A FIV (fertilização in vitro) é a técnica que apresenta mais resultados bem-sucedidos na reprodução assistida. O tratamento envolve procedimentos complexos e que necessitam de recursos avançados da ciência e da tecnologia. Com esse método, até os casais com quadros graves de infertilidade encontram a possibilidade de ter filhos.
Acompanhe este post e conheça as etapas que compõem o tratamento com FIV. Descubra também o que é injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) e saiba quando essa alternativa é indicada.
A FIV é uma técnica para tratamento de infertilidade considerada de alta complexidade, uma vez que todos os processos são realizados em laboratório de embriologia — desde a manipulação das células germinativas até o início do desenvolvimento embrionário. Somente depois de uma série de etapas é que ocorre a transferência do embrião para o útero da futura mãe.
Veja, agora, como é o passo a passo da realização da FIV!
O procedimento começa com a estimulação ovariana. Nesse momento, a paciente recebe medicamentos hormonais que estimulam o desenvolvimento dos folículos, os quais vão romper depois de alguns dias para liberar os óvulos.
A estimulação ovariana é realizada com o intuito de aumentar a quantidade de óvulos que sejam propícios para a fecundação. O crescimento folicular é acompanhado por meio de exames ultrassonográficos e quando os folículos atingem o tamanho ideal, cerca de 18 mm, a FIV entra em uma nova etapa: a punção dos óvulos.
Quando os folículos chegam ao tamanho esperado, também é necessário administrar medicamentos hormonais para induzir a ovulação. Depois disso, os óvulos são aspirados e levados para análise e seleção. A punção é realizada em menos de meia hora, mas requer sedação, em razão do incômodo que pode causar à paciente.
Antes da fertilização, os espermatozoides são coletados e selecionados. Os gametas masculinos podem ser obtidos por masturbação ou por técnicas microcirúrgicas.
Em casos de azoospermia obstrutiva, por exemplo, o paciente pode passar pelos procedimentos de PESA e MESA, que consistem em coletar espermatozoides diretamente do epidídimo — canal que armazena e transporta as células germinativas masculinas.
Há também as técnicas TESE e Micro-TESE, utilizadas para extrair os gametas dos testículos, na condição de azoospermia não obstrutiva. Além dessas opções, em situações específicas, a fertilização pode ser realizada utilizando material de doadores, tanto espermatozoides quanto óvulos.
Após a preparação dos gametas, os mesmos são posicionados para que ocorra a fecundação. A partir de então, começa o acompanhamento da divisão celular, que indica o início do desenvolvimento embrionário.
O cultivo embrionário pode durar entre 2 e 6 dias. Nesse período, um profissional de embriologia acompanha a evolução diária dos processos celulares para verificar se o embrião está se desenvolvendo de acordo com o esperado. Isso porque, assim como na concepção natural, existe o risco de falhas na divisão das células.
Os pacientes devem ser muito bem informados pelos profissionais que os acompanham, em relação às incertezas do resultado da fertilização, já que nem todos os óvulos fecundados conseguem passar para o estágio seguinte.
Ainda durante a etapa de cultivo, os embriões passam por análise genética e são selecionados para a transferência. Durante a seleção, inclusive, é possível separar aqueles que apresentam DNA suscetível à apresentação de doenças. Mais um ponto a favor da FIV, considerando que essa prevenção pode evitar uma série de patologias congênitas.
A quantidade de embriões transferidos depende da idade da mulher, variando de 2 a 4. O procedimento é feito de forma rápida e sem causar dor à paciente. Portanto, não necessita de sedação.
A última etapa da FIV é o congelamento dos embriões excedentes, isto é, os que não foram transferidos, mas que são viáveis para uma próxima tentativa de fertilização. Dessa forma, se for necessário passar por um novo processo, as etapas iniciais serão evitadas. Também é indicado, em alguns casos, fazer a criopreservação de todos os embriões — técnica chamada freeze-all.
Os dois procedimentos são similares e seguem as mesmas etapas, antes e depois da fecundação. A única diferença entre eles está no modo como ocorre a união dos gametas.
Na FIV clássica, os óvulos e espermatozoides são colocados em placas de cultura para que se encontrem e, então, aconteça a fertilização. Para a união espontânea das células germinativas, são necessários milhares de gametas masculinos e dezenas de oócitos (óvulos).
Na ICSI, o procedimento requer apenas um gameta saudável, que será injetado diretamente dentro de um óvulo viável, com altas chances de que a fertilização aconteça.
Apesar da ação promissora da FIV com ICSI, especialistas recomendam que a técnica seja usada somente em casos de real necessidade, visto que se trata de um procedimento mais invasivo aos oócitos.
Antes de passar pela FIV, outros tratamentos podem ser indicados, como as técnicas de baixa complexidade — relação sexual programada e inseminação artificial. No entanto, essas alternativas apresentam bons resultados apenas para os quadros mais brandos de infertilidade.
A FIV pode proporcionar a gravidez em diferentes casos, dos mais simples aos mais complexos. As indicações incluem:
Já a ICSI deve ficar reservada aos casos de fatores masculinos severos, como azoospermias (quando não existem espermatozoides no sêmen ejaculado, mas quando conseguimos espermatozoides em técnicas como punção ou biópsia de testículos ou epidídimo), como quantidade muito baixa de espermatozoides ou alteração morfológica dos gametas. Casais que apresentam falhas na FIV clássica também podem recorrer ao procedimento com ICSI.
Agora, leia também o texto explicativo que consta em nosso site e confira mais detalhes sobre a realização da FIV.