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Teste de receptividade endometrial: qual o benefício do ERA para a FIV?

Uma das etapas mais importantes das técnicas de reprodução assistida — especialmente da fertilização in vitro (FIV), em que a fecundação ocorre em laboratório e o embrião é transferido ao útero — é a implantação adequada do embrião.

Para o sucesso da implantação, é imprescindível que, além de o embrião ter uma boa qualidade, o endométrio esteja com uma boa receptividade.

Para garantir que isso ocorra, em alguns casos e em ciclos de FIV (não é possível fazer o teste em gravidez natural) é recomendado realizar um exame que se chama Teste de Receptividade Endometrial (ERA), que vai indicar qual o melhor momento para realizar a transferência do embrião, diminuindo possíveis falhas nessa etapa do tratamento.

Entenda mais sobre o assunto e sobre a importância do ERA no contexto da FIV.

O que é o Teste de Receptividade Endometrial (ERA)?

O ERA tem dois objetivos: analisar a receptividade do endométrio para receber o embrião e indicar o melhor momento para que a transferência seja feita.

Porém, para entender melhor sobre como o teste funciona, é preciso entender quais são os processos que acontecem até o momento da implantação.

Endométrio

É necessário, de início, entender o que é o endométrio e qual sua função. O endométrio é um tecido que reveste a parede interna do útero e que sofre um espessamento ao longo do ciclo menstrual como forma de se preparar para receber o embrião.

Durante o período menstrual, ele descama, gerando o fluxo menstrual. Quando o sangramento termina, o endométrio começa novamente a ficar mais espesso para se preparar para a implantação do embrião.

Caso isso não aconteça, ele descama novamente na menstruação seguinte. Sua espessura é muito importante para que a implantação aconteça, já que o embrião não consegue se fixar caso o endométrio esteja muito fino.

Janela de Implantação

Outro assunto muito importante e que está relacionado ao ERA é a janela de implantação. Após a fertilização do óvulo pelo espermatozoide, o embrião se move da tuba uterina até o útero, para se implantar no endométrio — em um processo denominado nidação.

O intervalo entre a fecundação e a implantação do embrião em uma gestação natural dura cerca de 5 dias. Durante esse tempo o corpo da mulher produz a progesterona, hormônio que faz com que o endométrio fique pronto para receber o embrião.

Em ciclos de FIV, a progesterona vem de comprimidos que podem ser utilizados por via vaginal ou via oral.

O período em que o endométrio fica receptivo ao embrião é chamado de “janela de implantação” e tem entre 24 e 48 horas de duração. Se o embrião chega ao endométrio antes ou depois desse período, a implantação é dificultada, diminuindo a chance de sucesso daquela gestação.

Dessa forma, conclui-se que, seja pelos métodos tradicionais, seja por meio da reprodução assistida, é imprescindível que o embrião chegue ao endométrio durante a janela de implantação, quando a receptividade está adequada.

O ERA é feito para descobrir qual é o momento ideal para realizar a implantação quando se realiza a reprodução assistida.

Como é feito o ERA?

O ERA tem duas etapas: biópsia e análise genética por NGS. A biópsia é feita por meio da passagem de um pequeno cateter através do colo do útero auxiliado por ultrassom pélvico, que faz a coleta de um fragmento do tecido endometrial para análise.

Esse fragmento é enviado para o laboratório especializado que desenvolveu o ERA.

No laboratório, são analisados 248 genes que influenciam no processo de receptividade endometrial, tendo como referência o fragmento do endométrio coletado na biópsia.

O procedimento é simples. Não dura mais do que 15 minutos, mas, devido à complexidade do exame, seu resultado demora aproximadamente 15 dias para ficar pronto.

Portanto, quando é indicado o ERA na FIV, os embriões formados devem ser congelados e transferidos apenas no ciclo menstrual seguinte.

Possíveis resultados

O exame pode apresentar dois resultados: receptivo ou não receptivo. O resultado não receptivo se divide entre pré e pós-receptivo, o que ajuda o médico a identificar o que precisa ser alterado na próxima tentativa.

Se for “pré”, significa que é preciso fazer um tratamento mais longo com a progesterona e se for “pós” é preciso diminuir o tempo de uso do hormônio.

Dessa forma o médico consegue fazer as alterações necessárias para aumentar as chances de um resultado positivo no próximo ciclo.

FIV x ERA

O ERA é um procedimento indispensável para casais em ciclo de FIV com histórico de falha de implantação. Após o exame, o médico poderá identificar o melhor momento para transferir ao útero os embriões. Assim, as chances de sucesso do procedimento são maiores.

Apesar de a FIV ser a técnica de reprodução assistida com maior taxa de resultados positivos, para que tudo ocorra bem, é fundamental a combinação entre boa receptividade endometrial e boa qualidade do embrião, assim como em qualquer outra tentativa de gravidez.

Se este post lhe foi útil e esclareceu algumas de suas dúvidas, aproveite os outros conteúdos disponibilizados aqui no blog. Minha sugestão é a página sobre a fertilização in vitro (FIV), para que você entenda cada etapa do procedimento de forma clara e detalhada!

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