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Inseminação artificial: indicações

Desde a década de 1970, quando a fertilização in vitro se tornou popularmente conhecida, as técnicas de reprodução assistida revelaram-se como solução para infertilidade.

Além da FIV, duas outras de menor complexidade, relação sexual programada (RSP) e inseminação artificial (IA), compõem atualmente os tratamentos, quando há dificuldades de reprodução.

Assim como a medicina tradicional, a reprodutiva também evoluiu nos últimos anos. Motivada pelo avanço tecnológico, possibilita, hoje, a solução de diferentes problemas que afetam a fertilidade feminina e masculina, dos mais aos menos graves.

A IA, por exemplo, a mais antiga entre elas – foi investigada pela primeira vez ainda no século 18 –, aumenta as chances de gravidez de casais inférteis em casos clinicamente considerados de menor gravidade. Continue a leitura e saiba quando a técnica é indicada.

O que é IA?

Na reprodução assistida, os processos pelos quais a fecundação acontece nas tubas uterinas, dentro do corpo feminino, são conhecidos como in vivo e classificados como de baixa complexidade, uma vez que todo o desenvolvimento da gravidez ocorre naturalmente, da fecundação ao nascimento.

A inseminação artificial (IA), conhecida ainda como inseminação intrauterina (IIU), é uma técnica de baixa complexidade pois prevê o depósito dos espermatozoides coletados por masturbação e preparados em laboratório diretamente no útero para que a fecundação aconteça. Não há, na IA, a micromanipulação de gametas nem a fecundação em laboratório, com ocorre na FIV.

Durante a concepção natural, por exemplo, os espermatozoides iniciam a viagem pela vagina, colo do útero e útero, até alcançarem as tubas uterinas para fecundar o óvulo. A IA facilita o processo quando há problemas de menor gravidade dificultando a gravidez.

Quando a IA é indicada?

A IA pode ser realizada usando os espermatozoides do parceiro ou de um doador. Veja abaixo as principais indicações da técnica:

  • Para mulheres com distúrbios de ovulação;
  • Para mulheres com problemas no muco cervical, fluido que facilita o transporte dos espermatozoides até as tubas uterinas durante o período fértil;
  • Para mulheres com cicatrizes no colo uterino, resultantes de infecções ou cirurgias, que dificultam a passagem dos espermatozoides;
  • Para mulheres com endometriose nos estágios iniciais (mínima ou leve);
  • Para homens com contagem reduzida de espermatozoides;
  • Para homens com pequenas alterações na morfologia (forma) e motilidade (movimento) dos espermatozoides;
  • Para casais que por qualquer razão não consigam manter relações sexuais;
  • Quando o diagnóstico é de infertilidade sem causa aparente (ISCA).

A IA também pode ser indicada para mulheres solteiras que desejam uma gravidez independente e para casais homoafetivos femininos, casos em que o tratamento é feito com utilização de espermatozoides de doadores, selecionados na própria clínica de reprodução assistida ou em bancos de esperma.

Para ser indicada, ainda as seguintes condições precisam ser cumpridas:

  • A mulher precisa ter menos de 35 anos e uma boa reserva ovariana – quantidade de folículos com capacidade para ovular;
  • A mulher precisa ter as tubas uterinas anatomicamente saudáveis.

Como a IA é realizada?

A IA pode ser realizada em ciclos naturais quando os problemas de infertilidade são apenas masculinos, ou por ciclos estimulados, quando os fatores que causam alterações na fertilidade são femininos ou de ambos os parceiros.

Os ciclos estimulados são os realizados com o uso de medicamentos hormonais, procedimento conhecido como estimulação ovariana, que tem como objetivo estimular o desenvolvimento de mais folículos, obtendo, dessa forma, mais óvulos para a fecundação.

A estimulação ovariana é fundamental quando há distúrbios de ovulação, caracterizados por dificuldades no crescimento do folículo e liberação dos óvulos. Eles podem ser causados por diferentes condições, incluindo endometriose nos estágios iniciais e infecções no colo uterino (cervicite).

O desenvolvimento dos folículos é acompanhado por exames de ultrassonografia transvaginal, realizados a cada dois ou três dias, permitindo indicar o momento que eles atingem o tamanho ideal para serem induzidos, também por medicamentos hormonais, à ovulação, que ocorre em cerca de 36 horas.

Em ambos os casos, ciclo natural ou estimulado, os espermatozoides são capacitados por diferentes métodos de preparo seminal. No ciclo estimulado, o processo ocorre simultaneamente à indução da ovulação.

Para isso, amostras do sêmen do parceiro são coletadas e submetidas ao processo de preparo, que permite selecionar os melhores e concentrar a quantidade ideal dos que possuem maior motilidade (movimento) e morfologia (forma).

Posteriormente eles são inseridos em um cateter e depositados no útero. O procedimento é bastante simples, realizado com o auxílio de um ultrassom na própria clínica de reprodução assistida, com a mulher em posição ginecológica e apenas sob sedação. Logo após, ela é liberada e pode retornar às atividades normais.

O sêmen de doadores também é submetido ao preparo seminal antes da inseminação no útero.

Assim, na IA, da mesma forma que os espermatozoides são selecionados e concentrados, possibilitando maiores chances de alcançarem óvulos de melhor qualidade a partir da estimulação ovariana, o fato de serem depositados diretamente no útero os aproxima das tubas uterinas, contornando os problemas de infertilidade que possam estar presentes.

Como na IA a fecundação acontece naturalmente, as taxas de sucesso acompanham às da gestação espontânea: entre 20% e 25% a cada ciclo. O tratamento pode ser repetido por até 3 ciclos. Depois disso perde em eficácia e a recomendação passa a ser a fertilização in vitro.

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