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Fecundação: como ocorre nas diferentes técnicas de reprodução assistida

Fecundação ou fertilização é o termo utilizado para denominar o processo em que óvulos e espermatozoides se fundem, iniciando o desenvolvimento do embrião.

O período de fecundação inicia com o encontro dos gametas e vai até a fusão do núcleo de ambos, processo que acontece nas tubas uterinas, mais especificamente na ampola tubária, parte mais dilatada.

Após a penetração do espermatozoide na membrana do óvulo, esse torna-se impenetrável para outros espermatozoides. Forma-se o pronúcleo feminino e o masculino, que se fundem, originando o zigoto ou célula-ovo.

O zigoto passa por diversas divisões celulares e se desenvolverá, originando um novo ser. Você sabia que é no momento da fecundação que ocorre a determinação do sexo cromossômico do embrião?

Continue a leitura e entenda como o processo ocorre nas técnicas de reprodução assistida, consideradas o tratamento padrão para pessoas que sofrem com infertilidade.

Entenda como a fecundação acontece nas diferentes técnicas de reprodução assistida

Atualmente os tratamentos de reprodução são realizados por três técnicas: relação sexual programada (RSP) ou coito programado, inseminação artificial (IA) ou inseminação intrauterina (IIU) e fertilização in vitro (FIV), classificadas como de baixa ou alta complexidade.

Elas são indicadas de acordo com o problema de infertilidade, feminina ou masculina, e com a idade da mulher.

As causas mais comuns de infertilidade feminina são os distúrbios de ovulação ou doenças que afetam o funcionamento normal dos órgãos reprodutores, como endometriose, miomas uterinos, pólipos endometriais e processos inflamatórios.

Já as causas masculinas geralmente estão relacionadas a alterações na estrutura dos gametas masculinos, como forma (morfologia) e movimento (motilidade), no sêmen, na produção dos espermatozoides (espermatogênese) ou no transporte deles. A doença mais comum que causa alteração da função dos espermatozoides é a varicocele.

Homens e mulheres também podem ter infertilidade provocada por distúrbios genéticos, como anormalidades cromossômicas que podem afetar ambos os gametas, resultando em falhas na implantação do embrião e abortamento.

Veja abaixo como a fecundação acontece em cada uma das técnicas de reprodução assistida e saiba quando elas são indicadas:

Relação sexual programada (RSP) ou coito programado

A RSP é considerada uma técnica de baixa complexidade, pois a fecundação acontece naturalmente, nas tubas uterinas, ou seja, in vivo. Por se natural é importante que as tubas uterinas estejam saudáveis, assim como os espermatozoides do parceiro.

É particularmente indicada para mulheres com até 35 anos, que ainda possuem boa reserva ovariana. Quanto aos diagnósticos, trata-se de um tratamento especialmente indicado para portadoras de distúrbios de ovulação. Outras indicações (nas quais esse tratamento é menos efetivo, mas ainda pode ser indicado) são endometriose nos estágios iniciais e com diagnóstico de infertilidade sem causa aparente (ISCA), quando as causas não puderam ser definidas pelos exames tradicionais.

Os dois principais objetivos são a estimulação ovariana e a programação do período mais adequado para intensificar a relação sexual.

A estimulação ovariana é um procedimento que utiliza medicamentos hormonais sintéticos, semelhantes aos hormônios naturais produzidos pelo organismo. Tem como propósito estimular o desenvolvimento e amadurecimento de mais folículos, cavidades em forma de saco que armazenam os óvulos, garantindo, assim, mais óvulos para fecundação.

É uma etapa comum a todas as técnicas de reprodução assistida, no entanto, cada uma utiliza um protocolo diferente. Na RSP, como a fecundação acontece naturalmente, as dosagens hormonais são mais baixas para obter até três óvulos.

O desenvolvimento dos folículos é acompanhado por exames de ultrassonografia transvaginal, realizados a cada dois ou três dias, possibilitando a determinação do período mais fértil, quando os folículos já estão quase maduros, rompendo posteriormente para a liberar os óvulos.

