Dr João Dias | WhatsApp
Agende sua consulta

Estou com dificuldade de engravidar: pode ser endometriose?

A dificuldade de engravidar é uma realidade na vida de muitas mulheres. As condições que podem estar associadas ao quadro de infertilidade são várias, sendo a endometriose uma das principais. Há uma lista extensa de outras doenças que acometem o sistema reprodutor da mulher, como síndrome dos ovários policísticos (SOP), miomas, infecções pélvicas etc. Além disso, fatores masculinos podem ser encontrados na mesma proporção que os femininos.

Vale lembrar que a infertilidade é definida como a dificuldade de engravidar após um ano de tentativas, o que compreende a prática frequente de relações sexuais sem qualquer tipo de contraceptivo. Mulheres com mais de 35 anos podem procurar acompanhamento especializado após um período mais curto de tentativas — 6 meses —, pois o avanço da idade também reduz a fertilidade.

A investigação dos fatores por trás da dificuldade de engravidar é essencial para chegar à raiz do problema e realizar um tratamento efetivo — principalmente, considerando que o casal pode estar focado na infertilidade feminina, quando, na verdade, o fator principal é masculino.

Acompanhe este post na íntegra e entenda de que forma a endometriose está associada à dificuldade de engravidar. Confira também quais são as outras possíveis causas de infertilidade conjugal, assim como as opções de tratamento para o casal infértil!

Qual é a relação entre dificuldade de engravidar e endometriose?

Infertilidade e endometriose são condições coexistentes em muitos casos. Contudo, é preciso passar por uma avaliação especializada para descobrir se essa é, de fato, a causa da dificuldade de engravidar. Para começar, é importante observar os sintomas da doença, são eles:

  • cólicas antes e durante a menstruação, que podem se tornar bastante intensas;
  • dor crônica na região pélvica, durando além do período menstrual;
  • dor durante as relações sexuais;
  • alterações urinárias e/ou intestinais durante os dias de menstruação, como dor ao urinar e evacuar, presença de sangue na urina e nas fezes, constipação, dentre outras.

A infertilidade, por si só, pode ser uma manifestação da endometriose. Isso ocorre por diferentes mecanismos. Então, para entender melhor, precisamos explicar brevemente como essa doença afeta o corpo da mulher: a camada interna do útero, chamada de endométrio, se torna mais espessa a cada ciclo menstrual, para acolher um embrião. Sem concepção, o tecido endometrial descama e é eliminado do organismo em forma de sangramento menstrual.

Nas mulheres com endometriose, células endometriais são encontradas fora da cavidade do útero, em órgãos como tubas uterinas, ovários e intestino. Durante a menstruação, assim como ocorre no tecido intrauterino, o endométrio fora do útero também sangra, causando inflamação no órgão atingido.

Assim, a endometriose pode causar infertilidade por vários mecanismos, como:

  • falhas na ovulação, devido à distorção da anatomia pélvica que impede o óvulo de ser capturado pelas fímbrias das tubas uterinas;
  • falhas na ovulação, em decorrência do impacto da doença na reserva ovariana (número de óvulos guardados);
  • obstrução das tubas uterinas, quando os implantes endometrióticos formam aderências no órgão, bloqueando a passagem dos espermatozoides;
  • redução da sobrevida dos espermatozoides, devido à ação das citocinas pró-inflamatórias;
  • ambiente intrauterino inflamatório, que pode interferir na implantação do embrião na parede do útero.

Quais são as outras possíveis causas de infertilidade?

A identificação da endometriose somente pelos sintomas não é tão precisa, uma vez que várias doenças femininas têm apresentações clínicas semelhantes. Por exemplo, cólicas, dor pélvica e dor durante as relações sexuais também podem estar presentes em casos de adenomiose e endometrite. Além disso, a endometriose muitas vezes é assintomática.

Dentre as diversas causas de infertilidade feminina além da endometriose, estão:

  • doenças uterinas — adenomiose, pólipos endometriais, miomas e sinequias;
  • malformações congênitas no útero, como o septo uterino;
  • disfunções ovulatórias, principalmente a síndrome dos ovários policísticos;
  • infecções nos órgãos reprodutores — endometrite (no útero), salpingite (nas tubas), entre outras;
  • obstruções uterinas, como consequência de salpingite ou endometriose;
  • idade avançada, fator relacionado ao declínio na qualidade e na quantidade dos óvulos;
  • trombofilia — predisposição à formação de coágulos sanguíneos, os quais podem ocluir os vasos uterinos e impedir a gravidez.

Além da longa lista de afecções femininas, a infertilidade masculina também é causa da dificuldade de engravidar. A principal forma de saber se o problema está no homem é realizando um espermograma, exame que revela alterações espermáticas importantes, como a azoospermia (ausência de gametas no sêmen). Por trás das anormalidades seminais, estão condições como:

  • varicocele — dilatação das veias dos testículos, com consequente aumento da temperatura escrotal e falta de oxigenação adequada;
  • hipogonadismo — deficiência de testosterona, por problemas intratesticulares ou disfunções na glândula hipofisária;
  • processos inflamatórios como orquite, epididimite e uretrite, causados, em grande parte das vezes, por infecções sexualmente transmissíveis (ISTs);
  • malformações congênitas, como a ausência bilateral dos canais deferentes;
  • hábitos nocivos — não como causas isoladas, mas como fatores de risco — a exemplo do tabagismo, uso de anabolizantes, exposição à radiação e toxinas em geral etc.

O que fazer diante do diagnóstico de infertilidade?

Ao confirmar um fator específico de infertilidade, o tratamento deve ser direcionado a ele, o que pode envolver o uso de medicamentos, manejo cirúrgico ou reprodução assistida — ou tipos combinados de intervenção. Há de se considerar uma série de fatores que, juntos, influenciam no prognóstico reprodutivo do casal.

Casais jovens, com fatores femininos leves e padrões seminais dentro do normal podem tentar a gravidez espontânea. Isso é feito com a ajuda de medicamentos, cálculo do período fértil e até cirurgias, como a remoção de implantes de endometriose.

Quando a dificuldade de engravidar persiste, o casal encontra mais chances na reprodução assistida. O leque de possibilidades é amplo e vai desde técnicas simples, como relação sexual programada com indução à ovulação, até a fertilização in vitro (FIV) — tratamento de alta complexidade, com altas taxas de sucesso diante de diferentes condições de infertilidade, especialmente endometriose.

Precisa de mais informações? Visite nosso site institucional e confira o texto exclusivo sobre endometriose!

Compartilhar:
Reprodução assistida a distância: como é feito o processo?
Deixe o seu comentário:

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *