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Hidrossalpinge: quais são os sintomas?

As tubas uterinas ou trompas de Falópio exercem importante papel na reprodução. Podem, no entanto, por vezes, ser acometidas por doenças que prejudicam seu funcionamento, como a hidrossalpinge, que pode provocar obstrução nas tubas uterinas.

As tubas uterinas são componentes do sistema reprodutor feminino, junto com o útero, ovários, vagina e vulva. Têm cerca de 10 centímetros de tamanho e estão localizadas uma de cada lado do útero.

Seu papel é o de conduzir os óvulos que são liberados pelo folículo no ovário até o útero. É também nas tubas uterinas que ocorre a fecundação, ou seja, o encontro do espermatozoide com o óvulo maduro. Desse encontro resulta o embrião, que será então conduzido também pelas tubas uterinas até o útero a fim de implantar-se na parede uterina, o endométrio, dando início à gravidez.

Alterações funcionais nas tubas uterinas caracterizam uma das causas mais frequentes de infertilidade. Neste texto, vamos abordar a hidrossalpinge, destacando seus sintomas e conduta terapêutica, de acordo com o desejo reprodutivo da paciente.

O que é hidrossalpinge e obstrução tubária?

A hidrossalpinge é o acúmulo de líquido nas tubas uterinas que ocorre e elas ficam obstruídas. Pode ocorrer unilateralmente ou bilateralmente, e o aspecto morfológico depende do ponto de obstrução da tuba.

Essa obstrução faz com que a hidrossalpinge seja um empecilho à gravidez, uma vez que nem os óvulos nem os espermatozoides conseguem chegar às tubas uterinas.

As secreções que causam a obstrução das tubas podem também refluir para o útero e isso impacta negativamente nas chances de engravidar, mesmo que a fecundação ocorra naturalmente na outra tuba que está normal ou ainda se o embrião for transferido para o interior do útero após um processo de FIV.

Quais são os sintomas da hidrossalpinge?

Muitas mulheres portadoras de hidrossalpinge podem não apresentar sintomas. Isso, entretanto, não significa dizer que a doença seja geralmente assintomática. A presença de dor constante na pelve ou no ventre inferior, que pode ser acentuada durante o período menstrual, pode ser um indicativo da doença.

A dor é o sintoma mais comumente associado à hidrossalpinge, mas depende das condições da doença. Ela também pode se fazer presente durante a relação sexual, causando desconforto e tensão muscular involuntária.

No entanto, há outros sinais que podem servir de auxílio em sua detecção e na realização do diagnóstico. Outro sintoma que pode ser mencionado é o corrimento vaginal. O sangramento fora do período menstrual também pode ser caracterizado como um sintoma.

Além disso, pode-se citar também a mudança tanto na cor quanto no odor da secreção vaginal. Na presença desses sintomas, é importante que um médico seja consultado a fim de realizar exames que possam detectar a obstrução tubária (ou outro tipo de alteração) e, dessa forma, proceder ao tratamento adequado.

Diagnóstico e tratamento

A hidrossalpinge pode ter impacto na fertilidade feminina. Seu diagnóstico pode ser realizado utilizando diversos métodos de investigação. Os primeiros sinais da doença podem ser detectados por meio de uma ultrassonografia e análise do histórico da paciente.

Por isso, é importante anotar os sintomas percebidos a fim de poder relatá-los para o médico. Então, pode ser solicitada uma histerossalpingografia, tipo de raio-X capaz de analisar a morfologia das tubas uterinas e do útero com mais detalhes.

Para a realização desse exame, é injetado um contraste pelo colo do útero que preenche a cavidade uterina e as tubas uterinas, revelando a morfologia dos órgãos e a presença de doenças, como hidrossalpinge, miomas, pólipos, entre outras.

Tratar a hidrossalpinge depende também do diagnóstico realizado e de quão afetadas foram as tubas uterinas.

O tratamento dessa doença pode ser realizado por meio de cirurgia que visa ao desbloqueio das tubas uterinas e correção dos danos que possam ter sido causados por esse bloqueio. Nos casos em que somente uma das tubas foi afetada, a mulher ainda pode engravidar porque a passagem do óvulo, dos espermatozoides e do embrião pode acontecer na outra tuba uterina.

A hidrossalpinge e a FIV

Levando-se em consideração que a fecundação natural ocorre, dentro do organismo feminino, nas tubas uterinas, doenças que causem a obstrução desses órgãos podem ter impacto direto na fertilidade.

Em casos nos quais ambas as tubas foram afetadas, podemos, a depender da condição das tubas uterinas, recomendar a fertilização in vitro (FIV), caso a mulher queira engravidar.

Essa técnica é recomendada porque uma de suas etapas consiste na realização da fecundação em laboratório. Dessa forma, a mulher não precisa ter as tubas uterinas preservadas para engravidar.

Os embriões formados são monitorados em laboratório até estarem em estágio adequado à transferência para o útero. Assim, a FIV possibilita a mulheres com obstrução tubária a gestação.

A hidrossalpinge é uma doença que se caracteriza pela obstrução e dilatação das tubas uterinas com um líquido que tem substâncias tóxicas ao embrião, que pode ocorrer uni ou bilateralmente. Ela é associada à infertilidade feminina e seus sintomas podem auxiliar na realização do diagnóstico.

Pacientes com hidrossalpinge submetidas à FIV têm menores chances de gravidez se houver transferência dos embriões e a tuba uterina dilatada não for retirada. Por isso, é mandatório indicarmos a FIV. É sempre importante lembrar da importância de procurar um médico quando notar alterações em seu corpo. Nenhum tipo de dor é comum, nem as cólicas, portanto fique atenta.

Deixe-nos um comentário se tiver dúvidas acerca dessa doença.

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