Assim, as chances de a fecundação ocorrer naturalmente são maiores: da mesma forma, são administrados medicamentos hormonais para induzir a maturação final dos folículos e o rompimento deles.

Inseminação artificial (IA) ou inseminação intrauterina (IIU)

A inseminação artificial também é de baixa complexidade, como a RSP, portanto a fecundação acontece naturalmente, nas tubas uterinas. No entanto, diferencia-se no modo em que é realizada: na IA os espermatozoides são inseridos em um cateter e depositados no útero durante o período fértil.

As indicações também são mais amplas. Além dos distúrbios de ovulação, endometriose inicial e ISCA, a técnica possibilita, ainda, o tratamento quando os espermatozoides do parceiro têm pequenas alterações na forma ou movimento, pois os mais saudáveis são selecionados por técnicas de preparo seminal, quando há problemas de disfunção sexual ou no muco cervical, responsável pela condução dos espermatozoides até as tubas durante o período fértil.

As dosagens hormonais utilizadas são mais baixas como na IA, com o objetivo de obter a mesma quantidade de óvulos.

A estimulação ovariana é, da mesma forma, a primeira etapa do procedimento. Simultaneamente é realizada a coleta de sêmen e a capacitação dos espermatozoides, quando é feita a indução da ovulação, quando são, posteriormente, depositados no útero, iniciando a viagem até as tubas uterinas para que a fecundação ocorra.

Fertilização in vitro (FIV)

A FIV é a mais complexa das técnicas de reprodução assistida, pois a fecundação de óvulos e espermatozoides acontece de forma artificial, fora do organismo, in vitro. A FIV é indicada quando há obstruções nas tubas uterinas, para mulheres acima de 36 anos, quando a endometriose está em estágios mais avançados, se a infertilidade provocou maiores danos ou quando há anormalidades cromossômicas nos gametas.

Para os homens é indicada para infertilidade provocada por fatores mais graves, tais como grandes alterações na estrutura dos espermatozoides, problemas na produção e no transporte.

O tratamento é realizado em cinco diferentes etapas. Como nas outras técnicas, a primeira é a estimulação ovariana e indução da ovulação.

Na segunda os folículos maduros são coletados por punção folicular, enquanto as amostras de sêmen coletadas simultaneamente são submetidas ao preparo seminal.

A fecundação ocorre na terceira. A FIV pode ser realizada de maneira mais convencional, em que colocamos espermatozoides em contato com óvulos em meio de cultura específico e em ambientes controlados. Dessa maneira, o melhor espermatozoide penetra com suas próprias forças no interior dos óvulos.

Também pode ser realizada com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides), em que que cada espermatozoide é avaliado individualmente, em movimento, e injetado diretamente no citoplasma do óvulo, camada anterior ao núcleo, para que ocorra a fusão. Para realizar o processo é utilizado um aparelho bastante preciso chamado micromanipulador de gametas.

Na quarta etapa os embriões formados são cultivados em laboratório por até cinco a sete dias e transferidos para o útero em duas fases de desenvolvimento: entre o segundo e terceiro dia, na clivagem ou D3, fase em que tem início a divisão celular ou entre o quinto e sexto dia, no blastocisto ou D5, quando as células já estão formadas e divididas por função.

Após a transferência o embrião se implanta no endométrio e tem início o desenvolvimento da gestação. Para confirmar se a gravidez foi bem-sucedida são realizados testes quinze dias após o procedimento.

Em todas as técnicas há chances de engravidar. Nas de baixa complexidade são as mesmas proporcionadas pela gravidez espontânea: entre 20% e 25% a cada ciclo.

Na fertilização in vitro são mais altas, em média 40 a 50%. Embora seja mais complexa, na FIV é possível acompanhar todo o processo, ao mesmo tempo que técnicas complementares ao procedimento possibilitam a solução de diferentes problemas, incluindo as anormalidades cromossômicas.

Conheça detalhadamente o funcionamento da fertilização in vitro tocando aqui.

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