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O que são folículos antrais?

O sistema reprodutor feminino é formado, essencialmente, pelos ovários, tubas uterinas, útero e vagina. Cada um desempenha um papel importante na gravidez.

Os ovários, por exemplo, são as glândulas sexuais. São responsáveis pelo armazenamento dos folículos (cavidades repletas de líquido que guardam os óvulos – cada folículo contém apenas 1 único óvulo) e pela secreção dos hormônios progesterona e estrogênio.

Todas as mulheres já nascem com uma quantidade de folículos. Ela se torna menor após a puberdade e em cada ciclo menstrual: mensalmente, desde a puberdade, a cada ciclo menstrual, vários folículos entre os armazenados crescem, no entanto apenas um deles se torna dominante, amadurece e rompe liberando o óvulo (ovulação), enquanto os outros são naturalmente eliminados.

Por isso a capacidade reprodutiva feminina diminui com o envelhecimento e, após a última menstruação, evento que marca o início da menopausa, os ovários entram em falência.

Saiba o que são folículos antrais e conheça a importância deles para a reprodução. É só continuar a leitura!

O que são folículos antrais?

O folículo antral, é um dos estágios de desenvolvimento do folículo ovariano. Após a puberdade, um número de folículos é estimulado a crescer. Os óvulos armazenados em cada um, ainda imaturos, são envolvidos por camadas de células foliculares. O processo de crescimento e maturação dos folículos é controlado por diferentes hormônios e denominado foliculogênese. Veja abaixo o passo a passo do desenvolvimento folicular:

 

1-A partir da puberdade, todos os meses, durante o ciclo menstrual, estimulado pelo hormônio folículo-estimulante (FSH), um pequeno grupo de folículos primordiais inicia o processo de crescimento folicular, que compreende modificações das células foliculares e dos óvulos. O óvulo cresce rapidamente durante essa primeira etapa e as células foliculares se dividem por mitose, mecanismo que garante o crescimento e a renovação das células, formando uma camada única. O folículo passa, então, a ser chamado de ‘folículo primário unilaminar’, ou seja, com uma única lâmina ou camada.

 

2-  As células foliculares continuam a proliferar, aumentando o número de camadas celulares, originando um epitélio estratificado em torno do óvulo, conhecido como camada granulosa. Nessa fase, o folículo é chamado ‘folículo primário multilaminar ou folículo pré-antral’ e algumas células do tecido conjuntivo que o circundam externamente formam a camada de células alongadas chamada de teca interna. Também ocorre a formação da zona pelúcida, uma fina camada de glicoproteínas produzidas pelas células da granulosa, que envolve o óvulo, responsável por garantir a penetração de somente um único espermatozoide durante o processo de fertilização.

 

3- À medida que os folículos crescem, secretam um líquido, conhecido como líquido folicular, que se acumula entre as células, formando pequenas cavidades (antros) preenchidas por ele. Com o desenvolvimento e amadurecimento, os vários pequenos antros se unem, formando um único e grande antro. Os folículos passam, então, a ser denominados folículos secundários ou folículos antrais. Enquanto os folículos se diferenciam e desenvolvem, os óvulos também crescem em tamanho até o início da fase de folículo antral, quando o crescimento é interrompido e, por indução do hormônio LH, ocorre o amadurecimento final e a ruptura da parede do folículo, liberando-o para ser capturado pelas tubas uterinas e fecundado pelo espermatozoide.

Função dos folículos antrais na fertilidade

Em um ciclo natural, geralmente apenas um folículo antral se torna dominante e amadurece para ovular. Ele é que vai garantir a liberação do óvulo para que o encontro com o espermatozoide aconteça.

Após o pico de LH, que funciona como uma espécie de gatilho para a ovulação, acontece o período de maior fertilidade, quando os espermatozoides presentes no organismo feminino podem fecundar o óvulo.

O óvulo liberado é capturado pelas tubas uterinas, enquanto os espermatozoides viajam pelo útero para encontrá-lo. Após a fusão, o óvulo se transforma em zigoto, também chamado célula-ovo, que inicia sucessivas divisões celulares formando o embrião, enviado posteriormente pelas tubas uterinas ao útero, onde implanta no endométrio, camada que reveste o órgão internamente.

O endométrio, da mesma forma, é preparado durante o ciclo menstrual. Estimulado pela ação do estrogênio, se torna mais espesso para receber o embrião. O folículo que antes abrigava o óvulo também exerce uma função importante: secreta progesterona, que atua no espessamento final do endométrio.

Assim, a quantidade de folículos antrais é que vai determinar a capacidade reprodutiva da mulher, sendo, portanto, um importante marcador da fertilidade feminina.

Para avaliar a reserva ovariana, ou seja, a quantidade de folículos antrais presentes nos ovários, diferentes exames podem ser realizados. O primeiro a ser solicitado geralmente é a ultrassonografia transvaginal, que permite da detecção de folículos menores à contagem dos folículos antrais.

Os níveis da reserva ovariana também podem ser determinados pela avaliação do hormônio antimülleriano. Ele é produzido pelas células da granulosa dos folículos pré-antrais e antrais. Está, portanto, presente em todas as fases do desenvolvimento folicular.

A quantidade de folículos também pode ser definida a partir do nível sérico do hormônio folículo-estimulante (FSH). Os resultados apontam a resposta ovariana naquele ciclo. Além disso, a inibina-B, proteína produzida pelas células dos folículos em crescimento e o estrogênio, por contribuir para regular os níveis FSH, também pode ser avaliada.

Os testes para avaliação da reserva ovariana são os primeiros a serem solicitados quando há suspeita de infertilidade feminina. Eles, entretanto, não possibilitam avaliar a qualidade dos óvulos, que naturalmente diminui com o envelhecimento ou por outras condições, entre elas a inflamação dos ovários (ooforite), geralmente resultante de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), como clamídia e gonorreia.

Folículos antrais e reprodução assistida

Em todas as técnicas de reprodução assistida, a primeira etapa do tratamento é a estimulação ovariana, um procedimento que utiliza medicamentos hormonais com o objetivo de estimular o desenvolvimento e amadurecimento de mais folículos antrais, obtendo, dessa forma, mais óvulos para a fecundação.

Nas técnicas de baixa complexidade – relação sexual programada (RSP) e inseminação artificial –, como a fecundação acontece naturalmente, nas tubas uterinas, processo denominado in vivo, são administradas dosagens mais baixas, para obter mais folículos antrais e até três óvulos maduros.

Já na fertilização in vitro (FIV), técnica de maior complexidade, como a fecundação ocorre em laboratório, in vivo, as dosagens são mais altas, estimulando o desenvolvimento de mais folículos ainda.

Entenda como funciona o tratamento por fertilização in vitro tocando aqui.

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