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Hidrossalpinge: diagnóstico e tratamento

A hidrossalpinge ainda é uma doença relativamente desconhecida, porém, ela tem consequências graves para a fertilidade da mulher. Ela atinge as tubas uterinas, órgãos localizados entre os ovários e o útero. Nesses tubos, com cerca de 10 centímetros de comprimento, acontece a fecundação, marcado pelo encontro entre o óvulo e o espermatozoide.

No entanto, infecções sexualmente transmissíveis e processos infecciosos podem causar problemas nas tubas uterinas e, consequentemente, na fertilidade.

Ao longo da leitura, você saberá como é feito o diagnóstico e o tratamento da hidrossalpinge. Mas antes, precisamos conhecer as principais causas e sintomas dessa doença.

O que é hidrossalpinge?

A hidrossalpinge é caracterizada por uma infecção ou uma inflamação que gera um acúmulo de líquido nas tubas uterinas. Ela pode ser unilateral, quando atinge uma das tubas, ou bilateral, quando ambas são afetadas. A doença é causada por diversos fatores, sendo o principal as infecções bacterianas, como as bactérias da clamídia e da gonorreia.

Além das infecções sexualmente transmissíveis, a hidrossalpinge também é ocasionada por endometriose, doença inflamatória pélvica (DIP), aderências pélvicas e outros processos infecciosos, como a apendicite.

O líquido acumulado, em casos graves, afeta a fertilidade da mulher. Como as tubas uterinas estão obstruídas, o encontro entre o óvulo e o espermatozoide é mais difícil. E ainda, caso o encontro dos gametas aconteça, o líquido presente nas tubas também vai para o útero, o que é prejudicial ao embrião, que poderia ter se formado na outra tuba uterina ou colocado no interior do útero após uma FIV.

Fatores de risco

As infecções sexualmente transmissíveis, quando não tratadas corretamente, geram consequências graves para a saúde feminina, como a doença inflamatória pélvica e a hidrossalpinge.

Por isso, entre os fatores de risco estão jovens ativas sexualmente, que não usam preservativos e não possuem um parceiro fixo. E ainda, mulheres com histórico de infecção pélvica devem ficar atentas.

Sintomas

Para muitas mulheres, o primeiro sintoma relevante é a dificuldade em engravidar ou a presença de uma gravidez ectópica (caracterizada pelo desenvolvimento da gestação nas tubas), pois a hidrossalpinge é, em geral, assintomática.

Porém, os principais sintomas associados à doença são:

  • dores na pelve;
  • sangramento fora da menstruação;
  • dor durante as relações sexuais;
  • corrimento vaginal com cor ou cheiro diferentes e;
  • febre.

Como a doença é diagnosticada

Em muitos casos, a hidrossalpinge é detectada durante a investigação de infertilidade do casal. Os principais exames solicitados são: a histerossalpingografia, a ultrassonografia e a videolaparoscopia.

A histerossalpingografia é um exame de imagem utilizado para visualizar bloqueios nas tubas uterinas e malformações do órgão. Durante o procedimento é injetado um líquido no colo do útero da paciente, que se espalha até as tubas uterinas para verificar a presença de obstruções.

A ultrassonografia transvaginal tem o mesmo objetivo, porém, sem utilizar o líquido para analisar os bloqueios. E a videolaparoscopia, por meio de uma microcâmera, observa o útero e as tubas uterinas em busca de obstruções.

As opções de tratamento da hidrossalpinge

O tratamento é definido de acordo com o grau da doença e se ela atinge uma ou duas tubas uterinas. Na maior parte dos casos, é realizado uma cirurgia para a retirada das tubas comprometidas.

Além de fazer parte do diagnóstico, a videolaparoscopia também é usada cirurgicamente. Um pequeno corte é realizado na região abdominal da paciente, por onde são inseridas a câmera e os materiais necessários para a cirurgia. Por ser uma técnica minimamente invasiva, o pós-operatório é mais rápido do que as cirurgias abertas.

A retirada da tuba também influencia positivamente no resultado da FIV, pois o líquido proveniente da doença se espalha para o útero, dificultando a implantação do embrião no endométrio.

A relação entre a hidrossalpinge e a reprodução assistida

Quando a hidrossalpinge atinge uma das tubas uterinas e a outra se encontra em boa condição, as chances são menores, mas é possível engravidar naturalmente. Porém, se ambas foram comprometidas e retiradas cirurgicamente, a mulher deve recorrer à FIV (fertilização in vitro).

A FIV é a técnica de reprodução assistida mais utilizada e com maior taxa de sucesso atualmente. O seu processo se inicia com a estimulação ovariana, com o objetivo de coletar o maior número de óvulos possível. O parceiro também coleta uma amostra seminal, que passa por uma análise para assegurar a qualidade dos espermatozoides utilizados no processo.

Um dos maiores diferenciais da FIV para as outras técnicas é o momento da fecundação, realizada em um laboratório. Na técnica ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), o gameta masculino é inserido diretamente no óvulo. Após alguns dias de desenvolvimento, os embriões são transferidos para o útero materno.

As obstruções tubárias estão entre as principais causas de infertilidade feminina. A hidrossalpinge é uma doença silenciosa, que muitas mulheres descobrem, apenas, devido à dificuldade em engravidar. O diagnóstico é feito por exames de imagem, como a histerossalpingografia e a ultrassonografia, e a videolaparoscopia. A retirada total ou parcial das tubas é o tratamento mais utilizado, assim como a FIV.

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