Atualmente, existem diversas técnicas relacionadas à reprodução assistida. Dentre elas, a doação de sêmen merece destaque em virtude de ser uma alternativa com altas taxas de sucesso nos casos de infertilidade por fator masculino, hoje com alta prevalência.
Acreditava-se que a infertilidade feminina era responsável pela maioria dos casos de infertilidade conjugal. No entanto, pesquisas têm mostrado que fatores masculinos também têm alta prevalência, até maior que o fator feminino.
O termo doação de sêmen pode se referir tanto ao ato de doar sêmen como ao ato de receber sêmen doado.
No texto, vamos entender os aspectos mais importantes da doação de sêmen: o que é, quando é indicada, como é feita, regras específicas, taxas de sucesso e sua importância para a reprodução assistida. Acompanhe!
A doação de sêmen é um procedimento em que o homem faz a coleta do sêmen em laboratório para ser disponibilizado a outras pessoas que necessitem do sêmen doado. Depois da coleta, o sêmen é congelado (pelo método de vitrificação) por tempo indeterminado e mantido em condições ideais de preservação até o momento de utilização.
A doação de sêmen é um ato voluntário que tem como objetivo beneficiar pessoas que não podem ter filhos.
No Brasil, o procedimento é regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) por meio da Resolução n. 2168.
A doação de sêmen é indicada para o casal que não consegue engravidar devido a fator masculino.
Para avaliar se a doação é necessária, solicita-se o espermograma, exame fundamental para avaliar a quantidade e a qualidade dos espermatozoides presentes no sêmen. Os resultados do exame vão fundamentar a escolha do melhor tratamento.
Escolhe-se o perfil do doador cujo sêmen será recebido pelo casal avaliando-se características que aumentam as chances de semelhanças físicas.
A solicitação de sêmen é feita em bancos de sêmen ou pelo intermédio de clínicas de reprodução assistida. Um casal que busca a reprodução assistida pode optar por utilizar esse procedimento caso a infertilidade seja por fator masculino.
Uma vez doado, o sêmen é preparado para a obtenção dos espermatozoides, separando-se todo o material que não será utilizado. Por fim, a amostra é congelada para ser utilizada posteriormente na fertilização dos óvulos.
No Brasil, a doação de sêmen não pode ter caráter comercial ou lucrativo. Ou seja, não pode haver remuneração à doação de sêmen. Trata-se de um ato voluntário. Quem fiscaliza esse tipo de procedimento no país é o CFM.
A Resolução estabelece as principais regras para esse tipo de procedimento. O homem deve:
O processo de doação de sêmen leva cerca de 6 meses, uma vez que o doador passa por uma série de exames prévios com a finalidade de que sua saúde seja avaliada. Após essa aprovação, o sêmen é congelado e as informações fenotípicas sobre o doador são expostas aos futuros receptores.
Outra regra estabelecida é: receptor e doador não devem se conhecer antes ou depois da fecundação e nascimento do bebê.
A doação de sêmen está no contexto da reprodução assistida, sendo a fertilização in vitro (FIV) o principal método utilizado.
Assim que o sêmen é doado e passa pela preparação, é feita a fecundação dos óvulos pelos espermatozoides em laboratório. O óvulo da mulher é coletado e posteriormente é fecundado pelo espermatozoide doado.
Quando o processo de fecundação ocorre, dando origem ao zigoto e futuro embrião, é realizada a transferência à cavidade uterina para implantação e desenvolvimento da gestação.
As taxas de sucesso são variáveis e podem ser medidas de diferentes maneiras. Um estudo específico mostrou que 70% das gestações provenientes de doação de esperma resultaram em bebês nascidos vivos. Além disso, a idade da mulher tem grande impacto no processo.
Mulheres com menos de 30 anos tiveram taxas de sucesso na faixa de 16%, enquanto mulheres entre 30 e 35 anos, 35 e 40 anos e acima de 40 anos apresentaram taxas de 15%, 8% e 0%, respectivamente.
Para uma abordagem mais profunda sobre doação de sêmen, recomendo a leitura complementar de outro artigo que pode ser acessado clicando aqui.