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O que é clamídia?

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem mais de 30 bactérias transmissíveis por meio de relações sexuais, e todos os dias há mais de um milhão de contaminações por infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) no mundo.

A maior parte das ISTs, porém, é assintomática ou tem sintomas muito leves, o que faz com que elas não sejam facilmente identificadas. Muitas dessas doenças podem também causar consequências à saúde reprodutiva da mulher, sobretudo em países em desenvolvimento.

Uma das ISTs mais comuns é a clamídia, uma doença muitas vezes silenciosa, mas que está entre as maiores causas de doença inflamatória pélvica e de infertilidade feminina.

Neste texto, vamos falar sobre a clamídia, seus principais sintomas e formas de tratamento. Continue a leitura para saber mais.

Entenda o que é a clamídia

A clamídia é uma IST causada pela bactéria Chlamydia trachomatis (CT). Estima-se que existam cerca de 92 milhões de casos da doença no mundo, sobretudo entre jovens e adolescentes com vida sexual ativa.

A clamídia ocorre tanto em homens quanto em mulheres, mas as consequências são mais graves para a população feminina, uma vez que a infecção pode causar infertilidade na mulher, além de ser transmitida da mãe para o feto durante o parto.

Como uma IST, a clamídia pode ser transmitida via relação sexual desprotegida A contaminação pode ocorrer mesmo que o paciente seja assintomático, e a doença é capaz de atingir não só os órgãos genitais, mas também o reto, a garganta e os olhos.

Neste último caso, a infecção ocorre quando o paciente passa as mãos contendo secreção contaminada com a bactéria. No caso dos bebês que contraem a infecção durante o parto, há a possibilidade de contrair conjuntivite, que deve ser tratada imediatamente para que não evolua para cegueira.

Saiba quais são os sintomas da doença

Cerca de 70% das mulheres com clamídia não apresentam sintomas. Nas que manifestam a doença, podem ocorrer:

  • Dor durante a micção;
  • Dor nas relações sexuais;
  • Vontade constante de urinar;
  • Corrimento vaginal amarelado;
  • Dor na parte inferir do abdômen;
  • Sensibilidade, dor e secreção no ânus, quando a infecção afeta a região retal.

Nos homens, são comuns a ardência ao urinar, corrimento ou pus no pênis e dor nos testículos. Quando a infecção atinge a garganta, seja em homens ou mulheres, a clamídia não apresenta sintomas. É importante ressaltar que o paciente pode transmitir a doença mesmo quando é assintomático.

Diagnóstico

Os sintomas clínicos são o primeiro fator que o médico avaliará e que pode fazer surgir a desconfiança de clamídia. A confirmação do diagnóstico se dá por exames que analisam uma amostra da secreção do órgão afetado pela infecção.

Clamídia e saúde reprodutiva

Os sintomas da clamídia podem desaparecer em algumas semanas, mesmo que a doença não seja tratada. No entanto, quando isso ocorre a infecção pode causar séria consequências à saúde reprodutiva no longo prazo. Algumas dessas consequências são:

  • Doença inflamatória pélvica (DIP), que atinge o útero, tubas uterinas e, em alguns casos, também os ovários e a corrente sanguínea;
  • Abscesso tubo-ovariano, que pode levar à infertilidade por conta de obstruções das tubas ou aderências pélvicas. Ocorre em cerca de 20% dos casos de DIP;
  • Gravidez ectópica (fora do útero);
  • Complicações na gravidez, como parto prematuro, aborto espontâneo ou inflamação do endométrio (endometrite);
  • Infertilidade;

Como tratar e prevenir a infecção

A clamídia é uma doença facilmente curável se detectada precocemente. O tratamento é realizado por meio de antibióticos e a recomendação é que o(s) parceiro(s) do paciente também passe(m) pelo tratamento. É recomendado ainda que ambos se abstenham de relações sexuais por pelo menos uma semana.

No entanto, o tratamento com antibióticos trata somente a infecção, não os danos permanentes que ela possa ter causado, como a aderência nas trompas ocasionada pela DIP. Por esse motivo, é essencial procurar um médico assim que identificar os primeiros sintomas, favorecendo o diagnóstico precoce e consequente tratamento antes que surjam complicações.

Para prevenir a clamídia, tanto homens quanto mulheres devem praticar o sexo seguro, com o uso de preservativos em todas as relações e evitando práticas como a troca constante de parceiros e relações com profissionais do sexo. Essa mesma conduta deve ser adotada também para prevenir outras ISTs, como gonorreia, sífilis e infecções por HPV.

Como a reprodução assistida pode ajudar

Nos casos em que a clamídia causou danos irreversíveis que levaram à infertilidade, mas o casal deseja ter filhos, é possível recorrer a técnicas de reprodução assistida.

A principal delas é a fertilização in vitro (FIV), na qual os gametas femininos e masculinos – óvulos e espermatozoides, respectivamente – são coletados para que a fecundação seja feita em laboratório. Apenas depois de alguns dias de cultivo dos embriões, também in vitro, eles são transferidos para o útero da mulher, na expectativa de se conseguir uma gravidez.

A clamídia, portanto, é uma doença de fácil tratamento e prevenção, que atinge homens e mulheres, porém é preciso ficar atento aos sintomas para garantir que ela seja diagnosticada o quanto antes. Se você quiser saber mais sobre essa e outras infecções que podem atingir o trato genital masculino, toque aqui.

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