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Blastocisto e fertilização in vitro: qual a relação?

A fertilização in vitro (FIV) é a técnica de reprodução assistida mais realizada no mundo. Trata-se de uma técnica de alta complexidade em que a fecundação e o acompanhamento do embrião são realizados em laboratório, aumentando as chances de sucesso da gravidez.

O desenvolvimento embrionário após a FIV ocorre em incubadoras no laboratório, que mantém as condições ideais. O embrião se desenvolve por, aproximadamente, 5 dias antes da transferência para o útero. “Blastocisto” é o termo que indica um estágio do desenvolvimento embrionário.

Neste texto, vou explicar como a FIV é realizada e qual a relação dela com o blastocisto. Continue a leitura e confira!

Como é realizada a fertilização in vitro?

A FIV é realizada em algumas etapas. A última (o congelamento de embriões) pode ou não ocorrer, pois está relacionada ao número de embriões conquistados no ciclo e às condições da paciente de realizar a transferência embrionária logo após o estímulo ovariano.

Cerca de 24 horas após a fertilização já é possível observar se houve a fecundação do óvulo que dará início ao desenvolvimento embrionário. O primeiro estágio do embrião chama-se zigoto, que logo começa a se dividir em outras células, chamadas blastômeros. Inicialmente o embrião se divide em dois blastômeros e cada um desses se divide em mais dois blastômeros, em progressão geométrica. Esse processo de divisão celular, que proporciona o desenvolvimento do embrião, é chamado de clivagem.

O blastocisto é a fase do embrião a partir do 5° dia de desenvolvimento, período em que ocorre a implantação no útero em uma gravidez natural.

Blastocisto na FIV: qual é sua importância?

A quarta etapa da FIV é o cultivo de embriões, que consiste no acompanhamento dos óvulos fecundados. Os embriões são mantidos em um meio de cultura no laboratório que contém todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento em seus primeiros dias.

No terceiro dia (D3), o embrião, geralmente, está com 6 a 8 células. Os melhores embriões apresentam todas as células iguais e simétricas, com ausência de fragmentação. Em poucos casos, é indicada a transferência de embriões nesse estágio. Na maioria, são aguardados mais dois dias para realizar a transferência no estágio de blastocisto, fase em que eles já têm mais de cem células diferenciadas.

O processo natural de desenvolvimento do embrião em uma gestação espontânea começa após a fertilização do óvulo pelo espermatozoide na tuba uterina. À medida que o embrião recém-formado se desenvolve, ele se move lentamente em direção à cavidade uterina, que é revestida internamente pelo endométrio, onde finalmente o embrião se implantará. Esse processo leva aproximadamente de 5 a 7 dias, justamente quando o embrião atinge o estágio de blastocisto.

É importante destacar que as chances de engravidar dependem da qualidade dos embriões. Se a mulher e o homem tiverem gametas de boa qualidade, os embriões formados costumam ter boa qualidade, melhorando também as taxas de sucesso da FIV. Por outro lado, se o casal tem menor qualidade de gametas, a chance de sucesso também diminui.

A idade da mulher é um dos fatores que mais influenciam na qualidade dos gametas e na possibilidade de atingir o estágio de blastocisto. Em casais mais velhos, menos embriões são capazes de se desenvolver em cultura até o estágio de blastocisto.

Vantagens da transferência de embriões em estágio de blastocisto

  • Permite melhor seleção de embriões para transferência;
  • Melhor sincronia do estágio embrionário com o preparo do endométrio, o que aumenta as taxas de implantação;
  • Maior taxa de implantação de embriões e gravidez;
  • Pode aumentar as chances de gravidez para casais que já tentaram transferência de embrião no D3 e não obtiveram sucesso;
  • Para casais que têm indicação de análise genética embrionária, é possível fazer uma análise mais detalhada.

Desvantagens da transferência de embriões em estágio de blastocisto

  • Menor número de embriões congelados: apenas embriões com maiores chances de implantação ficariam armazenados;
  • Possibilidade de haver um número menor de embriões para transferência;
  • Risco de cancelamento de transferência por ausência de embriões.

Por essa razão, é importante estudar cada caso para indicar a melhor estratégia de transferência dos embriões. A definição do melhor dia é personalizada, pois depende das condições do casal.

Esse post tirou suas dúvidas sobre a relação do blastocisto com a FIV? Aproveite e leia nosso texto sobre injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI).

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