A endometriose é uma das causas mais frequentes de infertilidade feminina, portanto um dos principais motivos que levam as mulheres às clínicas de reprodução assistida. Trata-se de uma doença complexa, que pode se manifestar de diversas formas. Isso porque algumas portadoras são assintomáticas, enquanto outras enfrentam os 6 Ds da endometriose.
É importante começar este post esclarecendo que o útero é formado por 3 camadas e o tecido que reveste internamente a parede do órgão é chamado de endométrio. Em mulheres com endometriose, esse tecido também é encontrado fora da cavidade uterina.
Este post foi cuidadosamente elaborado para explicar quais são os principais sinais e sintomas dessa doença — o que podemos chamar de os 6 Ds da endometriose. Também vamos abordar como ocorre a relação entre endometriose e infertilidade.
Para obter essas informações, leia o texto na íntegra!
A endometriose é caracterizada pelo crescimento de tecido endometrial fora do útero. Os implantes podem aparecer em locais como tubas uterinas, ovários, bexiga e intestino. A sintomatologia varia de acordo com os órgãos atingidos e a profundidade das lesões.
A presença desse tecido fora da cavidade uterina gera um processo inflamatório nos locais atingidos. Por sua vez, a inflamação desencadeia a liberação de determinadas substâncias que provocam os sintomas da doença, isto é, os 6 Ds da endometriose.
A doença é morfologicamente classificada em 3 tipos:
O tecido endometrial é responsivo aos hormônios que regulam o ciclo menstrual. Sendo assim, o endométrio ectópico (que se encontra fora do útero) se prolifera sob estímulo hormonal e sangra, tal qual acontece dentro do útero durante os dias de menstruação.
As lesões endometrióticas podem ser assintomáticas em alguns casos, mas a maioria das portadoras relata 6 sintomas principais. Entenda, agora, quais são os 6 Ds da endometriose!
Dismenorreia é o termo médico para as conhecidas cólicas menstruais. A dor pode aparecer antes e durante a menstruação. Algumas mulheres se queixam de dor intensa e até mesmo incapacitante, o que interfere no desempenho das atividades habituais no período menstrual e requer intervenção com analgésicos e anti-inflamatórios.
É a dor no baixo ventre que ocorre de forma acíclica, ou seja, pode aparecer em qualquer época do mês e não somente durante os dias de menstruação. É classificada como dor pélvica crônica, uma vez que geralmente persiste por mais de 6 meses.
Dispareunia de profundidade é a dor durante as relações sexuais que se manifesta no fundo da vagina, diferentemente da dor no momento da penetração, que é sentida apenas na abertura do órgão. Esse é um dos sintomas que prejudica a qualidade de vida da mulher, visto que o medo da dor reduz o desejo sexual, podendo repercutir de forma negativa até no relacionamento da mulher.
Quando o tecido endometriótico se instala no intestino, a mulher pode ter dificuldades como dor para evacuar e sangramento retal durante a menstruação. Diarreia ou constipação também são possíveis sintomas das alterações intestinais.
Dificuldades urinárias como dor para urinar e presença de sangue na urina são outras alterações que ocorrem durante o período menstrual. Esse tipo de manifestação é mais comum quando as lesões acometem a bexiga e os ureteres.
A endometriose afeta a capacidade reprodutiva de até 40% das portadoras. Já entre as pacientes com dificuldade para engravidar, aproximadamente 30% a 40% chegam ao diagnóstico de endometriose durante a investigação dos fatores causais da infertilidade.
A dificuldade para engravidar ocorre por vários motivos. Um deles é a cicatrização que ocorre com o passar do tempo devido à inflamação crônica. Esse processo de fibrose pode provocar distorção anatômica nos órgãos reprodutivos. Por exemplo, se as tubas uterinas estiverem anatomicamente distorcidas ou obstruídas pelo tecido cicatricial, isso pode dificultar a captação do óvulo, bem como a movimentação dos espermatozoides.
Além das alterações anatômicas, a inflamação provocada pela presença do endométrio ectópico resulta na liberação de substâncias (citocinas pró-inflamatórias) que exercem vários efeitos adversos sobre o processo de reprodução, dificultando:
Portanto, endometriose e infertilidade estão intimamente relacionadas por diversos mecanismos. O conhecimento acerca da doença e das diferentes manifestações que ocorrem em cada organismo — tendo em vista os 6 Ds da endometriose — é essencial para chegarmos à abordagem correta e à formulação de um tratamento individualizado na reprodução assistida.
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