A infertilidade é um problema muito comum em todo o mundo e pode ser causada por diversos fatores. Seja por questões masculinas, como varicocele, distúrbios hormonais, azoospermias, seja por questões femininas, como hormonais, por alterações das tubas uterinas, por endometriose, seja por causa da idade, muitos casais acabam recorrendo às técnicas de reprodução assistida para realizar o sonho de ter um filho.
Também há outras situações em que, mesmo que a pessoa seja fértil, algumas condições não permitem a gestação de forma natural, como no caso de produção independente.
Essas técnicas apresentam taxas de sucesso cada vez mais altas, além de oferecerem a possibilidade de resolver diferentes causas da infertilidade. Se você quer entender melhor como tudo isso funciona, confira esse artigo que elaborei para você.
A primeira clínica de reprodução assistida do mundo foi criada em 1980, no Reino Unido. Seus fundadores foram o cientista Robert Edwards, considerado o “pai” da fertilização in vitro (FIV), e seu sócio e colega Patrick Steptoe. Edwards foi a primeira pessoa no mundo a conseguir uma fertilização fora do útero e em 1978, nasceu Louise Brown, o primeiro bebê de proveta nascido. Graças a esse feito, Roberto Edwards recebeu o prêmio Nobel de Medicina em 2010. Atualmente estima-se que mais de 6 milhões de pessoas tenham nascido com a utilização da FIV.
De lá para cá, passaram-se 40 anos e as técnicas de reprodução assistida foram evoluindo com o tempo, além de outras terem sido desenvolvidas. A cada avanço, os cientistas conseguem melhorar um procedimento ou até encontrar tratamentos para problemas que até então não tinham solução. É o sonho da maternidade e da paternidade sendo realizado com um empurrãozinho da ciência e da tecnologia.
Atualmente, existem diversas técnicas de reprodução assistida, e cada uma delas é indicada para determinada situação, dependendo da causa da infertilidade.
Como existem diversas técnicas de reprodução assistida, é preciso conhecer um pouco de cada uma delas para identificar qual será a melhor opção para seu caso. Fazemos a escolha do melhor método com base em resultados de exames específicos. Conheça as técnicas mais comuns:
Do ponto de vista técnico não é classificada como uma técnica de reprodução assistida, pois não existe manipulação de gametas em laboratório, mas, por ser amplamente utilizada, acho melhor explicar aqui do que se trata. Assim como muitos casais fazem cálculos do período fértil da mulher para evitar a gravidez, este método pode ser eficiente para quem está tentando engravidar. Nesses casos, oriento como deve ser feito o cálculo e faço a indução da ovulação e/ou acompanhamento da paciente com exames de ultrassom para saber exatamente quando ela deve ovular e, portanto, ter relação sexual com seu parceiro.
É uma técnica mais natural, indicada para casais inférteis, habitualmente por uma dificuldade da ovulação em mulheres de menos de 35 anos de idade.
A inseminação artificial (IA) é uma técnica de introdução de espermatozoides previamente preparados diretamente na cavidade uterina, sem a necessidade da retirada dos óvulos. Esse método oferece chances de gravidez mais altas do que pelas tentativas naturais.
A IA também é indicada para casais que não conseguem identificar uma causa para a infertilidade ou que não conseguem engravidar por disfunções sexuais ou para casais que apresentam fatores masculinos mais leves.
A FIV é uma técnica que consiste na retirada dos óvulos da mulher para serem fertilizados em laboratório. Depois disso, o embrião é implantado no útero para que se desenvolva.
É uma técnica mais complexa e que oferece ainda mais chances de sucesso, já que permite que todo o processo seja acompanhado em laboratório. É indicada, por exemplo, para quem precisa de doação de óvulos, para mulheres acima de 35 anos, para mulheres com obstruções das tubas uterinas, para portadoras de endometriose ou homens com baixa contagem de espermatozoides ou espermatozoides de baixa qualidade.
Esta técnica consiste no congelamento de embriões já fecundados, que futuramente serão transferidos para o útero da mulher. Também é possível congelar óvulos ou espermatozoides.
Indico esse procedimento para quem pretende ter uma gravidez futura e, por qualquer razão, quer guardar embriões, óvulos ou espermatozoides de qualidade. Também é comum que mais de um embrião seja fecundado durante uma FIV, e é possível congelar os remanescentes para novas tentativas.
Se o problema que causa a infertilidade estiver relacionado aos óvulos da mulher ou ao sêmen do homem, a solução em alguns casos pode ser a doação. Todo o procedimento é feito em total sigilo e tanto os doadores quanto os receptores mantêm-se em anonimato uns para os outros.
Agora que você já conhece as principais técnicas de reprodução assistida, leia nosso conteúdo sobre infertilidade transitória, descubra se este pode ser o seu caso e conheça os tratamentos.