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O que são DSTs ou ISTs?

Algumas infecções podem ser transmitidas pelo contato sexual (oral, vaginal e anal) com uma pessoa que esteja infectada. Isso acontece principalmente quando não há o uso de preservativos, femininos ou masculinos, durante as relações sexuais. É sempre importante lembrar que anticoncepcionais como pílulas e o DIU não protegem contra a transmissão de doenças; apenar evitam a gravidez.

Quando essas infecções afetam as mulheres, podem ser ainda passadas da mãe para os filhos durante a gestação, parto ou amamentação.

As infecções transmitidas por via sexual são chamadas, hoje, de IST (infecções sexualmente transmissíveis), mas até bem pouco tempo eram denominadas DST (doenças sexualmente transmissíveis) – e ainda são mais conhecidas dessa forma.

As ISTs podem ser assintomáticas, o que dificulta o diagnóstico e tratamento precoces. Se não forem adequadamente tratadas, podem provocar consequências mais sérias, como infertilidade, abortamentos, entre outras. Por isso é importante a consulta de rotina, uma forma de identificar doenças ainda em seu estágio inicial.

Os riscos que elas oferecem, os sintomas que indicam a necessidade de procurar um especialista, tratamentos indicados e as consequências quando ele é inadequado são os temas abordados neste texto. Continue a leitura e saiba mais!

IST ou DST? Por que houve a mudança de nomenclatura e quais são as principais?

A nomenclatura infecções sexualmente transmissíveis (IST) já é adotada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) há algum tempo. Essa mudança ocorreu devido à forma de manifestação das infecções, que apresentam períodos sem sintomas. Já doenças implicam a presença de sintomas e sinais observáveis no organismo.

As ISTs são causadas por bactérias, vírus e outros microrganismos. Ainda que diferentes tipos de agentes infecciosos possam ser transmitidos pelo contato sexual, alguns estão relacionados à maior incidência de infecções sexualmente transmissíveis.

Veja abaixo as ISTs mais frequentemente relatadas. A maioria também pode ser transmitida da mãe para o filho durante o parto, chamada transmissão vertical:

  • Clamídia: causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, é a IST com maior prevalência no mundo todo e pode afetar homens e mulheres de qualquer idade, embora esteja mais presente na faixa etária com maior atividade sexual;
  • Gonorreia: causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, também é bastante comum em homens e mulheres sexualmente ativos e muitas vezes ocorre em associação com a clamídia;
  • HPV: causado pelo Papilomavírus humano (HPV), o HPV é uma infecção que oferece uma preocupação maior em razão do risco de câncer de colo de útero;
  • Sífilis: causada pela bactéria Treponema pallidum, está entre as ISTs de maior prevalência no mundo atualmente e pode ser transmitida da mãe para o filho durante o parto;
  • Tricomoníase: causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis, é uma infecção que afeta principalmente as mulheres, podendo se instalar na vulva, vagina, colo do útero ou uretra. Nos homens, geralmente é assintomática, mas pode causar epididimite, prostatite, entre outras;
  • Doença inflamatória pélvica (DIP): ocorre geralmente como consequência da infecção por clamídia e gonorreia e pode causar um processo inflamatório no útero, tubas uterinas e ovários.

Consequências das ISTs e sintomas manifestados por cada uma

A falta de tratamento adequado para ISTs pode levar a diversas consequências, algumas delas bastante preocupantes. Por isso sempre oriento as pacientes a procurarem auxílio médico quando notarem alguma alteração no corpo.

As ISTs têm tratamento e o diagnóstico precoce aumenta as chances de cura e diminui o risco de complicações. O tratamento tardio, por outro lado, pode resultar em diferentes complicações para a saúde feminina e masculina, incluindo infertilidade e mesmo óbito.

Conheça os principais sintomas associados às ISTs e as complicações que cada uma pode causar.

Sintomas e complicações das ISTs

Clamídia

Embora seja assintomática na maioria dos casos, os seguintes sintomas em homens e mulheres estão associados a ela:

Nas mulheres:

  • Corrimento vaginal abundante;
  • Sangramento entre períodos menstruais;
  • Dor durante as relações sexuais (dispareunia);
  • Dor abdominal;
  • Micção dolorida;
  • Febre;
  • Infertilidade.

