A fertilização in vitro (FIV) é a técnica de reprodução assistida mais eficaz para o tratamento de infertilidade, pois tem as maiores taxas de sucesso.
Estudos têm demonstrado que a FIV, quando utiliza embriões pós-descongelamento, obtém os mesmos resultados que com embriões a fresco ou até superiores, uma vez que a transferência de embriões congelados em ciclo natural, sem a interferência dos hormônios utilizados na estimulação ovariana e indução da ovulação, aumenta a taxa de gravidez.
Neste texto, você entenderá as reais indicações para o congelamento de embriões e como isso pode ajudar a aumentar as chances de sucesso.
O processo de transferência de embriões congelados utiliza embriões que foram criopreservados anteriormente e descongelados para o procedimento. Dessa forma, a transferência não é feita com os embriões ainda congelados, mas depois de um processo de congelamento e descongelamento.
Para a implantação embrionária ser bem-sucedida, o embrião deve ser saudável, sem alterações genéticas. O momento adequado para a implantação, chamado janela de implantação. É nesse momento que o endométrio está preparado para receber o embrião e realizar a implantação.
O congelamento embrionário pode ocorrer em duas situações:
A transferência de um embrião congelado pode aumentar as chances de sucesso da FIV pelo fato de se realizar a transferência embrionária num momento de melhor receptividade endometrial.
O freeze-all é uma estratégia que possibilita um novo preparo endometrial antes da transferência embrionária, proporcionando condições favoráveis à implantação embrionária.
Durante a primeira etapa da FIV – estimulação ovariana e indução da ovulação –, a mulher utiliza medicamentos para estimular o crescimento de um número maior de folículos e para induzir a ovulação. Essas medicações alteram o endométrio e prejudicam sua receptividade. No freeze-all, o útero tem tempo para se recuperar e começa um novo ciclo menstrual.
Livre dos efeitos dos medicamentos hormonais, o útero estará naturalmente pronto para receber e nutrir o embrião.
Esse processo reduz as probabilidades de gravidez de risco, trabalho de parto prematuro, pré-eclâmpsia e baixo peso ao nascer; e permite a triagem genética, aumentando consideravelmente as chances de gravidez bem-sucedida e parto saudável.
O freeze-all reduz ou elimina o risco de síndrome de hiperestimulação ovariana durante o ciclo de transferência, que é um risco durante as transferências de embriões a fresco.
Costumo indicar a estratégia de freeze-all para pacientes que:
Muitas vezes, durante um ciclo de FIV, obtemos um número superior de embriões em relação ao que podemos transferir para aquela paciente. Podemos transferir até 2 embriões para mulheres com até 35 anos; 3 embriões para mulheres com 36 a 39 anos; e até 4 embriões para mulheres com 40 anos ou mais.
Os embriões excedentes são então congelados e, caso o resultado do tratamento seja negativo, poderemos num próximo ciclo fazer o preparo do útero para simplesmente transferir os embriões que haviam sido congelados. Também poderão ser transferidos no futuro, caso o casal tenha engravidado na primeira transferência e depois de alguns anos deseje nova gestação.
Também possibilita a doação de embriões, procedimento que contempla mulheres que não têm óvulos em quantidade e/ou qualidade, mulheres que desejam a gestação independente ou, até mesmo, casais que possuem fatores de infertilidade associados à qualidade ou quantidade de gametas (óvulos e espermatozoides).
Existem duas estratégias que parecem ter resultados semelhantes:
Esse post te ajudou a entender como funciona a transferência de embriões congelados? Leia mais sobre o assunto.