O útero da mulher é formado por três camadas. A camada intermediária é um tecido muscular que pode desenvolver tumores benignos em localizações e tamanhos variados. Esses tumores são chamados miomas uterinos.
Os miomas são o tipo de tumor mais frequente no aparelho genital feminino e podem ser assintomáticos e apresentam padrões de crescimento diversos, podendo desenvolver-se lenta ou rapidamente.
Há casos em que os miomas uterinos regridem ou desaparecem espontaneamente. Em outras ocasiões, pode ser necessário realizar um tratamento para diminuir seu tamanho ou mesmo retirá-lo.
Isso dependerá do desejo da mulher de engravidar, já que podem prejudicar a fertilidade feminina, ou dos sintomas que ela possa apresentar.
Que saber mais sobre miomas? Leia o texto!
Miomas uterinos são tumores benignos que podem se formar tanto no interior da cavidade uterina quanto nas camadas do útero devido à proliferação das células musculares lisas que compõem o miométrio (camada intermediária do útero).
Uma célula desse tecido inicia seu processo de divisão, que se repete sem controle até que seja criada uma massa que se distingue dos tecidos próximos a ela.
O volume dessas massas pode causar uma distorção do útero, abaular a cavidade uterina, gerar desconforto durante a relação sexual ou ocasionar sangramento uterino fora do período menstrual.
Esses tumores são dependentes de um hormônio chamado estrogênio para seu desenvolvimento e, por isso, costumam ocorrer durante a vida fértil da mulher, quando tal hormônio é produzido pelo organismo.
Quando a mulher chega à menopausa, a tendência é que os miomas regridam.
Diversos fatores podem predispor ao surgimento e crescimento dos miomas uterinos: genéticos, vasculares, hormonais e ambientais.
Esses tumores não estão, entretanto, associados a um aumento do risco de desenvolver câncer de útero e raramente apresentam transformação maligna.
Os miomas uterinos são classificados de acordo com a sua localização na cavidade uterina. Os chamados miomas subserosos são aqueles localizados na porção mais externa do útero, usualmente crescendo para fora do útero em direção à cavidade abdominal.
Esse tipo de mioma é menos associado à infertilidade e não costuma afetar o ciclo menstrual da mulher, mas a pressão exercida por sua massa em outros órgãos pode ocasionar dores, sintomas urinários e desconforto durante a relação sexual.
Os miomas pediculados ligam-se à superfície da parede uterina por meio de um fino cordão que recebe o nome de pedículo. Podem crescer tanto dentro quanto fora do útero e não costumam apresentar sintomas.
Entretanto, seu crescimento pode causar a torção do pedículo, levando a uma dor intensa e repentina.
Os miomas intramurais se localizam no miométrio, no meio da parede uterina. Não costumam apresentar consequências quando pequenos, mas podem aumentar a intensidade do fluxo menstrual e causar dores pélvicas quando maiores.
Também podem distorcer a cavidade uterina e dificultar uma possível gravidez.
O mioma submucoso é aquele que mais aparece relacionado aos sangramentos intensos e à infertilidade. Ele cresce logo abaixo do endométrio, tecido de espessura variável durante o ciclo menstrual que reveste a parede uterina e local de implantação do embrião.
Por fim, existem os miomas no colo do útero, considerados mais raros, que podem causar dores intensas, dilatação do colo do útero ou mesmo obstrução, impossibilitando gestação espontânea.
Aconselha-se que a mulher procure um médico quando apresentar sintomas como dor pélvica intensa e constante, menstruação dolorosa ou com fluxo muito intenso, sangramento entre os períodos menstruais ou aumento do volume abdominal.
Outros sintomas que também podem ser alertas da presença de miomas uterinos são a dor durante a relação sexual e dificuldade de urinar. É importante listar os sintomas mais frequentes, bem como sua intensidade e duração para apresentar ao médico.
Isso auxiliará o médico a pedir os exames necessários, como a ultrassonografia transvaginal, hemograma, a fim de investigar a origem e causa dos sangramentos.
Também pode-se pedir uma ressonância magnética, histerossalpingografia ou histeroscopia, para complementar a investigação.
Após o diagnóstico, o tratamento será feito de acordo com a localização e tamanho dos miomas uterinos, levando também em consideração o desejo da mulher de engravidar e os sintomas que apresenta.
Pacientes com desejo gestacional e infertilidade devem ser submetidas à miomectomia, tratamento considerado padrão-ouro, pois retira os miomas e preserva o útero. A via preferencial para a miomectomia é a histeroscópica.
Pacientes que não têm desejo gestacional ou já têm filhos e estão sintomáticas com sangramento ou dores devido ao volume do útero podem realizar a histerectomia (retirada do útero).
Tratamentos com medicamentos podem ser feitos para pacientes que não têm indicação de cirurgia ou mesmo antes da cirurgia para diminuir o volume dos miomas e possibilitar uma cirurgia melhor.
Apesar de serem tumores benignos, os miomas uterinos podem causar desconforto e, por vezes, levar a complicações, como a anemia, causada pela perda excessiva de sangue, ou até mesmo à infertilidade.
Essa é uma consequência mais frequente relacionada ao mioma submucoso, uma vez que o embrião pode encontrar dificuldade de fixar-se na parede do útero ou, caso consiga se fixar, pode ter dificuldade em se desenvolver.
As deformidades que os miomas uterinos causam na parte interna do útero, bem como as alterações do ciclo menstrual e a facilitação para o surgimento de inflamações também são causas de infertilidade.
No caso de mulheres com miomas que desejam engravidar, técnicas de reprodução assistida podem auxiliar no processo.
Pode ser feito o congelamento de óvulos ou embriões antes da miomectomia, bem como estudos da receptividade do endométrio (teste ERA) para maiores chances de implantação do embrião e sucesso da gestação.
Para informar-se mais sobre os miomas uterinos, leia os conteúdos disponibilizados em nosso blog.