A próstata é uma glândula sexual masculina localizada na porção inicial da uretra (abaixo da bexiga), que, com as vesículas seminais, produz o líquido espermático, fundamental para a fertilidade, pois possibilita que os espermatozoides sobrevivam no interior da vagina, que é um ambiente ácido e hostil. Ela tem formato de noz e pesa cerca de 20 g. É dentro da próstata que os ductos ejaculatórios desembocam na uretra.
O volume normal de ejaculação humana varia de 1,5 ml a 5 ml. Os espermatozoides representam uma quantidade mínima do volume ejaculado. A maior parte do volume ejaculado é originada da próstata, das vesículas seminais e do epidídimo. As secreções prostáticas representam aproximadamente 30% do volume seminal.
As secreções prostáticas são ricas em enzimas, sódio, potássio, cálcio, zinco, ácido cítrico, entre outras substâncias. Em conjunto e de maneira equilibrada, essas substâncias permitem a estabilização da cromatina dos espermatozoides (papel relevante do zinco), assim como o preparo para a correta progressão dos espermatozoides dentro do sistema reprodutivo feminino, possibilitando a correta fertilização e a gravidez.
A prostatite é a inflamação da próstata, geralmente causada por bactérias. Classicamente, a prostatite é classificada em quatro categorias:
O principal agente causador da prostatite bacteriana (categorias I e II), a Escherichia coli, também provoca diversas infecções urinárias. Esse tipo de prostatite pode ser desencadeada: por outra infecção, situada na uretra, que sobe para a próstata; por bactérias presentes no reto ou que chegam pela corrente sanguínea; e pelo retorno de urina infectada aos ductos prostáticos.
Já a prostatite de origem não bacteriana (categorias III e IV) não tem uma causa bem definida e acomete pacientes sem histórico de infecção por bactérias no trato urinário. A hipótese é a de que ela seja causada pelo retorno da urina, que pode afetar a próstata.
Quando a próstata aumenta de tamanho, provoca obstruções (que podem provocar problemas mais sérios), impossibilitando que o homem faça o esvaziamento completo da bexiga, por exemplo.
Os mecanismos pelos quais as prostatites causam infertilidade não são totalmente conhecidos. Em geral, a infecção da próstata causa:
Esses fenômenos acontecem tanto nas tentativas de gestação natural, como com o auxílio das técnicas de reprodução assistida, motivo pelo qual devemos fazer uma avaliação cuidadosa dos homens, quando avaliamos um casal infértil.
Sintomas
Existem poucas diferenças sintomáticas entre o quadro agudo e o crônico da doença.
A prostatite aguda tem início súbito e apresenta sintomas relacionados ao sistema urinário, como dificuldade de urinar. Se não for tratada nesse estágio, a prostatite aguda pode se tornar crônica, que passa a progredir lentamente, mas a infecção urinária que causa é mais difícil de ser tratada, pois a bactéria fica no líquido secretado pela próstata, mesmo sob a ação dos antibióticos no organismo.
Os principais sintomas são:
Nos quadros crônicos, não há febre. Porém, pode haver indícios de sangue no esperma e dor depois da ejaculação.
Já os sintomas da prostatite não bacteriana são:
Exames e diagnóstico
Os exames solicitados são os mesmos para os diferentes tipos de prostatite. O médico dá início à avaliação com o exame físico, podendo realizar também o toque retal para verificar a próstata, e depois, se considerar necessário, solicita exames complementares para auxiliá-lo no diagnóstico:
Tratamento
Já o tratamento varia conforme o tipo de prostatite, já que as causas são diferentes. De modo geral, analgésicos e anti-inflamatórios podem ser usados para aliviar a dor do paciente.
O tratamento da prostatite aguda é à base de antibióticos e tem duração de cerca de duas a quatro semanas. A urocultura é um exame importante para a escolha do tratamento da prostatite. O médico geralmente baseia sua escolha de medicamento nos resultados desse exame.
Normalmente, dois dias depois do início do tratamento os sintomas começam a enfraquecer até sumir.
Naturalmente, o tratamento da prostatite bacteriana crônica requer mais tempo, de um a três meses, e o índice de melhora é menor. Os sintomas podem reaparecer e, nesse caso, é necessário recomeçar o tratamento, por isso é importante seguir rigorosamente a prescrição médica. A cirurgia da uretra e da próstata é recomendada apenas em casos extremos.
Há uma dificuldade de diferenciar as prostatites bacterianas das não bacterianas. Por isso, o tratamento da prostatite não bacteriana também pode ser iniciado com antibiótico para verificar a reação do organismo à doença. Muitas vezes, a reação é positiva.
Em pacientes com dificuldades para urinar associadas à prostatite, utilizam-se bloqueadores alfa-adrenérgicos, relaxantes musculares e extratos vegetais para relaxar e diminuir a próstata, a fim de reduzir a obstrução da urina.
Em pacientes inférteis, principalmente nos casos crônicos, também preconiza-se o uso de antioxidantes para melhora da função espermática.