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Endometrioma, infertilidade e reprodução assistida

Embora a infertilidade possa causar um sentimento de apreensão na maioria das mulheres em idade reprodutiva, é um problema comum no mundo todo, que pode ser provocado por diversas doenças.

Elas afetam o funcionamento normal do sistema reprodutor feminino, dificultando ou impedindo a concepção. As mais comuns são os miomas uterinos, os pólipos endometriais e a endometriose.

Os endometriomas são um tipo de cisto ovariano presente em mulheres com endometriose e podem interferir na fertilidade de várias maneiras. Porém, mulheres que com o problema que pretendem engravidar, podem contar com o auxílio de técnicas de reprodução assistida.

Este texto explica como os endometriomas interferem na fertilidade, destacando a técnica de reprodução assistida mais indicada para aumentar as chances de gravidez. Continue a leitura até o final para saber mais.

O que são endometriomas?

Endometriomas são um tipo de cisto ovariano preenchido por um liquido escuro de tonalidade marrom. Por isso são conhecidos popularmente como cistos de chocolate. São bastante comuns em mulheres com endometriose em estágios mais avançados, uma doença feminina que tem como principal característica o crescimento de um tecido semelhante ao endométrio (que reveste o útero) fora do órgão, em locais próximos como as tubas uterinas e ovários, por exemplo.

Para se ter uma ideia sobre a incidência de endometriomas, eles presentes em aproximadamente 40% das mulheres com a doença. Possuem diferentes tamanhos e podem se apresentar em maior número, em um ou ambos os ovários.

Como os endometriomas estão relacionados à fertilidade?

Os endometriomas podem afetar a fertilidade feminina de diversas formas, da interferência na foliculogênese, processo pelo qual ocorre o desenvolvimento e maturação dos folículos ovarianos, bolsas que armazenam os óvulos, à qualidade do óvulo e danos no tecido ovarino, resultando na diminuição dos níveis da reserva ovariana, ou seja, da quantidade de folículos presentes nos ovário, determinada desde o nascimento da mulher.

A presença deles pode, por exemplo, pode causar distúrbios de ovulação, caracterizados pela dificuldade no desenvolvimento e amadurecimento do folículo e na liberação do óvulo, resultando em anovulação ou ausência de ovulação, o que consequentemente impede que a fecundação aconteça.

Ou alterações na receptividade do endométrio, fundamental para a implantação do embrião ser bem-sucedida e interferem na qualidade do óvulo e, consequentemente, na do embrião. Quando isso acontece, resulta em falhas na implantação e abortamento.

Essas alterações são consequência do quadro inflamatório provocado por eles, que pode causar, ainda, danos ao tecido ovariano, levando o à diminuição dos folículos ao redor e, dessa forma, dos níveis da reserva ovariana.

Os níveis podem ainda ser afetados pela compressão que os endometriomas causam nos ovários, o que pode prejudicar a circulação na camada externa chamada córtex ovariano, levando à perda de folículos.

Quando há presença de endometriomas, por outro lado, geralmente a endometriose já está em estágios mais avançados, que tem como uma das características a formação de aderências que podem causar obstruções nas tubas uterinas ou impedir a liberação do óvulo, impedindo a fecundação.

Alguns sintomas podem alertar para a presença de endometriomas, entre eles estão sangramento anormal, cólicas antes e durante a menstruação, dor na região pélvica acíclica, corrimento vaginal escurecido, dor durante a relação sexual e desconforto ao urinar ou evacuar.

Quando os endometriomas rompem há, ainda, a manifestação de uma dor que ocorre de forma repentina, é intermitente, pulsante e aguda, concentrada normalmente do lado em que o cisto estava localizado. Pode estar associada a outros sintomas como febre, náuseas ou calafrio e indica a necessidade de procurar auxílio médico com urgência.

Tratamento dos endometriomas e reprodução assistida

Quando as mulheres desejam engravidar o tratamento pode ser cirúrgico ou por fertilização in vitro (FIV). A cirurgia é realizada por videolaparoscopia, técnica minimamente invasiva, e tem como objetivo a remoção do maior número possível de endometriomas.

O procedimento pode ser realizado com ou sem o auxílio de um robô. No entanto, mesmo sendo considerado minimamente invasivo e um método bastante seguro, pode provocar riscos e levar à infertilidade permanente, se os folículos ao redor dos endometriomas forem afetados no momento da remoção.

Se a opção for pela cirurgia para aumentar as chances de gravidez espontânea, normalmente a mulher é aconselhada a congelar seus óvulos, preservando, assim, a fertilidade.

Em muitos casos, entretanto, a cirurgia é bem-sucedida proporcionando a restauração da capacidade reprodutiva e a gravidez, principalmente se for realizada por um profissional experiente.

Mulheres que não conseguem engravidar após a cirurgia, por outro lado, podem contar, ainda, com a fertilização in vitro para aumentar as chances. No entanto, se a gravidez não ocorrer, o tratamento por fertilização in vitro aumentar as chances de sucesso.

A técnica também é uma opção para mulheres que optam por não fazer a cirurgia ou quando os óvulos são congelados. Prevê a fecundação de óvulos e espermatozoides em laboratório por FIV com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides): cada espermatozoide é injetado diretamente no óvulo com o auxílio de um micromanipulador de gametas, processo que proporciona mais chances de vários óvulos serem fecundados e embriões formados: os percentuais de sucesso são, em média, 40% a cada ciclo. De tratamento.

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