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Anamnese na reprodução assistida

Ainda que a infertilidade acometa milhões de pessoas no mundo todo, muitas vezes o problema é descoberto tardiamente. Isso acontece porque nem sempre as doenças que causam alterações na fertilidade manifestam sintomas.

Assim, em boa parte dos casos, a procura de um especialista é realizada apenas após várias tentativas malsucedidas de engravidar. No entanto, embora a ausência de sintomas seja comum, algumas manifestações também podem funcionar como um sinal de alerta.

Dessa forma, é importante que os casais estejam sempre atentos aos sinais manifestados pelo corpo antes de recorrer ao auxílio médico. Eles são, do mesmo modo, importantes para a investigação inicial e definição do diagnóstico: a anamnese e o exame clínico são as etapas que estabelecem o primeiro contato com os pacientes.

Continue a leitura para entender mais sobre a anamnese e a sua importância na reprodução assistida.

O que é anamnese e quando é realizada?

Anamnese é a entrevista inicial do médico com o paciente. A palavra tem origem na língua grega: Áná significa trazer de volta, recordar, enquanto Mnesis significa memória. Ou seja, trazer de volta à mente todos os fatos relacionados à doença e à pessoa doente.

Na prática clínica, tem como objetivo desde a lembrança de doenças pregressas até a identificação dos sintomas e sinais atuais, para entender, com a maior precisão possível, o quadro atual dos pacientes, que podem expressar suas sensações de forma mais muito mais fidedigna.

Embora o processo siga certo padrão de avaliação, vai muito além dos aspectos físicos, englobando características emocionais ou mesmo a linguagem corporal dos pacientes no momento da entrevista. Podemos estabelecer, dessa forma, uma relação de empatia e individualizar o tratamento, que é fundamental para o sucesso de qualquer intervenção médica.

A anamnese médica é, portando, fundamental para definição de um diagnóstico mais preciso e, consequentemente, da abordagem terapêutica mais adequada para cada paciente: de acordo com diferentes estudos, garante uma precisão diagnóstica que pode ser de até 80% em muitos casos.

Entenda como a anamnese acontece na reprodução assistida

Na reprodução assistida, como em todas as especialidades médicas, a anamnese é fundamental para a definição de um diagnóstico mais preciso e da estratégia de tratamento mais adequada para cada paciente.

Inicia com o registro de informações como idade de cada parceiro e tempo de infertilidade. Casais em idade mais avançada e com maior tempo de infertilidade, por exemplo, geralmente apresentam situações clínicas mais complicadas, que naturalmente exigem tratamentos mais avançados.

Também são pesquisados hábitos como alimentação, prática de exercícios, uso de substâncias químicas e histórico médico, com informações de qualquer doença pregressa, inclusive as que ocorreram na infância e as hereditárias, alergias, doenças crônicas, autoimunes, uso de medicamento, além de tratamentos ou possíveis cirurgias anteriores e processos infecciosos, entre eles as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

A sinceridade do casal nesse momento é particularmente importante, uma vez que essas informações contribuem para a definição do diagnóstico, garantindo, dessa forma, maior sucesso do tratamento e maiores chances de gravidez.

O histórico atual de infertilidade deve ser ainda relatado, como a frequência de relações sexuais sem o uso de preservativos e a manifestação de possíveis sintomas.

Nas mulheres, exemplos incluem irregularidades menstruais, como ciclos mais curtos ou longos do que o normal, com maior ou menor quantidade de fluxo, cólicas mais severas ou corrimento vaginal com odor mais forte. Já nos homens, entre os sintomas pode haver assimetria testicular, dor ou sensibilidade na região, secreção peniana leitosa ou aquosa.

Isso auxilia o médico a compreender fatores agravantes. É importante registrar os acontecimentos de forma cronológica, contribuindo, assim, para o especialista descartar hipóteses. Da mesma forma, devem ser informadas pesquisas ou possíveis tratamentos anteriores de infertilidade, dado fundamental para a definição da estratégia terapêutica.

Além da revisão dos sistemas reprodutores feminino e masculino, outros também são avaliados na anamnese, uma vez que as condições físicas podem interferir na fertilidade. Assim, o quadro geral dos pacientes, mesmo o que não apresenta sintomatologia, é igualmente investigado.

O exame físico também acontece durante a primeira consulta. Ele permite validar os achados da anamnese e determinar os exames que deverão ser realizados. É a soma das informações coletadas durante a anamnese com a comprovação pelo exame físico que possibilita o diagnóstico e a individualização do tratamento.

Nos casos em que o casal ainda não foi submetido a exames anteriores, geralmente os primeiros solicitados são a avaliação da reserva ovariana para as mulheres e o espermograma para os homens.

A avaliação da reserva ovariana determina a quantidade de folículos presente nos ovários no momento que o exame é realizado, incluindo os folículos antrais, ou seja, aqueles que possuem capacidade para posteriormente ovular.

Alterações na reserva ovariana podem ser causadas por diferentes patologias, levando à distúrbios de ovulação, principal causa de infertilidade feminina. Os resultados são importantes para orientar a realização de exames complementares.

Já o espermograma, exame que avalia a fertilidade masculina, permite a determinação de critérios como qualidade seminal, presença de espermatozoides nas amostras avaliadas, concentração, morfologia (forma) e motilidade (movimento), que são definidos percentualmente.

A partir dos resultados apontados pelos exames diagnósticos, é estabelecido o tratamento mais adequado para cada paciente, que pode ser realizado por técnicas de baixa complexidade – relação sexual programada (RSP) e inseminação artificial (IA) – ou de alta complexidade, a fertilização in vitro (FIV).

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