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O que são endometriomas?

Os ovários são as glândulas sexuais femininas e estão conectados ao útero lateralmente pelas tubas uterinas. Uma de suas principais funções é o armazenamento dos folículos, que amadurecem de forma cíclica e liberam um óvulo na ovulação a cada ciclo menstrual.

No entanto, essa não é a sua única função. A função glandular desses órgãos é parte do aparelho endócrino como um todo, está ligada ao sistema nervoso central e atua como reguladora da secreção de gonadotrofinas, que estimulam os ovários na produção de estrogênios.

Os estrogênios são centrais na preparação uterina durante a fase proliferativa do ciclo menstrual, agindo no endométrio e promovendo seu espessamento. Algumas doenças que afetam o endométrio são chamadas de estrogênio-dependentes, como a endometriose, que consiste no crescimento de um tecido semelhante ao endométrio fora da cavidade uterina (tecido ectópico).

Os locais mais comuns em que a endometriose se desenvolve são o peritônio, os ligamento uterossacros, as tubas uterinas e ovários, formando, nesse caso, endometriomas: a endometriose ovariana é o tipo da doença que mais frequentemente resulta em infertilidade feminina.

Os endometriomas podem afetar a função ovariana, provocando alterações no equilíbrio hormonal, principalmente dos estrogênios, e, dependendo do grau de acometimento, a reserva ovariana.

Quer saber mais sobre endometriomas? Leia o texto a seguir!

O que são endometriomas?

A endometriose é definida pela presença de tecido semelhante ao endométrio fora da cavidade uterina. É classificada em três tipos: endometriose peritoneal superficial, endometriose ovariana (endometriomas) e endometriose infiltrativa profunda.

A endometriose afeta um percentual bastante alto de mulheres em idade fértil e boa parte delas é diagnosticada com infertilidade. De todos os tipos de endometriose, o endometrioma ovariano é a lesão mais frequente, presente na maiorias das mulheres com a doença.

Os endometriomas aparecem como cistos ovarianos, porém de coloração vermelho-escura, que muitas vezes estão aderidos também ao peritônio. Podem ser bilaterais, mas ocorrem mais frequentemente no ovário esquerdo.

As causas do aparecimento de endometriomas, assim como da endometriose, permanecem incertas, porém duas são as teorias mais aceitas hoje: a da menstruação retrógada e da metaplasia celômica.

No primeiro caso, os fragmentos do endométrio, em vez de serem eliminados pela menstruação, retornam pelas tubas uterinas implantando-se em outros locais. Nos ovários, resultam na formação de endometriomas. Hoje sabemos que apenas a menstruação retrógrada não causa endometriose. Há mulheres que apresentam a condição, mas não desenvolvem a doença. Há também fatores imunológicos envolvidos no desenvolvimento da endometriose.

Já a teoria da metaplasia celômica prevê que durante a vida intrauterina resquícios do tecido primordial que originou o endométrio teriam permanecido na cavidade peritoneal e eles se desenvolvem em outros locais, como os ovários.

De qualquer forma, a presença de focos endometrióticos nos ovários pode afetar a fertilidade feminina, seja pela pressão que causam, pelas alterações hormonais que provocam, como o aumento dos estrogênios e diminuição de progesterona, resultando em distúrbios de ovulação ou em danos à reserva ovariana.

Os principais sintomas estão relacionados a cólicas menstruais intensas, dor abdominal crônica, dispareunia e amenorreia, que podem sugerir um quadro de infertilidade. O fato de muitas vezes a doença ser assintomática constitui um grande obstáculo para o diagnóstico.

Qualidade de vida

As mulheres portadoras de endometriomas podem apresentar transtornos emocionais, como depressão e ansiedade, normalmente relacionados à intensidade dos sintomas físicos, como dor pélvica crônica e intensa.

Nos casos em que a severidade dos endometriomas leva ao quadro de infertilidade, há ainda a manifestação de frustração, especialmente diante do desejo de engravidar.

Normalmente, a qualidade de vida das mulheres com endometriomas melhora com o tratamento hormonal dos sintomas ou com o tratamento cirúrgico, que promove a retirada dos endometrioma, indicada quando eles são mais severos.

Em alguns casos, recomendamos que o tratamento cirúrgico seja feito apenas após o congelamento de óvulos porque a intervenção pode também reduzir as chances de gravidez. Esse é o caso de mulheres portadoras de endometriomas bilaterais.

Infertilidade

Quando a endometriose afeta os ovários, a presença dos endometriomas pode afetar a reserva ovariana, diminuindo a quantidade dos óvulos, assim como tende a provocar distúrbios de ovulação, caracterizados por dificuldades no desenvolvimento, amadurecimento ou ruptura do folículo, podendo provocar anovulação (ausência de ovulação).

Acredita-se que esses efeitos sejam resultado principalmente da atrofia por pressão que os ovários sofrem secundariamente ao efeito de massa.

Outra razão apontada para justificar a infertilidade nas portadoras de endometriomas é a toxicidade de alguns elementos constituintes do endometrioma, como o ferro e espécies reativas de oxigênio, que em concentrações muito elevadas comprometem o desenvolvimento folicular.

Tratamentos e reprodução assistida

Atualmente, a videolaparoscopia costuma ser a técnica preferencial para o exame e tratamento dos endometriomas, pois resulta em menores danos ao tecido ovariano.

No entanto, mesmo sendo minimamente invasiva, ainda há risco de danos ocorrerem durante a remoção. Por isso, geralmente é aconselhada a preservação da fertilidade da mulher, feita pelo congelamento dos óvulos.

Das técnicas de RA, a FIV (fertilização in vitro) é a mais recomendada. A estimulação ovariana garante o desenvolvimento de mais folículos e, consequentemente, de mais óvulos disponíveis para a fecundação, realizada de forma artificial, em laboratório.

E, como dissemos, a própria gestação vai atuar na regressão dos endometriomas.

Além disso, a terapia hormonal pré ou pós-operatória pode ser bastante vantajosa, já que mantém os níveis de estrogênio controlados, controlando o desenvolvimento ou evitando o reaparecimento da doença após a remoção, o que é bastante comum. Porém, essa é uma solução mais indicada para mulheres que não desejam engravidar.

Toque aqui e conheça melhor as diversas formas da endometriose.

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