A gravidez é um processo complexo que envolve muitos fatores biológicos no corpo da mulher. O sistema endócrino é um dos principais responsáveis pelo sucesso da gravidez, já que os hormônios são essenciais tanto antes quanto durante a gestação.
O FSH, o LH, o estrogênio e a progesterona são alguns dos principais hormônios femininos. São reguladores do ciclo menstrual e têm grande influência na vida reprodutiva da mulher.
Além disso, bem no início da gravidez, quando o embrião se fixa no endométrio e a placenta começa a se formar, ocorre a produção de um novo hormônio, o hCG (pela placenta), que é responsável por manter o corpo-lúteo, o qual se degenera caso não haja fecundação. Isso é fundamental porque o corpo-lúteo produz progesterona e estrogênio, hormônios necessários para manter a gravidez.
Conheça a seguir os principais hormônios envolvidos na gravidez e suas funções.
Existem cinco hormônios essenciais para que a mulher possa engravidar e manter a gestação, que fazem com que tudo funcione da forma correta e que o corpo feminino esteja preparado para este momento. São eles:
O hormônio folículo-estimulante é um dos primeiros hormônios que atuam no ciclo menstrual. É produzido pela hipófise e tem a função de regular a atividade dos ovários, promovendo o crescimento dos folículos ovarianos, cujo interior é repleto de líquido e tem um único óvulo (há folículos que não têm o óvulo).
Aproximadamente na metade de um ciclo regular, há um aumento do FSH (e do LH), o que leva à ovulação: liberação do óvulo de dentro do folículo em direção às tubas uterinas. O folículo agora vazio passa a ser chamado corpo-lúteo, que produz progesterona e estrogênio, os quais, por sua vez, reduzem os níveis de FSH (e LH).
Se não houver fecundação, o corpo-lúteo degenera, reduzindo os níveis de progesterona e estrogênio, dando início a um novo ciclo menstrual.
Se houver fecundação, a placenta produz hCG, que mantém o corpo-lúteo e a produção de progesterona e estrogênio, fundamentais para a manutenção da gravidez.
Também produzido pela hipófise, o LH é responsável pelo crescimento dos folículos e pela ovulação. O pico de LH é o mais importante entre os mecanismos envolvidos na ovulação, quando ocorre a liberação do óvulo.
O LH e o FSH caminham muito próximos ao longo do ciclo menstrual.
A progesterona também atua no ciclo menstrual. É produzida inicialmente pelo corpo-lúteo para preparar o endométrio para receber o óvulo fecundado, caso haja fecundação.
Se houver fecundação, o corpo-lúteo continua a produção de progesterona até a formação da placenta. Quando a placenta se forma, ela mesma passa a produzir progesterona para manter a gestação até o fim.
Quando não há fecundação, a progesterona diminui e o corpo-lúteo degenera, caindo, como consequência, os níveis de progesterona. A redução da progesterona faz com que o endométrio não consiga se manter espesso e descama, dando início à menstruação e a um novo ciclo menstrual.
Estrogênio é um termo que se refere a um grupo de hormônios. O estrogênio mais importante é o estradiol, e é ele que está principalmente envolvido no ciclo menstrual.
O estrogênio também é responsável pela regulação do ciclo hormonal da mulher durante sua vida reprodutiva. O estrogênio está relacionado com o espessamento do endométrio para receber o embrião. Conforme os folículos crescem, os níveis de estrogênio também aumentam para que, se houver fecundação, o endométrio esteja preparado para receber o embrião.
O estrogênio também é o responsável pela elevação dos níveis de FSH e LH, que culminam na ovulação.
Quando não há fecundação, o estrogênio diminui, o que também reduz os níveis de LH e FSH, levando à degeneração do corpo-lúteo, que, por sua vez, para de produzir progesterona. Isso leva também à descamação do endométrio.
O hCG é um hormônio fundamental e é um importante marcador de gravidez porque começa a ser produzido pela placenta, por isso é conhecido como hormônio da gravidez. Níveis altos de hCG indicam a presença da placenta, portanto de gestação.
O hCG é o hormônio secretado pela placenta para impedir a regressão do corpo-lúteo, que mantém a produção de progesterona e estrogênio durante toda a gestação. O corpo-lúteo se mantém até o final da gestação porque impede o início de um novo ciclo menstrual.
Na reprodução assistida, a mulher passa, na maioria das vezes, pela estimulação ovariana. O objetivo é estimular o crescimento de um número maior de folículos, não apenas um, como ocorre em ciclos menstruais. Um número maior de óvulos significa maiores chances de gestação.
Na fertilização in vitro (FIV), por exemplo, essa estimulação ocorre por meio de medicamentos hormonais. Esse tratamento hormonal estimula o crescimento dos folículos ovarianos.
Após o ciclo de estimulação ovariana, a paciente recebe outro medicamento para induzir a ovulação, ou seja, o rompimento desses folículos. Pouco antes do rompimento, coletamos o líquido folicular, aquele que tem o óvulo. Esse material é encaminhado para o laboratório, que identifica e separa os óvulos maduros que podem ser utilizados na fecundação.
Paralelamente, o homem faz a coleta do sêmen, que também passa por um processo de preparo para a separação dos melhores espermatozoides.
Na sequência, a fecundação é feita no laboratório para a formação dos embriões, que ficam alguns dias em incubadoras para se desenvolverem.
Por fim, esses embriões são transferidos ao útero e fazemos o suporte hormonal para melhorar a receptividade endometrial e aumentar as chances de implantação, processo de fixação do embrião no endométrio. Então tem início a gestação em si.
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