O exame preventivo ou citologia cervicovaginal é um exame amplamente conhecido como papanicolaou. Uma curiosidade: o exame recebe esse exame, pois seu idealizador chamava-se Georgios Papanikolaou. Esse exame nos ajuda a identificar precocemente o câncer do colo uterino.
O câncer do colo do útero é o terceiro tipo mais frequente do Brasil, ficando atrás apenas do câncer de mama e do colorretal. Cerca de 16 mil mulheres brasileiras são diagnosticadas com a doença anualmente, que pode causar infertilidade e morte.
O câncer do colo uterino é causado por uma infecção decorrente de alguns tipos do HPV, que é dividido em mais de 100 variações. Entre eles, 14 são considerados de alto risco. Cerca de 70% das ocorrências de câncer são decorrentes dos tipos 16 e 18.
Em geral, o câncer do colo do útero é assintomático em sua fase inicial. Quando ele atinge estágios mais avançados, os sintomas mais recorrentes são:
Ele detecta a presença de lesões precursoras que podem evoluir e se tornar o câncer do colo do útero. A sua principal forma de transmissão é pelo Papilomavírus Humano (HPV), considerado o grupo de vírus mais comum do mundo.
Neste artigo, vamos mostrar o que o papanicolaou identifica e qual deve ser a conduta apropriada em caso de resultado positivo. Mas antes, precisamos saber o que é e como esse exame é realizado. Vamos lá?
O papanicolaou é um exame preventivo utilizado para detectar alterações celulares do colo do útero, que podem evoluir para o câncer do colo do útero, também conhecido como câncer cervical. Ele é a principal ferramenta para detectá-la precocemente e diminuir os casos de mortalidade.
Ele deve ser realizado caso a mulher apresente sintomas ou não. Os principais fatores de risco de câncer cervical estão relacionados ao tabagismo e mulheres que usam pílulas anticoncepcionais por muitos anos, iniciaram precocemente a vida sexual ou possuem múltiplos parceiros.
Fazer o exame periodicamente é a chave para diminuir os casos de câncer. O ideal é que os 2 primeiros exames sejam anuais e, caso ambos estiverem normais, a frequência passa a ser a cada 3 anos.
O papanicolaou é realizado no consultório médico. O exame é rápido e indolor, mas pode causar desconforto em algumas mulheres. O profissional analisa visualmente o interior da vagina e do colo do útero e coleta algumas células da região para análise laboratorial.
O câncer de colo de útero pode causar morte, porém, os riscos diminuem consideravelmente se ele for diagnosticado e tratado precocemente. O papanicolaou consegue identificar o câncer no seu estágio inicial para prevenir a sua evolução. Atualmente, se o câncer for diagnosticado em seu estágio inicial, a chance de cura é de 100%.
O exame também é importante para evitar a contaminação pelo HPV. Ele é transmitido por meio da relação sexual e do contato com a pele da região genital e anal. A melhor forma de prevenção é pelo uso de preservativos masculino ou feminino.
O resultado do exame pode ser negativo ou positivo. No primeiro caso, nenhuma alteração foi detectada e a conduta indicada é fazer o papanicolaou novamente daqui a 1 ou 3 anos, de acordo com a orientação médica.
O resultado positivo não significa que a mulher está com câncer, e sim que existe uma infecção por HPV ou uma lesão precursora do câncer do colo uterino. Nesses casos, o médico deve ser consultado para que ele passe as recomendações necessárias e solicite exames complementares.
Para confirmar a presença e o grau das alterações celulares, os exames complementares mais pedidos são a colposcopia e a pesquisa dos sorotipos do HPV.
A colposcopia é realizada com um aparelho chamado colposcópio, que funciona como uma lente de aumento para uma visualização melhor do colo do útero e da vagina. O objetivo é investigar lesões anormais na região. Durante o exame também é retirada pequenas amostras do local para biópsia.
O tratamento é definido a partir do resultado dos exames, o estágio da doença, a localização das lesões, a idade da paciente, entre outros fatores. Entre as opções de tratamento para os casos confirmados de câncer do colo do útero estão: cirurgia, radioterapia e quimioterapia.
O papanicolaou é realizado periodicamente para detectar alterações do colo do útero, como câncer ou infecções sexualmente transmissíveis. De maneira indireta, elas podem causar a infertilidade feminina.
Mulheres com HPV no organismo podem engravidar naturalmente. Porém, se ela for infectada pelo vírus do HPV e pela bactéria da clamídia, por exemplo, o risco de infertilidade por problemas tubários é maior. Outras infecções que também são transmitidas pela relação sexual sem proteção podem prejudicar a fertilidade feminina.
Assim, a prevenção do HPV com uso de preservativos também acaba prevenindo infeções que podem causar alterações das tubas uterinas.
Para mulheres diagnosticas com câncer que passarão pelo tratamento com radioterapia ou quimioterapia e que apresentam desejo reprodutivo é recomendado que elas façam uma preservação da fertilidade. Essa preservação pode ser realizada com cirurgias menos invasivas realizadas pelo seu cirurgião oncológico, com intuito de preservar o útero e ovários; além disso, podemos cogitar congelar os óvulos para que eles sejam utilizados no futuro em uma FIV (fertilização in vitro).
O papanicolaou é muito importante para a saúde da mulher e a sua periodicidade não deve ser negligenciada. O câncer do colo do útero é curável se for diagnosticado precocemente com o auxílio desse exame.
Muitas mulheres sentem medo ou vergonha de fazer o papanicolaou. Nesses casos, o acesso à informação é o caminho para a redução dos índices desse tipo de câncer. Por isso, que tal compartilhar esse artigo nas suas redes sociais?