quando a miomectomia é indicada?

O tratamento cirúrgico dos miomas nem sempre é necessário. Em grande parte dos casos, é possível assumir uma conduta expectante, isto é, acompanhar periodicamente se há crescimento dos tumores.

Em resumo, a miomectomia é indicada principalmente quando há miomas submucosos e nas seguintes condições:

  • sintomatologia significativa;
  • dor pélvica crônica;
  • sangramento uterino anormal;
  • infertilidade;
  • desejo de preservação do útero.

Miomas muito grandes intramurais e subserosos também podem necessitar de remoção cirúrgica. Mulheres mais velhas e com prole constituída contam ainda com a alternativa da histerectomia — cirurgia para retirada parcial ou total do útero.

Como mencionado, um dos principais critérios para a realização da miomectomia é a infertilidade. Mesmo os miomas submucosos de menor dimensão podem interferir nas chances de gestação espontânea da portadora. Isso ocorre porque os tumores que se projetam para a cavidade uterina ocupam espaço no órgão e distorcem a arquitetura endometrial, dificultando a implantação do embrião e o desenvolvimento do feto.

Como é o procedimento cirúrgico para retirada dos miomas?

Há diversas técnicas para retirada dos miomas, incluindo miomectomia laparoscópica, miomectomia histeroscópica, miomectomia abdominal e histerectomia, além de alternativas não cirúrgicas, como a embolização da artéria uterina.

Aqui, daremos enfoque às duas técnicas mais utilizadas nos tratamentos atuais: a histeroscopia cirúrgica e a videolaparoscopia.

Miomectomia por histeroscopia

A histeroscopia é a técnica padrão-ouro na avaliação cirúrgica de doenças intrauterinas. Na abordagem ambulatorial, a histeroscopia tem importante papel na investigação diagnóstica de uma série de patologias ginecológicas, posto que permite a visualização direta da cavidade uterina. Ainda em ambulatório, é possível utilizar o método “ver e tratar”, de modo que as lesões menores são avaliadas e tratadas cirurgicamente em um só procedimento.

A histeroscopia cirúrgica é realizada em bloco operatório, com todo o suporte hospitalar necessário para tratar problemas mais complexos, como os grandes ou múltiplos miomas. O procedimento é feito por via vaginal, com a introdução do histeroscópio — um pequeno tubo ótico com sistema de iluminação e microcâmera acoplada. Com o histeroscópio, também é possível inserir microinstrumentos cirúrgicos, como tesouras e pinças de preensão.

A miomectomia por histeroscopia é principalmente indicada para a retirada de miomas submucosos, com ou sem componentes intramurais, visto que estão mais próximos à cavidade uterina.

Miomectomia por videolaparoscopia

A miomectomia por videolaparoscopia é indicada para remoção dos miomas subserosos, os quais se projetam para a superfície externa do útero. A técnica laparoscópica é realizada no tratamento de uma série de doenças que afetam a cavidade abdominopélvica. Para isso, são feitos pequenos cortes próximos ao umbigo e por essas aberturas é introduzida a microcâmera e os instrumentos cirúrgicos necessários para a ressecção dos tumores.

Após a retirada dos miomas, é possível que a mulher engravide de forma espontânea. Por outro lado, também há riscos de que se formem sinequias uterinas após o procedimento — pontes de tecido cicatricial que também podem ocluir a cavidade uterina, mantendo o quadro de infertilidade. Nessas circunstâncias, uma nova cirurgia pode ser necessária para remoção das aderências intrauterinas.

A reprodução assistida também é indicada para pacientes com infertilidade devido aos miomas. Assim, o objetivo é superar algumas barreiras que dificultam a gravidez espontânea e aumentar as chances de concepção. Nesse contexto, a fertilização in vitro (FIV) é a alternativa com maiores taxas de êxito.

Aproveite que chegou até aqui e aprofunde seu conhecimento no tema com a leitura do nosso texto especial sobre miomas uterinos!

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