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Por que ocorre o aborto?

A gestação começa com o encontro entre óvulo e espermatozoide, e vários processos celulares acontecem até que o embrião esteja pronto para o momento da nidação. A partir de então, o desenvolvimento embrionário segue e, em poucos meses, o bebê estará completamente formado e pronto para vir ao mundo. Entretanto, um aborto pode interromper a evolução da gravidez.

O abortamento é uma situação bastante dolorosa para o casal que espera pela chegada de um filho. Há várias razões para que isso ocorra e nem sempre é possível evitar a perda.

Como esse é um tema delicado e que merece atenção, preparamos este post. Continue a leitura e entenda por que os abortos acontecem.

O que é abortamento espontâneo?

O conceito de abortamento refere-se à interrupção da gestação, ocasionada pela morte do embrião ou do feto, antes das 20 semanas e quando os conceptos não atingem o peso de 500 g. Após esse estágio, e até as 37 semanas de gravidez, a perda já é considerada óbito fetal.

Estudos indicam que o aborto pode ocorrer em até 20% das gestações, sendo que 90% dos casos acontecem até a 12ª semana. Essa é a intercorrência obstétrica mais comum e envolve sentimentos de perda, frustração e culpa, mesmo quando a mulher não assume condutas arriscadas. Além dos impactos emocionais, também há o risco de o abortamento causar complicações no sistema reprodutor feminino.

Segundo o Ministério da Saúde, os abortos são classificados em diferentes tipos, são eles:

  • ameaça de abortamento: sangramento vaginal nas primeiras semanas gestacionais, sem dilatação cervical;
  • abortamento completo: eliminação de todos os produtos de concepção (feto e placenta), normalmente com menos de 8 semanas;
  • abortamento inevitável/ incompleto: sangramento acompanhado de abertura cervical e expulsão parcial dos conceptos, no período de até 12 semanas, com necessidade de curetagem para retirada dos materiais restantes;
  • abortamento retido: regressão dos sintomas de gravidez, com ausência de sangramento e cérvix fechado, sendo identificada a inexistência de sinais vitais do embrião por meio de ultrassonografia;
  • abortamento infectado: infecções graves que exigem o esvaziamento uterino, independentemente da vitalidade do feto;
  • abortamento habitual: perdas espontâneas recorrentes;
  • abortamento eletivo previsto por lei: interrupção da gravidez com intervenção farmacológica, em casos específicos.

Quais condições podem aumentar o risco de aborto?

Mulheres que desejam engravidar devem ficar atentas a alguns fatores que estão associados ao risco de aborto. Um desses pontos é o histórico de perdas gestacionais, uma vez que as chances são maiores após a ocorrência de dois ou mais abortamentos.

A idade da mãe também pode prejudicar a evolução da gravidez. Após os 40 anos, o risco de aborto chega aos 40% e alcança a marca de até 80% depois dos 45.

O estilo de vida é outro fator que tende a interferir no desenvolvimento saudável da gestação. O tabagismo, por exemplo, é um grande vilão e pode aumentar em até 3 vezes as chances de abortamento. Da mesma forma, o uso de álcool e outras drogas e até o consumo excessivo de cafeína devem ser abandonados, pois todos esses hábitos podem interromper a gravidez.

Os extremos de peso também devem ser observados como fatores associados ao risco de aborto. Tanto a obesidade quanto o peso muito abaixo da média representam irregularidades na saúde da mulher e podem impedir que o feto se desenvolva.

Quais são as causas de abortamento?

A etiologia do abortamento é multifatorial. As perdas podem ocorrer por anormalidades cromossômicas, alterações uterinas, problemas endócrinos, infecções, entre outras causas.

Boa parte dos casos de aborto precoce — quando ocorre até a 12ª semana gestacional — é decorrente de anormalidades cromossômicas. As condições incluem gametas anômalos, irregularidades na fertilização ou falhas na divisão embrionária.

As alterações uterinas também são responsáveis por diversas ocorrências de aborto. Os problemas podem ser congênitos, como o útero bicorno, útero septado, ou adquiridos, como miomas e sinequias.

Outra causa de abortamento está relacionada a disfunções endócrinas. O equilíbrio no funcionamento hormonal é fundamental para a saúde reprodutiva. Dessa forma, quando há alteração na produção de hormônios, principalmente progesterona, o desenvolvimento do embrião é prejudicado. Problemas endócrinos também incluem o descontrole dos níveis de diabetes, fato que aumenta o risco de perda gestacional.

Há, ainda, os processos infecciosos que podem provocar o aborto, como rubéola e toxoplasmose. Assim como os quadros causados por infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como sífilis e HIV.

Por fim, problemas no sistema imunológico também estão associados a casos de aborto, sobretudo quando se trata de abortamento de repetição. Portanto, diante de tantas possíveis causas, cada situação deve ser avaliada em sua especificidade.

Quando se trata de aborto, muitas situações são inevitáveis. Ainda assim, o acompanhamento médico especializado é importantíssimo, desde os primeiros sinais de gravidez — ou desde antes da concepção, no caso das mulheres que estão na tentativa. Dessa forma, o profissional poderá solicitar exames para identificar possíveis problemas associados aos riscos de abortamento e determinar a conduta adequada.

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