Como é feita a reversão de laqueadura?

A reversão de laqueadura é um procedimento realizado por mulheres que desejam ter filhos novamente e fizeram laqueadura, muitas vezes quando ainda eram jovens e tinham a ideia de que nunca mais teriam filhos.

A vida de homens e mulheres muda com o passar do tempo e procedimentos contraceptivos definitivos devem ser evitados, pois nem sempre é possível revertê-los.

Leia o nosso texto de hoje e entenda como é realizado esse procedimento que gera muitas dúvidas.

O que é laqueadura?

A laqueadura é um procedimento cirúrgico contraceptivo definitivo que promove a obstrução das tubas uterinas, tornando a mulher estéril. É uma forma permanente de controle de natalidade.

A operação é realizada nas tubas e tem como finalidade impedir o encontro do óvulo com o espermatozoide. Após este procedimento, o óvulo não pode se deslocar do ovário para as tubas uterinas e chegar ao útero.

Com a ligadura das tubas, o espermatozoide também não consegue atingir o óvulo nas tubas uterinas após a ovulação (liberação de um óvulo do ovário). Consequentemente, a gravidez se torna impossível.

Uma vez que as tubas são canais necessários para uma gravidez natural, pois, além de fazerem o transporte do zigoto até o útero, promovem o encontro do espermatozoide com o óvulo, elas precisam estar saudáveis.

Considerada um procedimento de esterilização irreversível, a laqueadura está regulamentada pela Lei nº 9.263/96.

O índice de falha desse procedimento gira em torno de 0,5%, mas essa taxa irá depender da técnica cirúrgica, tempo da cirurgia original e idade da paciente.

Quando é indicada a cirurgia de reversão?

A reversão de laqueadura consiste na recanalização das tubas uterinas, processo conhecido como anastomose e que deve ser realizado por um especialista com habilidade e treinamento específicos.

Alguns fatores precisam ser avaliados por um especialista em medicina reprodutiva antes da realização do procedimento. A idade é um fator limitante, por exemplo. Para mulheres com mais de 35 anos, existem outras técnicas que podem trazer resultados mais rápidos e satisfatórios do que a laqueadura, como a fertilização in vitro (FIV).

Também são considerados o comprimento e a vitalidade dos segmentos das tubas a serem unidos, o método utilizado na laqueadura tubária, a quantidade de tecido de cicatrização na região da cirurgia, entre outros.

A reversão pode ser uma boa escolha para mulheres jovens e com boa reserva ovariana e que tenham um parceiro com boa qualidade seminal.

Reverter laqueadura é possível?

Nem todas as técnicas realizadas poderão ser revertidas. Por exemplo: pacientes que foram submetidas à salpingectomia bilateral (retirada de ambas as tubas uterinas) não poderão fazer a reversão. Mesmo que a mulher tenhas as tubas uterinas, deve-se avaliar se as fímbrias foram preservadas na cirurgia original, pois elas são responsáveis por capturar o óvulo do ovário. De outra forma, não é possível fazer a reversão.

A reversão de laqueadura é possível em tubas uterinas grampeadas ou amarradas cirurgicamente e pode ser feita por videolaparoscopia, cirurgia robótica ou mesmo por via convencional, como a laparotomia.

Não há evidências de que o tempo entre a laqueadura e a reversão tenha impacto sobre o resultado, porém a idade na época da reversão tem um papel importante nas taxas de sucesso.

Dessa forma, se passar muito tempo da realização do procedimento, o principal fator que pode interferir no resultado é a idade da mulher, não o intervalo entre a laqueadura e sua reversão.

Caso a recanalização seja bem-sucedida, pode levar de 6 meses a um ano para que a mulher consiga engravidar.

Existe alternativa para gravidez após laqueadura irreversível?

Caso a paciente não possa ser submetida à reversão da laqueadura ou não tenha sucesso nessa tentativa, uma alternativa é a FIV, que consiste na fecundação do óvulo em laboratório, com altos índices de sucesso, mas apenas um médico especializado em reprodução humana poderá indicar esse procedimento após diagnóstico.

A decisão depende de diversos fatores, como a idade, o histórico médico da mulher e do seu parceiro e de condições fisiológicas. Assim, precisamos de uma avaliação cuidadosa do casal para depois discutir as melhores opções diante do cenário encontrado.

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