A infertilidade feminina representa cerca de 30-40% dos casos de infertilidade. Ela pode ser desencadeada por diversos fatores, como ovulatório, tubário e uterino, ou por doenças, como a endometriose. Seu diagnóstico é feito após investigação detalhada, realizada com o auxílio de alguns exames.
A histerossalpingografia (HSG) é um exame que permite a visualização da parte interna do útero e das trompas de Falópio (tubas uterinas) para identificar problemas diversos que possam estar causando infertilidade, resultantes de anomalias, malformações ou alterações de forma geral nesses órgãos.
Neste post, vou explicar como esse exame pode te ajudar, como ele identifica problemas relacionados à infertilidade e quais são suas indicações. Continue lendo e confira.
A HSG é um dos exames básicos para investigação da infertilidade feminina. Ele permite avaliar tanto as tubas uterinas como o útero. Problemas nas tubas uterinas são frequentes e podem levar à dificuldade de engravidar. Isso se deve ao papel delas no processo de fecundação.
E qual é a função das tubas uterinas? As tubas uterinas são dois canais que conectam os ovários ao útero. Elas recolhem o óvulo liberado na ovulação e auxiliam os espermatozoides a chegarem até o óvulo. Além disso, também, conduzem o embrião (óvulo após a fecundação) ao útero. Isso significa que uma obstrução ou alterações nas tubas uterinas podem impedir a fecundação.
A fecundação acontece na parte das tubas uterinas que fica mais perto dos ovários (chamada de região ampular), então o embrião começa a migrar para o útero, graças ao batimento de pequenos cílios que existem no interior das tubas uterinas. Após aproximadamente de 5 a 6 dias da fecundação, o embrião finalmente atinge a cavidade uterina, em que vai grudar (se implantar) no endométrio. Quaisquer alterações do interior dessa cavidade uterina, como miomas, pólipos ou cicatrizes, podem dificultar essa implantação.
A HSG possibilita a visualização da cavidade uterina e das tubas uterinas, o que permite detectar possíveis anomalias ou interrupções que estão impedindo a fecundação. Diagnosticada a infertilidade originária de anormalidade no interior do útero e/ou das tubas uterinas, pode ser indicado o melhor tratamento.
Para a realização do exame, a paciente fica em posição semelhante à coleta do exame de Papanicolau, chamada ginecológica. Em seguida, o médico insere um cateter fino pelo canal vaginal, que passa pelo colo do útero até chegar à cavidade uterina, quando é injetado contraste com iodo para preencher o órgão.
Esse contraste é capaz de mostrar a morfologia dos órgãos em uma tela de raios-X, revelando o tamanho interno e a forma do útero, assim como se as tubas uterinas estão pérvias, ou seja, desobstruídas para a passagem dos espermatozoides e embrião.
O exame demora em torno de 30 minutos e pode provocar cólicas e desconforto durante sua realização, mas é um exame fundamental de investigação. Os processos evoluíram. Hoje, a técnica está menos invasiva. É realizada com equipamentos adequados e pode ser realizada com a paciente sob anestesia, por isso muitas pacientes não sentem dor.
A HSG é fundamental para casais que estejam tentando engravidar sem sucesso, sendo dispensado apenas em algumas situações. Além de investigar malformações, doenças da cavidade uterina e do interior das tubas, ele também é indicado para investigar as causas de abortos espontâneos e para determinar a presença e a gravidade de massas tumorais, aderências e miomas uterinos.
A obstrução das tubas obstruídas pode acontecer por diversos motivos, um deles é a infecção causada por bactérias ou mesmo infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como a clamídia. Essa IST pode criar um ambiente em que o batimento ciliar das tubas para de funcionar ou mesmo causa fibroses, provocando a distorção ou obstrução das tubas uterinas.
Outro motivo é a endometriose, uma causa comum de tubas obstruídas. A aderência de tubas também pode ser um obstáculo, geralmente causada por cicatrizes após alguma cirurgia, parto, etc.
A HSG pode verificar o estado físico do útero e das tubas, mas nem sempre indica a causa dessa anormalidade. Nesses casos, são necessários outros exames para investigar e corrigir o problema. Após a avaliação cuidadosa do casal e com base nos resultados dos exames complementares, é possível indicar o tratamento mais adequado.
Podemos ter que recorrer a antibióticos, a cirurgia (por histeroscopia ou laparoscopia e às vezes até laparotomia) para tentarmos resolver as alterações encontradas. Em alguns casos, indica-se a fertilização in vitro (FIV), técnica de reprodução assistida que aumenta significativamente as chances de gravidez, mesmo que o casal esteja com dificuldades de engravidar.
O que achou? Este artigo conseguiu sanar suas dúvidas sobre a HSG? Então leia nosso artigo sobre como engravidar mais rápido e conheça os melhores métodos capazes de te ajudar a engravidar.