A doação de embriões é mais uma alternativa para a tão sonhada gravidez. Ela é possível graças à fertilização in vitro (FIV), que é indicada para a maioria dos casos de infertilidade. Durante o seu processo, o número de embriões gerados pode ser superior ao necessário para uma gravidez bem-sucedida. Com isso, os embriões excedentes podem ser doados para outros casais.
Apesar de ser uma prática que está crescendo no Brasil, ela ainda é cercada de dúvidas. Além disso, a falta de conhecimento impede que mais casais se beneficiem com esse procedimento.
Por isso, vamos mostrar o que é a doação de embriões, como ela é realizada e quais são as suas principais regras. Boa leitura!
A doação de embriões é uma técnica complementar da FIV, em que casais doam os seus embriões viáveis e de qualidade que não foram utilizados durante o processo de reprodução assistida.
A paciente receptora deve se submeter à FIV para receber os embriões, mas não passa por todas as etapas. O endométrio, camada que reveste o útero, é preparado com hormônios para se tornar receptivo à implantação do embrião.
Em cerca de 10% dos casos, a infertilidade é resultado de fatores femininos e masculinos. Nessa situação, o casal pode solicitar a doação de embriões para realizar o desejo de se tornarem pais.
As principais causas de infertilidade feminina estão relacionadas à idade avançada, desequilíbrio hormonal, problemas na ovulação, obstruções nos órgãos reprodutores, endometriose, síndrome dos ovários policísticos (SOP), entre outras.
Já o diagnóstico de infertilidade masculina está ligado à baixa qualidade dos espermatozoides, azoospermia (ausência de espermatozoides no sêmen), vasectomia e infecções que atingem o aparelho reprodutor masculino.
Após o diagnóstico, se não houver tratamento para a causa da infertilidade, o médico pode direcionar o casal para a possibilidade da doação de embriões.
Além disso, mulheres que têm problemas ovulatórios e desejam fazer uma gestação independente também podem se tornar mães com esse procedimento. Quando apenas uma das partes é infértil, também é possível optar pela doação de óvulos e de sêmen.
Existem normas estabelecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) para que a doação de embriões possa ser feita.
Na FIV, existe um número máximo de embriões que podem ser transferidos para o útero da paciente, de acordo com a idade da mulher, sendo: no máximo 2 embriões para mulheres de até 35 anos, 3 para mulheres entre 36 a 39 anos e 4 para mulheres acima de 40 anos. Em alguns casos, o número de embriões gerados ultrapassa essa quantidade permitida.
Para os embriões viáveis que não foram utilizados, o casal tem duas opções: criopreservar os embriões para usá-los em uma próxima gravidez ou doá-los para outros casais. Também é possível fazer a doação meses ou anos após a criopreservação.
Segundo a resolução do CFM, os embriões excedentes após o procedimento da FIV devem ser criopreservados por, pelo menos, 3 anos antes de serem descartados. Assim, a doação é uma alternativa para os casais que não têm interesse em utilizá-los no futuro.
O casal receptor infértil, em alguns casos, já passou por ciclos de FIV e não conseguiu engravidar. Há outros casais que já buscam a doação de embriões antes de tentar a FIV em razão de um diagnóstico adverso.
Para esses casais, o procedimento é mais simples. Não é necessária a maioria das etapas da FIV, como estimulação ovariana, coleta de gametas, fecundação e cultivo embrionário, uma vez que os embriões já estão disponíveis para serem transferidos, última etapa da FIV.
No entanto, o endométrio precisa estar nas condições certas para o momento da implantação do embrião. A paciente recebe dosagens hormonais, de estrogênio e progesterona, para o espessamento do endométrio. Quando ele se torna receptivo, os embriões são transferidos para o útero.
O CFM é o órgão responsável por regulamentar as regras das técnicas de reprodução assistida, entre elas a FIV, única que pode ser utilizada com a doação de embriões.
Entre as regras estabelecidas para a doação de embriões estão:
A doação de embriões é uma alternativa para casais com diagnóstico de alguns tipos de infertilidade realizarem o sonho de terem filhos.
Os embriões viáveis que não forem usados na FIV podem ser doados, se o casal estiver desinteressado em guardá-los para uma gravidez futura. Além disso, é importante que as partes envolvidas conheçam as leis regulamentadas pelo CFM para o processo acontecer de forma correta.
Para mais informações sobre o assunto, confira o nosso material completo sobre a doação de embriões!