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O que é abortamento de repetição?

Ter um aborto é uma experiência traumática para a mulher e para toda a família. Além da frustração, ela pode causar depressão, ansiedade e afetar o relacionamento conjugal. Porém, alguns casais passam por esse episódio mais de uma vez. Quando um casal apresenta dois ou mais abortamentos, recebe o diagnóstico de abortamento de repetição.

Ao final da leitura, você saberá o que é abortamento e o que o caracteriza como de repetição, e ainda, as suas principais causas e possíveis tratamentos.

O que é abortamento de repetição?

O abortamento é a interrupção da gravidez até a 20ª semana ou quando o feto pesa até 500 gramas. Aborto é o produto da concepção eliminado durante o episódio. Quando há 2 ou mais casos consecutivos e espontâneos, ele é chamado de abortamento de repetição.

Os termos “abortamento” e “aborto” são, muitas vezes, empregados como sinônimos. Porém, o primeiro refere-se ao processo e o segundo ao produto do abortamento.

Existem diversas causas e condições clínicas ligadas a essa questão. Na maior parte dos casos, não é possível apontar o motivo do abortamento espontâneo.

No entanto, existem alguns fatores de risco. A idade da mulher é um deles, pois os óvulos envelhecem e os “mais antigos” têm uma maior probabilidade de carregar problemas genéticos. Além disso, mulheres que já passaram por um abortamento são mais propensas a terem essa experiência novamente.

Como a condição é diagnosticada?

Ao identificar que a mulher passou pelo segundo abortamento, é importante que o casal procure ajuda médica especializada. As causas do aborto de repetição são multifatoriais, sendo as principais de origem genética, infecciosa, imunológica, uterina e endócrina. Saiba mais detalhes sobre cada uma, a seguir.

Causas genéticas

As anomalias genéticas estão entre as principais causas de abortamentos de repetição. Ela pode acontecer por problemas na divisão embrionária, gametas anormais ou doenças genéticas hereditárias, por exemplo. Para confirmar o diagnóstico, é recomendado que o casal faça um exame de sangue para descobrir a presença de alguma alteração cromossômica numérica ou estrutural.

Causas infecciosas

As causas infecciosas, em geral, são uma consequência de um processo infeccioso.

Causas imunológicas

O principal fator imunológico ligado ao aborto de repetição é a síndrome do anticorpo antifosfolípide (SAF). Ela é uma doença autoimune responsável pela formação de coágulos nas artérias, veias, órgãos e casos de tromboses recorrentes. O diagnóstico é feito por uma avaliação dos anticorpos da mãe e da presença de trombofilia hereditária.

Causas uterinas

Casos de malformações uterinas também estão entre as causas de abortamento de repetição. A presença de anormalidades congênitas não torna a mulher infértil, no entanto, elas dificultam a gravidez. Entre os casos mais comuns estão:

  • útero bicorno (o tipo mais frequente, sendo caracterizado pela mudança no formato do útero de pera para coração);
  • útero unicorno (o sistema reprodutor conta com apenas uma tuba uterina e metade do tamanho do útero);
  • útero septado (o caso menos frequente, onde o útero é dividido em dois por um septo).

Além disso, pólipos e miomas, apesar de serem tumores benignos, em casos graves, podem aumentar os riscos de abortamento de repetição. Dependendo da sua localização e tamanho, eles podem dificultar a implantação do embrião e deformar a cavidade uterina.

O exame ginecológico e a ultrassonografia transvaginal são os métodos mais utilizados para diagnosticar anomalias uterinas congênitas, miomas e pólipos.

Causas endócrinas

O sistema endócrino regula a produção dos hormônios, como os ligados a capacidade reprodutiva. Entre eles estão a progesterona e o estradiol, fundamentais ao longo da gravidez. Entre as suas funções estão a manutenção de um ambiente favorável para a implantação do embrião no útero materno.

Dessa forma, o desequilíbrio hormonal pode afetar diretamente a gestação. Além disso, outros problemas hormonais estão relacionados ao aborto de repetição, como pólipos uterinos, diabetes mellitus (quando está descontrolada) e hipertireoidismo e hipotireoidismo.

Existe tratamento para casos de abortamento de repetição?

Por ser multifatorial, vários tratamentos podem ser considerados. No entanto, em grande parte das vezes, o diagnóstico é difícil. Casos de distúrbios hormonais e trombofilia devem ser tratados, preferencialmente, antes de uma nova tentativa de gravidez. E o tratamento de causas uterinas são cirúrgicos.

A FIV (fertilização in vitro) é uma alternativa muito procurada por casais que passaram por abortamentos de repetição. Para fazer um estudo genético dos embriões, o teste genético pré-implantacional (PGT) pode ser realizado durante a FIV. Com isso, apenas aqueles que não apresentarem alterações genéticas serão transferidos para o útero materno.

O abortamento de repetição abala emocionalmente toda a família, em especial, a mulher. Muitas desistem de engravidar devido a frustração. As causas podem ter origem genética, infecciosa, imunológica, uterina e endócrina. Com relação aos tratamentos, o que mais se destaca é a FIV, devido a sua alta taxa de sucesso.

A interrupção da gravidez é um tema complexo e envolve diversos fatores. Por isso, o conhecimento é fundamental para que ele seja discutido da forma correta. Agora que você sabe mais sobre o assunto, compartilhe o artigo nas suas redes sociais!

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