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Aspiração folicular: como é feita na FIV?

Quando há dificuldades em engravidar após 12 meses de relação sexual desprotegida, podemos falar em infertilidade, que atualmente é um desafio bastante comum. Cerca de 15% dos casais hoje apresentam dificuldades em engravidar.

As técnicas de reprodução assistida são consideradas o tratamento padrão para os problemas de infertilidade, tanto feminina como masculina. Fazem parte delas a relação sexual programada (RSP) ou coito programado, que busca estabelecer o período fértil ideal para as relações sexuais, a inseminação artificial (IA) ou inseminação intrauterina (IIU), na qual os espermatozoides, após serem selecionados, são depositados no útero materno, e a fertilização in vitro (FIV), que prevê a fecundação de óvulos e espermatozoides em laboratório.

A FIV, de alta complexidade, é a única em que a fecundação ocorre em laboratório, e a aspiração folicular é uma das etapas do tratamento, fundamental para a coleta dos óvulos que serão fecundados.

Saiba mais sobre a aspiração folicular e como ela é feita na FIV. É só continuar a leitura!

O que é aspiração folicular?

A técnica que possibilita a retirada de óvulos do ovário para serem fecundados é denominada aspiração folicular: o líquido dos folículos maduros é aspirado para que o óvulo seja posteriormente extraído e selecionado em laboratório.

Folículos são pequenas estruturas (cavidades em forma de saco) armazenadas nos ovários, nas quais o óvulo fica abrigado e se desenvolve ao longo do ciclo menstrual. As mulheres já nascem com uma reserva ovariana determinada, ou seja, uma quantidade de folículos, que diminui na puberdade e a cada ciclo menstrual.

A cada ciclo menstrual um folículo se desenvolve, amadurece, se rompe e o óvulo é liberado para que a fecundação possa ocorrer, processo conhecido como ovulação.

Com o objetivo de maximizar a probabilidade de uma gravidez bem-sucedida na FIV, um procedimento é utilizado para induzir o desenvolvimento e maturação de um número maior de folículos, garantindo, assim, vários óvulos viáveis em uma só coleta.

A estimulação ovariana, realizada pela administração de hormônios que promovem o crescimento dos folículos, é a primeira etapa da FIV. Após atingirem o tamanho ideal, indicado por exames de ultrassonografia periódicos, novos medicamentos hormonais induzem o folículo ao amadurecimento final e ao rompimento.

A ovulação ocorre aproximadamente 36 horas após a administração dos medicamentos, período em que o líquido folicular é aspirado. Esse procedimento é feito pouco antes do rompimento do folículo.

Como a aspiração folicular é realizada na FIV?

A aspiração folicular é bastante simples e geralmente realizada na própria clínica de reprodução assistida com a paciente em posição ginecológica e apenas sob sedação. O procedimento dura entre 5 minutos e 30 minutos, a depender da quantidade de oócitos a serem aspirados e da experiência do profissional que realiza o procedimento, e a paciente é liberada logo em aproximadamente 1 hora para ir para casa.

Para a aspiração folicular, uma agulha, conectada a um aparelho de sucção, é guiada cuidadosamente até os ovários com o auxílio de um ultrassom transvaginal, aspirando individualmente o líquido de cada folículo.

O líquido folicular aspirado é levado para o laboratório, quando, por meio de uma análise microscópica, os óvulos são identificados e selecionados os mais saudáveis para a fecundação.

Paralelamente à aspiração folicular e preparação dos gametas femininos é realizada também a coleta e preparação dos espermatozoides: amostras de sêmen são coletadas em recipientes estéreis por masturbação e, posteriormente, submetidas ao preparo seminal, técnica que utiliza diferentes métodos para capacitar e selecionar os melhores gametas masculinos.

Após a coleta, óvulos e espermatozoides são fecundados em laboratório. Existem dois métodos de fecundação: FIV clássica e ICSI. A fecundação na FIV clássica é feita em uma placa de Petri. Cada óvulo é posicionado na placa e uma grande quantidade de espermatozoides é colocada em volta dele para que a fecundação aconteça naturalmente.

A ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide) tem indicações específicas, principalmente para homens com alterações graves nos espermatozoides. Nesse método, cada espermatozoide selecionado é injetado diretamente no citoplasma do óvulo com o auxílio de uma agulha extremamente fina.

Os embriões formados são, então, cultivados em laboratório por até seis dias. O desenvolvimento é acompanhado diariamente e eles podem ser transferidos para o útero em dois estágios. A melhor estratégia, nesse caso, depende de cada caso, de acordo com os pacientes.

O primeiro estágio é conhecido como D3 ou clivagem. Nele, o embrião está entre o segundo e terceiro dia de desenvolvimento, possui cerca de 8 células, em processo de divisão celular. A transferência nesse estágio normalmente é indicada quando o embrião possui a saúde mais frágil, sendo mais favorável o seu desenvolvimento em ambiente uterino.

O segundo é chamado blastocisto ou D5. Nele, as células do embrião já estão formadas e divididas por função. Nessa etapa do embrião, é possível realizar diferentes procedimentos com o auxílio de técnicas complementares à FIV. Elas possibilitam solucionar problemas que podem resultar em falhas no tratamento, aumentando, consequentemente, as chances de sucesso gestacional.

A transferência, assim como a aspiração folicular, é bastante simples e realizada na clínica de reprodução assistida com a mulher sob sedação e em posição ginecológica. Os embriões são inseridos em um cateter e depositados no útero com o auxílio de um ultrassom para que a implantação aconteça (nidação): também é nessa etapa que o processo ocorre na gestação natural.

Os embriões que não forem transferidos (excedentes) podem ser congelados para uso no futuro.

Embora todas as técnicas de reprodução assistida possibilitem a obtenção da gravidez, a FIV é a que apresenta os percentuais mais altos de sucesso: em média 50% por ciclo de tratamento.

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