Os hormônios são substâncias químicas fundamentais para diversas funções do organismo. Cada ação hormonal é direcionada para um efeito específico.
Os hormônios sexuais, por exemplo, são responsáveis pelo desenvolvimento das características do gênero biológico do homem e da mulher, além de regularem o funcionamento do sistema reprodutor — testosterona, progesterona, estrogênio, FSH, LH e hCG são as principais substâncias envolvidas nas funções reprodutivas.
Neste post, nosso objetivo é dar enfoque ao hormônio hCG. Acompanhe o texto para entender qual a função dessa substância no organismo e qual sua importância nos tratamentos de reprodução assistida!
A sigla hCG representa o termo human chorionic gonadotropin ou gonadotrofina coriônica humana. Esse hormônio tem como principal função manter o corpo-lúteo nas primeiras semanas de gestação.
O corpo-lúteo, por sua vez, é uma glândula endócrina provisória, que se forma no folículo ovariano que ficou vazio após a liberação do óvulo. Sua responsabilidade é secretar progesterona para aumentar a espessura do revestimento uterino e favorecer a implantação do óvulo fecundado.
Conforme a placenta se forma, o hCG é produzido em quantidade cada dia maior, sendo responsável pela manutenção do corpo-lúteo durante o primeiro trimestre de gravidez. Assim, o revestimento da parede uterina, tecido chamado de endométrio, permanece em condições ideais para garantir a fixação e o desenvolvimento do embrião.
A FIV é um importante técnica de reprodução assistida que envolve uma série de etapas e tem potencial para tratar diversos casos de infertilidade feminina e masculina, dos mais simples aos mais complexos. Conforme a especificidade de cada condição, a individualização do tratamento pode requerer recursos complementares que aumentam a eficácia terapêutica da FIV.
As etapas principais dessa técnica são:
Entre as técnicas de apoio à FIV, empregadas em situações específicas, estão: ovodoação e doação de sêmen; hatching assistido; teste genético pré-implantacional (PGT); teste de receptividade endometrial (ERA); útero de substituição, entre outros.
A estimulação ovariana, primeira etapa da FIV, é realizada com a administração de medicamentos à base de hormônios para estimular o crescimento dos folículos e induzir a ovulação. Uma das substâncias utilizadas nesse processo é justamente o hCG.
O hCG é um hormônio fundamental para o processo de reprodução da mulher, tanto na concepção natural quanto nas técnicas de reprodução assistida, embora sua ação ocorra em momentos diferentes nas duas situações.
Na gestação espontânea, como vimos, o hCG é produzido pela placenta e mantém o corpo-lúteo que, por sua vez, secreta progesterona para manter a parede uterina espessa durante as primeiras semanas de gravidez. Na reprodução assistida, esse hormônio é utilizado em conjunto com outras substâncias que estimulam a função dos ovários e induzem o processo de ovulação.
Apesar de representar a primeira etapa da FIV, a estimulação ovariana e o hCG também são necessários em outros tratamentos de reprodução assistida, como a relação sexual programada (RSP) e a inseminação intrauterina (IIU).
A posologia dos medicamentos hormonais varia de acordo com a necessidade da paciente, visto que cada organismo responde de forma diferente à ação dos hormônios. Para acompanhar a responsividade ao tratamento hormonal, são realizadas ultrassonografias em série, assim como exames de dosagem hormonal.
Os exames ultrassonográficos permitem observar o desenvolvimento dos folículos ovarianos, e quando estes atingem o tamanho esperado, o hCG é administrado para provocar a maturação final dos folículos e induzir a ovulação.
Além de seu importante papel no amadurecimento folicular e no processo ovulatório em técnicas de reprodução assistida, o hCG também é avaliado nos testes para confirmação da gravidez.
O conhecido beta-hCG permite observar a concentração do hormônio no sangue da paciente com apenas 1 dia de atraso menstrual. A presença da substância na urina leva um pouco mais de tempo para ser detectada, dependendo da sensibilidade do teste.
Como o hCG é produzido pela placenta, logo sua presença no corpo da mulher é interpretada como possibilidade de gravidez. No entanto, outras condições também podem estar associadas à produção desse hormônio, como a doença trofoblástica, neoplasias de origem germinativa e tumores testiculares e hipofisários.
Nos casos de gravidez, os níveis de hCG tendem a aumentar continuamente, chegando ao seu pico em torno da nona semana gestacional. A partir desse marco, a concentração do hormônio reduz até desaparecer.
Compreendeu o que é hCG e qual sua função na gestação natural e nos tratamentos de reprodução assistida? Assim como outros hormônios que regulam as funções reprodutivas, essa é uma substância de ação fundamental para o processo gestacional.
Agora, aproveite para ler nosso texto sobre fertilização in vitro e conheça mais detalhes a respeito dessa técnica!