A implantação é um processo que ocorre dentro do útero para que uma gestação se inicie. Depois que o espermatozoide fecunda o óvulo nas tubas uterinas, o embrião é formado e transportado até a parte interna do útero, que é revestida por um tecido muscular chamado endométrio.
Para que a gestação se inicie, o embrião precisa se fixar no endométrio, pois é ali onde ele vai começar a se desenvolver. Este processo é chamado de implantação embrionária ou nidação. Em casos de FIV, quando ele não acontece, consequentemente a gestação não se inicia, é o que se dá o nome de falha de implantação.
Continue lendo este conteúdo para mais informações sobre este problema, suas causas e os recursos para evitá-lo:
Para entender o que é a falha de implantação, é preciso ter conhecimento sobre o endométrio e sua relação com a fertilidade feminina.
O endométrio é um tecido glandular que reveste a parede interna do útero. Sua função principal é receber o embrião recém fecundado para que ele comece a se desenvolver. Para que isso seja possível, o endométrio passa por algumas transformações ao longo do ciclo menstrual.
Pouco antes da ovulação, o tecido é estimulado pelos hormônios femininos e tem sua espessura aumentada para que o embrião consiga se fixar ali. Quando isso acontece, a gestação se inicia. Quando não acontece, há uma queda hormonal natural, que faz com que o endométrio descame para voltar à sua espessura normal, e então ele é eliminado na menstruação.
Este período em que o tecido está mais espesso e que há um nível hormonal maior no organismo da mulher é chamado de janela de implantação, que ocorre entre o 19º e o 21º dia de um ciclo menstrual regular. É importante não a confundir com a janela da fertilidade.
Quando o embrião fecundado chega ao útero no período da janela de implantação, a nidação ocorre e a gestação se inicia. Se ele chega fora deste período, ou se existe algum outro problema que impeça a fixação, acontece o que chamamos de falha de implantação.
Diversos fatores podem ser responsáveis por essa falha. Os três principais são a falta de receptividade endometrial, as alterações uterinas e causas genéticas.
Uma das causas mais comuns é a falta de receptividade endometrial, ou seja, quando o embrião chega ao endométrio fora da janela de implantação. Isso é comum entre as mulheres que têm um ciclo menstrual irregular e entre aquelas que estão passando por alterações hormonais.
Malformações uterinas e doenças relacionadas ao órgão também podem causar falha de implantação embrionária. É o caso de miomas, pólipos endometriais, endometrites, entre outros.
Essas doenças afetam o endométrio e outras partes do útero, prejudicando a receptividade ou mesmo dificultando a implantação pelo fato de o embrião não encontrar espaço para se fixar.
Outro fator que comumente causa a falha de implantação são os problemas genéticos do embrião. É normal que os embriões tenham 46 cromossomos, e quando eles apresentam um número maior ou menor que este são chamados de aneuploides.
Este problema é causado quando há alguma malformação nos gametas masculinos ou femininos. Em grande parte dos casos, os embriões aneuploides não conseguem se implantar. Quando conseguem, eles formam fetos com cromossomopatias — como síndrome de Down, por exemplo.
Assim como é comum nas tentativas naturais de gravidez, a falha de implantação também pode ocorrer na reprodução assistida. Isso acontece porque não é possível ter controle sobre este processo.
Mesmo na fertilização in vitro, que é uma técnica na qual praticamente todos os procedimentos são realizados em laboratório — incluindo a fecundação e o cultivo embrionário —, não é possível manipular a nidação.
Depois que o embrião é transferido para o útero, ele precisa encontrar o endométrio e se implantar de forma natural. O que pode ser feito para evitar a falha é identificar sua causa e solucioná-la.
Para minimizar as possibilidades de acontecer a falha de implantação, é necessário saber qual é a causa deste problema. Se a questão for uma alteração uterina, por exemplo, a indicação é tratá-la antes de tentar engravidar ou realizar uma técnica de reprodução assistida, até mesmo para evitar abortamentos espontâneos ou partos prematuros.
Temos ainda que excluir infecções e causas imunológicas. A qualidade embrionária também tem que ser avaliada adequadamente e finalmente a interação entre o embrião e o endométrio deve ser cuidadosamente pesquisada com avaliações hormonais e ultrassonográficas adequadas e em casos selecionados devemos pesquisar o teste ERA — endometrial receptivity array, ou teste de receptividade endometrial. Ele consegue identificar se o endométrio está na janela de implantação, ou se está antes ou depois deste período.
Para isso, são coletados fragmentos do tecido para que seja feita uma biópsia. Este teste é um recurso para aumentar as chances de sucesso da fertilização in vitro, pois assim o médico consegue identificar se é necessário alterar a dosagem hormonal durante o processo e encontrar o melhor momento para a transferência do embrião.
Se busca mais informações sobre o procedimento, continue aqui no site e leia o conteúdo sobre a fertilização in vitro (FIV).