A inseminação intrauterina (IIU), também conhecida como inseminação artificial (IA), é uma das mais antigas técnicas de reprodução assistida.
É um procedimento considerado de baixa complexidade e principalmente indicado para casais com fator de infertilidade masculina leve ou em que há necessidade de utilizar sêmen de doador.
Quer saber mais sobre a IIU e como ela aumenta as chances de fecundação? Continue a leitura do artigo!
A IIU é um dos tratamentos de reprodução assistida mais conhecidos no mundo. É um procedimento considerado de baixa complexidade que consiste em depositar espermatozoides diretamente dentro do útero durante o período fértil para aumentar as chances de a mulher engravidar.
Embora na IIU a fecundação ocorra dentro do corpo feminino, existem algumas diferenças entre a fecundação natural pela relação sexual e a IIU.
Essas diferenças proporcionam uma elevação das chances de gravidez em determinados casos de infertilidade conjugal. Para entender como isso acontece, é importante conhecer o procedimento.
A primeira etapa da IIU é o acompanhamento da ovulação. Podemos acompanhar um ciclo ovulatório natural da paciente e realizar a inseminação no período periovulatório, o que pode ser estimado com ultrassonografias seriadas e/ou acompanhando-se o pico ovulatório do LH da paciente com dosagens hormonais ou mesmo fitas para testar esse pico ovulatório na urina.
No entanto, o mais eficaz é que a ovulação seja estimulada com medicações por via oral – citrato de clomifeno ou letrozole – ou por via injetável – FSHr ou hMG.
Esse acompanhamento da ovulação, tanto nos casos de ciclos naturais, quanto nos ciclos estimulados, é realizado com ultrassonografias transvaginais seriadas, normalmente realizadas nos 2o, 6o, 8o e 10o dias do ciclo menstrual.
A segunda etapa é a deflagração da ovulação. Quando os folículos estão com o tamanho adequado (aproximadamente 18 mm de diâmetro médio), é administrada uma medicação que mimetiza o pico endógeno do LH.
Essa medicação é o hCG, que depois de aplicada determina a eclosão dos folículos em aproximadamente de 36 a 40 horas após sua aplicação.
A terceira etapa é o preparo seminal. A amostra seminal pode ser obtida por masturbação ou adquirida em bancos de sêmen (temos bancos de sêmen nacionais e internacionais).
O preparo seminal deve ser realizado em laboratório de reprodução assistida, com o objetivo de capacitar os espermatozoides que serão na próxima etapa inseridos no interior da cavidade uterina.
A quarta etapa é a inseminação em si. Preparado o sêmen, os espermatozoides são depositados no fundo do útero, a cerca de 2 cm da parede uterina e poucas horas antes da ovulação.
O procedimento é realizado com o auxílio de um cateter e dura aproximadamente 10 minutos.
O procedimento não causa dor e para a mulher funciona como se ela estivesse colhendo um exame preventivo.
Logo após o procedimento, a mulher é liberada e pode seguir com vida normal. Costumamos prescrever progesterona natural micronizada após a IIU até o dia do teste de gravidez.
Apesar de muito conhecida, a IIU tem indicações bem restritas ao se tratar de casal infértil.
Ela é principalmente indicada quando a baixa qualidade e quantidade de espermatozoides pode inviabilizar a gravidez.
Quando o espermograma, principal exame para avaliar a qualidade e os aspectos do sêmen, revela que a concentração, a motilidade ou a morfologia dos espermatozoides estão fora dos padrões de normalidade preconizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mas dentro de uma qualidade mínima, indicamos a IIU.
A técnica é eficaz nesses casos porque uma das etapas é coletar o sêmen e selecionar os espermatozoides de melhor qualidade para serem introduzidos diretamente no útero da mulher.
Para que a IIU possa ter um bom índice de sucesso, o homem precisa ter mais de 5 milhões de espermatozoides móveis progressivos para cada ml de sêmen; a motilidade precisa estar acima dos 40%; e a morfologia, segundo os critérios de Kruger, acima de 4%.
Caso o homem esteja fora desses padrões, o tratamento mais indicado é a FIV.
É importante enfatizar que devemos restringir essa indicação a casais nos quais a mulher tem menos de 35 anos e tubas uterinas pérvias e em boas condições anatômicas.
O sucesso é alcançado em cerca de 15% a 20% dos casos. Esses valores variam, naturalmente, conforme alguns fatores, como a idade da mulher.
A IIU pode ser feita mais de uma vez, mas o médico deve avaliar se o procedimento é realmente o mais adequado e se não é mais aconselhável o casal tentar outras técnicas de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV).
Em nosso serviço, costumamos indicar entre 3 e 6 tentativas de IIU e, em casos negativos, prosseguimos com a FIV.
Quer conhecer outras técnicas de reprodução assistida? Leia sobre FIV e a relação sexual programada.