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Miomas sempre causam infertilidade?

Assim como é comum a associação entre endometriose e infertilidade, logo que falamos em miomas vem à mente a ideia de que essa doença possa deixar a mulher infértil. De fato, alguns tipos de miomas colocam em risco a capacidade reprodutiva, uma vez que podem crescer de forma incomum e alterar as características anatômicas do útero.

Os miomas, ou leiomiomas, são tumores de caráter benigno, responsivos à ação dos hormônios sexuais, principalmente o estrogênio, portanto são comuns durante a idade reprodutiva da mulher. Eles são compostos por tecido de musculatura lisa e se projetam a partir do miométrio — camada intermediária da parede uterina.

Há diferentes tipos de miomas, sendo classificados conforme o local do útero em que se desenvolvem. As chances de infertilidade são maiores quando os tumores crescem em direção ao endométrio, camada interna do útero, adjacente ao miométrio.

Confira, neste texto, qual é a relação entre miomas e infertilidade feminina e veja de que maneira podemos tratar a doença para aumentar as chances de gravidez!

O que caracteriza a infertilidade?

A infertilidade é caracterizada pela ausência de concepção após um ano de tentativas, tendo em vista a prática frequente de relações sexuais sem fazer uso de nenhum método de contracepção. Milhões de casais no mundo todo lidam com essa dificuldade e precisam de ajuda médica especializada para descobrir as causas do problema.

Os fatores de infertilidade podem ser identificados tanto na mulher quanto no homem, em igual proporção. As causas são diversas e incluem doenças estruturais nos órgãos reprodutores, disfunção hormonal, infecções etc. Assim, para descobrir se é infértil e encontrar a origem dessa condição, o casal deve realizar uma série de exames.

Nas mulheres, as causas mais comuns de infertilidade são endometriose, síndrome dos ovários policísticos (SOP), doenças uterinas (miomas, pólipos, adenomiose e malformações congênitas) e infecções pélvicas que podem levar à obstrução das tubas uterinas e inflamação do útero (endometrite). A idade é outro importante fator que reduz o potencial de reprodução da mulher, com declínio progressivo a partir dos 35 anos.

Por sua vez, a infertilidade masculina é principalmente causada por varicocele (varizes nos testículos) e infecções no trato genital, como orquite, epididimite e uretrite. Distúrbios hormonais, dificuldades sexuais e desordens ejaculatórias também podem impactar a capacidade reprodutiva do homem.

Quais são os tipos de miomas?

Os miomas diferem quanto à sua localização em relação à parede do útero. Assim, são classificados como:

Submucosos

Os miomas submucosos crescem em direção à camada endometrial, isto é, a parte mais interna do útero. O endométrio é o tecido onde o embrião se implanta no início da gestação. Então, esse é o tipo da doença mais associado à dificuldade de engravidar. Além disso, os sintomas também são mais intensos em comparação com os outros tipos, sobretudo o sangramento uterino anormal.

Intramurais

Os tumores intramurais se desenvolvem propriamente na parede do útero. Nem sempre esse quadro apresenta sintomas ou prejudica a fertilidade feminina. Entretanto, existem casos em que os miomas intramurais crescem a ponto de distorcer a anatomia uterina, além de provocar cólicas, sangramento intenso e dificuldades reprodutivas.

Subserosos

Os miomas subserosos se formam na parte externa do útero. São comumente assintomáticos, mas, como estão próximos à cavidade abdominal, podem tomar grandes proporções e exercer compressão sobre os órgãos vizinhos, como bexiga e intestinos, levando às alterações funcionais dessas estruturas.

Por que os miomas podem causar infertilidade?

A relação entre miomas e infertilidade está na modificação da estrutura uterina, com efeitos adversos tanto na implantação do embrião quanto na evolução segura da gravidez. Os leiomiomas configuram um risco aumentado para infertilidade, mas isso nem sempre acontece. É possível engravidar com miomas e ter uma gestação sem intercorrências. Contudo, o acompanhamento médico especializado se faz necessário em boa parte dos casos.

Quanto mais próximo à cavidade uterina o mioma cresce, maiores são as chances de dificuldades reprodutivas. O diagnóstico de miomas submucosos está mais associado à infertilidade, visto que os tumores afetam o endométrio e alteram sua arquitetura. Dessa forma, além das falhas de implantação, há risco de aborto e parto prematuro.

Como os miomas são tratados?

Há diferentes formas de tratamento para os miomas. Cada caso é avaliado em suas características para definir a conduta mais adequada, considerando idade, intensidade dos sintomas, número e tamanho dos tumores, comprometimento dos órgãos vizinhos e intenção de gravidez da paciente.

Casos assintomáticos podem ser tratados com conduta expectante e acompanhamento periódico para intervir de forma precoce se a doença avançar. Por sua vez, pacientes que sofrem com os sintomas podem fazer tratamento medicamentoso ou cirúrgico.

Entre os fármacos prescritos estão os contraceptivos orais combinados, medicamentos à base de progesterona e dispositivo intrauterino hormonal (DIU Mirena). Com esse tipo de intervenção, é possível reduzir a ação do estrogênio, controlar o sangramento uterino anormal e evitar o crescimento dos tumores.

A cirurgia para remoção dos miomas, chamada de miomectomia, é indicada quando os tumores crescem de modo incomum, apresentam sintomas intensos e não responsivos aos medicamentos ou quando a paciente deseja engravidar. A cirurgia pode ser feita por videolaparoscopia ou histeroscopia.

Na reprodução assistida, os casos de infertilidade por fator uterino são encaminhados para a fertilização in vitro (FIV). Trata-se de um tratamento avançado, de alta complexidade, que consiste em várias etapas realizadas em laboratório para conduzir o processo de concepção. Em geral, as taxas de sucesso são altas, mesmo diante de doenças como os miomas.

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