Nos homens:

  • Dores testiculares;
  • Secreção peniana;
  • Dor ao urinar,
  • Infertilidade.

Complicações: as ISTs podem provocar diferentes problemas no sistema reprodutor, incluindo infertilidade, além de complicações na gravidez, podendo provocar abortamento.

Gonorreia

Costuma ser sintomática, sendo mais raro não apresentar sintomas no homem e na mulher.

Nas mulheres:

  • Corrimento vaginal aumentado;
  • Micção frequente;
  • Sangramento vaginal entre os períodos menstruais;
  • Dor durante a relação sexual;
  • Dor abdominal ou na região pélvica.

Nos homens:

  • Micção frequente;
  • Secreção peniana semelhante ao pus;
  • Dor ou inchaço em um testículo.

Complicações: a gonorreia, assim como a clamídia, pode provocar infertilidade e complicações na gravidez, como abortamento.

Condiloma acuminado (HPV)

Sintomas: o HPV pode permanecer assintomático por muito tempo, mas o vírus pode infectar a pele ou mucosas (oral, genital ou anal) e provocar o surgimento de verrugas de diferentes tamanhos, únicas ou múltiplas, achatadas ou papulosas (elevadas e sólidas).

Complicações: alguns tipos de HPV podem resultar em câncer, principalmente no colo do útero.

Sífilis

A sífilis é classificada como primária, secundária e terciária. Há períodos entre esses estágios que a doença permanece latente. Veja quais são os sintomas da sífilis por estágio:

  • Primário: uma ferida que surge entre 7 e 90 dias após o contágio, em locais como pênis, vulva, vagina, colo do útero, ânus e boca;
  • Secundário: a infecção circula no corpo pelo sangue, causando, depois de 6 a 12 semanas da infecção, manchas, incluindo palmas das mãos e planta dos pés. Também pode ocorrer febre, mal-estar, dor de cabeça e ínguas pelo corpo;
  • Terciário: manifesta-se geralmente a partir de 2 anos do início da infecção. Os sinais e sintomas mais comuns nessa fase são lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas.

Complicações: inúmeras, podendo levar a óbito quando não adequadamente tratada.

Tricomoníase

Sintomas: assintomática na maioria dos casos, quando manifesta sintomas os principais são:

  • Ausência de secreção vaginal ou secreção abundante;
  • Sensibilidade na vulva e períneo;
  • Dor durante as relações sexuais (dispareunia);
  • Dificuldade para urinar (disúria).

Complicações: a infecção por gonorreia e outras ISTs é comum em pessoas com tricomoníase. Essa IST pode causar uretrite, prostatite, infertilidade, parto prematuro, entre outras consequências.

Doença inflamatória pélvica (DIP)

Sintomas: os principais sintomas provocados pela doença inflamatória pélvica são:

  • Dor abdominal;
  • Corrimento cervical;
  • Sangramento uterino anormal.

Complicações: a DIP provoca principalmente a inflamação das tubas uterinas, condição conhecida como salpingite, podendo resultar em cicatrizes que obstruem e impedem a fecundação. Além disso, aumenta o risco de gravidez ectópica (quando a gestação ocorre fora do útero, geralmente em uma das tubas uterinas).

Como as ISTs podem ser tratadas?

As infecções sexualmente transmissíveis causadas por bactérias são tratadas por antibióticos, indicados de acordo com o tipo de bactéria. Nos casos de infecções por clamídia ou gonorreia, geralmente é feito um tratamento simultâneo nos parceiros, uma vez que pode haver reinfecção.

Se a causa for viral, a infecção pode ser controlada por medicamentos antivirais. Os parceiros e parceiras sexuais também devem ser testados e tratados para evitar a reinfecção e disseminação da IST.

O tratamento pode levar à cura, mas se for tardio pode não reverter danos causados pelas infecções, podendo levar a problemas crônicos, como de infertilidade.

Se a fertilidade não for recuperada, homens e mulheres podem fazer avaliação da fertilidade para verificar qual o melhor caminho. Geralmente, indicam-se as técnicas de reprodução assistida, como a FIV (fertilização in vitro) com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide).

A FIV com ICSI proporciona percentuais bastante altos de gravidez bem-sucedida: cerca de 40% por ciclo de tratamento.

Saiba mais sobre as doenças que podem afetar o sistema reprodutor feminino tocando aqui.

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