Sêmen é um fluído corporal que conduz os espermatozoides até a vagina, para que de lá os espermatozoides “nadem” até as tubas uterinas para que a fecundação aconteça.
Vários órgãos trabalham em conjunto para formá-lo e garantir suas características. Os testículos são responsáveis pela produção de uma suspensão concentrada de espermatozoides, que é coletada e armazenada por pequenos dutos chamados epidídimos. Lá eles ficam armazenados até ganharem maior motilidade (movimento).
Esse concentrado é incorporado às secreções produzidas pelos órgãos sexuais acessórios, como a próstata e as vesículas seminais, formando o sêmen que é emitido na ejaculação: tem a aparência viscosa e pegajosa e a cor branco-acinzentada ou transparente.
As secreções correspondem a cerca de 90% do volume de sêmen: a vesícula seminal é responsável pela produção do plasma seminal, importante para a nutrição dos espermatozoides pois contém aminoácidos, enzimas e frutose. Enquanto a próstata produz secreções com sustâncias importantes para neutralizar o ambiente ácido da vagina.
O corpo masculino está constantemente produzindo sêmen novo e ejaculando-o. No entanto, irregularidades nos órgãos e glândulas responsáveis por essa produção ou no caminho que o sêmen percorre, podem provocar alterações funcionais, que comprometem a fertilidade masculina.
Continue a leitura para entender o que são alterações seminais, o que pode causá-las e como ela podem interferir na fertilidade masculina.
Alteração seminal é toda e qualquer alteração na qualidade no sêmen e nos espermatozoides abrigados nele, que provoque interferências em suas funções.
São responsáveis pelos problemas mais comuns de infertilidade masculina, que surgem como consequência de irregularidades no processo de produção dos espermatozoides (espermatogênese), na forma (morfologia) e movimento (motilidade) dos espermatozoides, na qualidade do sêmen e de dificuldades com o transporte, o que pode ser provocado por diferentes condições, incluindo:
Inflamações no sistema reprodutor masculino como orquite, dos testículos, epididimite, do epidídimo e prostatite, da próstata. Elas normalmente resultam de infecções por bactérias, entre elas os agentes sexualmente transmissíveis, como Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae;
Obstruções que impedem ou dificultam o transporte dos espermatozoides para que a fecundação aconteça, provocadas por aderências que se formam como consequência de inflamações, por tumores ou lesões;
Desequilíbrio nos níveis dos hormônios sexuais masculinos, causando a diminuição ou interrupção na produção de espermatozoides, resultando em condições como a azoospermia (quando há ausência de espermatozoides no sêmen ejaculado);
Doenças que afetam a espermatogênese, entre elas a varicocele, caracterizada pelo surgimento de varizes no cordão espermático, que sustenta os testículos. Elas causam o aumento da temperatura testicular, afetando, assim, a produção de espermatozoides.
As condições que provocam alterações seminais podem manifestar sintomas, que alertam para a necessidade de procurar um especialista. Veja abaixo:
O espermograma é exame realizado quando há suspeita de alterações seminais, possibilitando a indicação de anormalidades no sêmen e nos espermatozoides abrigados nele.
O espermograma é o principal exame realizado para analisar a fertilidade masculina. Avalia a qualidade do sêmen e dos espermatozoides, ao mesmo tempo que indica a presença de glóbulos brancos, que podem sugerir inflamações.
Também aponta outros fatores de saúde, tais como as condições da próstata e confirma os resultados de uma cirurgia de esterilização masculina (vasectomia) ou da reversão do procedimento (reversão da vasectomia).
Os resultados das análises já podem fornecer informações para estimar as chances de sucesso dos tratamentos disponíveis. Os principais aspectos verificados na avaliação do sêmen são:
Os seguintes resultados podem ser apontados pelo espermograma quando há problemas:
Na suspeita ou confirmação de mudanças nos aspectos normais do ejaculado, é necessário tratamento imediato, uma vez que a variação qualitativa irá resultar em infertilidade masculina e a maioria dos diagnósticos (varicocele, processos infecciosos e disfunções hormonais) pode ser corrigida.
O agravamento do quadro clínico, por outro lado, aumenta o risco de a infertilidade se tornar irreversível. No entanto, mesmo nos casos de alta complexidade, ainda é possível concretizar os planos de ter filhos com o auxílio das técnicas de reprodução assistida.
Duas técnicas de reprodução assistida são indicadas para o tratamento de infertilidade masculina, de acordo com a gravidade do problema, inseminação artificial (IA), quando há pequenas alterações na morfologia e motilidade e fertilização in vitro com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides), quando há alterações de maior gravidade ou se os espermatozoides não estiverem presentes no sêmen ejaculado.
Nesse caso, podem ser recuperados diretamente dos epidídimos ou testículos por diferentes abordagens cirúrgicas.
Os dois tratamentos aumentam as chances de gravidez quando a infertilidade masculina é provocada por alterações seminais.
Toque aqui e conheça tudo sobre azoospermia, uma das causas mais comuns de infertilidade masculina provocada por alterações seminais.