Algumas infecções podem ser transmitidas pelo contato sexual (oral, vaginal e anal) com uma pessoa que esteja infectada. Isso acontece principalmente quando não há o uso de preservativos, femininos ou masculinos, durante as relações sexuais. É sempre importante lembrar que anticoncepcionais como pílulas e o DIU não protegem contra a transmissão de doenças; apenar evitam a gravidez.
Quando essas infecções afetam as mulheres, podem ser ainda passadas da mãe para os filhos durante a gestação, parto ou amamentação.
As infecções transmitidas por via sexual são chamadas, hoje, de IST (infecções sexualmente transmissíveis), mas até bem pouco tempo eram denominadas DST (doenças sexualmente transmissíveis) – e ainda são mais conhecidas dessa forma.
As ISTs podem ser assintomáticas, o que dificulta o diagnóstico e tratamento precoces. Se não forem adequadamente tratadas, podem provocar consequências mais sérias, como infertilidade, abortamentos, entre outras. Por isso é importante a consulta de rotina, uma forma de identificar doenças ainda em seu estágio inicial.
Os riscos que elas oferecem, os sintomas que indicam a necessidade de procurar um especialista, tratamentos indicados e as consequências quando ele é inadequado são os temas abordados neste texto. Continue a leitura e saiba mais!
A nomenclatura infecções sexualmente transmissíveis (IST) já é adotada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) há algum tempo. Essa mudança ocorreu devido à forma de manifestação das infecções, que apresentam períodos sem sintomas. Já doenças implicam a presença de sintomas e sinais observáveis no organismo.
As ISTs são causadas por bactérias, vírus e outros microrganismos. Ainda que diferentes tipos de agentes infecciosos possam ser transmitidos pelo contato sexual, alguns estão relacionados à maior incidência de infecções sexualmente transmissíveis.
Veja abaixo as ISTs mais frequentemente relatadas. A maioria também pode ser transmitida da mãe para o filho durante o parto, chamada transmissão vertical:
A falta de tratamento adequado para ISTs pode levar a diversas consequências, algumas delas bastante preocupantes. Por isso sempre oriento as pacientes a procurarem auxílio médico quando notarem alguma alteração no corpo.
As ISTs têm tratamento e o diagnóstico precoce aumenta as chances de cura e diminui o risco de complicações. O tratamento tardio, por outro lado, pode resultar em diferentes complicações para a saúde feminina e masculina, incluindo infertilidade e mesmo óbito.
Conheça os principais sintomas associados às ISTs e as complicações que cada uma pode causar.
Embora seja assintomática na maioria dos casos, os seguintes sintomas em homens e mulheres estão associados a ela:
Nas mulheres:
Nos homens:
Complicações: as ISTs podem provocar diferentes problemas no sistema reprodutor, incluindo infertilidade, além de complicações na gravidez, podendo provocar abortamento.
Costuma ser sintomática, sendo mais raro não apresentar sintomas no homem e na mulher.
Nas mulheres:
Nos homens:
Complicações: a gonorreia, assim como a clamídia, pode provocar infertilidade e complicações na gravidez, como abortamento.
Sintomas: o HPV pode permanecer assintomático por muito tempo, mas o vírus pode infectar a pele ou mucosas (oral, genital ou anal) e provocar o surgimento de verrugas de diferentes tamanhos, únicas ou múltiplas, achatadas ou papulosas (elevadas e sólidas).
Complicações: alguns tipos de HPV podem resultar em câncer, principalmente no colo do útero.
A sífilis é classificada como primária, secundária e terciária. Há períodos entre esses estágios que a doença permanece latente. Veja quais são os sintomas da sífilis por estágio:
Complicações: inúmeras, podendo levar a óbito quando não adequadamente tratada.
Sintomas: assintomática na maioria dos casos, quando manifesta sintomas os principais são:
Complicações: a infecção por gonorreia e outras ISTs é comum em pessoas com tricomoníase. Essa IST pode causar uretrite, prostatite, infertilidade, parto prematuro, entre outras consequências.
Sintomas: os principais sintomas provocados pela doença inflamatória pélvica são:
Complicações: a DIP provoca principalmente a inflamação das tubas uterinas, condição conhecida como salpingite, podendo resultar em cicatrizes que obstruem e impedem a fecundação. Além disso, aumenta o risco de gravidez ectópica (quando a gestação ocorre fora do útero, geralmente em uma das tubas uterinas).
As infecções sexualmente transmissíveis causadas por bactérias são tratadas por antibióticos, indicados de acordo com o tipo de bactéria. Nos casos de infecções por clamídia ou gonorreia, geralmente é feito um tratamento simultâneo nos parceiros, uma vez que pode haver reinfecção.
Se a causa for viral, a infecção pode ser controlada por medicamentos antivirais. Os parceiros e parceiras sexuais também devem ser testados e tratados para evitar a reinfecção e disseminação da IST.
O tratamento pode levar à cura, mas se for tardio pode não reverter danos causados pelas infecções, podendo levar a problemas crônicos, como de infertilidade.
Se a fertilidade não for recuperada, homens e mulheres podem fazer avaliação da fertilidade para verificar qual o melhor caminho. Geralmente, indicam-se as técnicas de reprodução assistida, como a FIV (fertilização in vitro) com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide).
A FIV com ICSI proporciona percentuais bastante altos de gravidez bem-sucedida: cerca de 40% por ciclo de tratamento.
Saiba mais sobre as doenças que podem afetar o sistema reprodutor feminino tocando aqui.