A FIV (fertilização in vitro) é a técnica mais avançada da reprodução assistida e inclui métodos complexos para favorecer a fecundação. O tratamento é utilizado com resultados positivos para inúmeros casos de infertilidade feminina e masculina, mesmo em condições com maior grau de limitação.
Acompanhe o texto para saber mais sobre FIV e trombofilia!
A FIV é uma técnica que viabiliza a fecundação do óvulo fora da cavidade uterina, assim como os primeiros estágios do desenvolvimento embrionário. O procedimento é complexo, pois exige que todos os processos aconteçam em laboratório de embriologia, com a ajuda de equipamentos específicos.
Nesse tipo de tratamento, ocorre a micromanipulação de gametas e embriões. Somente depois de apresentar condições seguras de desenvolvimento é que o futuro feto é transferido para o útero materno. Para tanto, há duas formas de realizar a técnica: no modo tradicional ou com injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI).
A FIV clássica consiste em selecionar os gametas masculinos de melhor qualidade e posicioná-los em uma placa de cultura, juntamente com os óvulos. Assim, as células germinativas se unem e ocorre a fertilização. Na FIV com ICSI, o espermatozoide é injetado diretamente no óvulo, acelerando o processo de fecundação.
A realização da FIV inclui as seguintes etapas:
A técnica é indicada para os seguintes casos: homens com alterações no esperma — em termos de concentração, motilidade e morfologia — ou mesmo com azoospermia (ausência de espermatozoides no ejaculado); mulheres com baixa reserva ovariana, idade superior a 35 anos, problemas nas tubas uterinas, endometriose grave, entre outras condições.
A trombofilia é uma alteração no sistema hemostático — hereditária ou adquirida — que indica a propensão para o desenvolvimento de coágulos sanguíneos, fator que caracteriza a trombose. O quadro é causado pela ação ineficiente das enzimas que fazem a coagulação do sangue.
Um exemplo de trombofilia com repercussão reprodutiva é a SAF – Síndrome antifosfolípide – um quadro no qual o organismo produz anticorpos que podem causar uma inflamação e trombos no interior dos vasos sanguíneos, causando assim tromboses e também abortos de repetição, e até mesmo riscos tardios na gestação, como o descolamento prematuro da placenta ou restrição do crescimento do bebê no interior do útero.
A gravidez e o puerpério representam períodos de maior risco para o tromboembolismo — condição que engloba eventos de trombose venosa e embolia pulmonar. Pacientes com predisposição para o problema, devem se manter especialmente atentas. Isso porque, durante a gestação e nas primeiras semanas após o parto, o risco de ocorrências trombóticas chega a ser até cinco vezes maior.
Como consequência da trombofilia, pode haver a obstrução de veias e artérias, o que representa complicações tanto para a mãe quanto para o feto. Abortamentos de repetição, atraso no crescimento fetal e prematuridade são algumas das dificuldades obstétricas apresentadas.
O tratamento é feito com a administração de medicamentos anticoagulantes, que têm a ação de regularizar a circulação do sangue e evitar a formação dos trombos. Também é importante que a paciente tome alguns cuidados extras, como o uso de meias de compressão.
A adoção de hábitos saudáveis é outra recomendação preventiva, uma vez que fatores como sedentarismo, obesidade e tabagismo podem agravar o quadro. Portanto, parar de fumar, ter uma alimentação equilibrada e praticar exercícios físicos com regularidade são mudanças necessárias na vida de quem tem trombofilia. Na verdade, essas orientações já se aplicam a todas as gestantes.
Nos processos de FIV também podem ocorrer falhas na fixação do embrião, o que levanta a suspeita de problemas como trombofilia. Para investigar melhor o caso, o médico faz o levantamento do histórico da paciente, além de solicitar exames específicos para averiguar problemas no sistema hemostático.
Antecedentes obstétricos podem ajudar a diagnosticar a trombofilia — abortamentos recorrentes, descolamento da placenta, pré-eclâmpsia, óbito fetal, além das próprias falhas de implantação na FIV. Essa investigação, aliada aos resultados dos exames, permite que o profissional determine uma conduta de controle e prevenção dos eventos trombóticos.
Além dos procedimentos da FIV, também é importante que a paciente seja acompanhada por um especialista em hematologia, durante e após a gestação. Inclusive, a medicação deve persistir por toda a gravidez, sendo interrompida no dia do parto e reiniciada no início do puerpério.
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