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O que é endometrite?

O endométrio é um tecido que recobre a face interna do útero e que tem como objetivo receber e nutrir o embrião para seu desenvolvimento durante a gestação. No entanto, existem problemas, como a endometrite, condição diferente da endometriose, que podem afetar esse processo.

Durante o ciclo menstrual, o endométrio desempenha fundamental importância. Sua espessura aumenta em até seis vezes. Quando ocorre a fecundação, ele se mantém espesso para receber o embrião. Quando a fecundação não ocorre, o excesso se desprende, progressivamente, da parede uterina e é eliminado na menstruação.

Algumas mulheres desenvolvem, no entanto, doenças que podem modificar a dinâmica desse processo, como o aumento anormal da espessura do endométrio (hiperplasia endometrial) e inflamações, como a endometrite.

Este texto aborda o conceito, diagnóstico, tratamento e sintomas da endometrite. Se você acredita que infecções podem estar causando desconfortos e até infertilidade em você, continue a leitura e descubra mais a respeito da endometrite.

A endometrite

A endometrite é uma inflamação causada por uma infecção bacteriana que acomete o endométrio. Surge devido à presença de patógenos, como a Enterobacteriaceae, Mycoplasma e Ureplasma, clamídia ou neisseria na mucosa uterina.

A condição pode surgir mais facilmente em decorrência de abortos, partos, utilização de uma ducha vaginal, dispositivo intrauterino (DIU) ou devido a procedimentos ginecológicos, como a dilatação e a curetagem. Especialmente nesses casos, a endometrite é considerada aguda, por ser de curta duração.

No entanto, o processo inflamatório também pode ser causado por infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como a clamídia, gonorreia e sífilis, pela proliferação de bactérias vaginais e até devido à tuberculose. Em situações como essas, a endometrite é considerada crônica.

Estudos indicam que entre 0,8% e 19% das mulheres são portadoras de endometrite crônica, mas, em quadros de infertilidade, a prevalência aumenta: a inflamação está presente em 2,8% a 39% dos casos ou em até 66%, quando já houve abortos recorrentes ou falhas de implantação de embriões.

Quais são os sintomas da endometrite?

Os sintomas da inflamação são semelhantes nas condições aguda e crônica, embora, nesta última, a doença não costume apresentar sinais. No entanto, em ambos os casos, a portadora de endometrite pode sentir:

  • inchaço e dilatação abdominal;
  • febre (especialmente na condição aguda);
  • sangramento ou corrimento vaginal anormal;
  • desconforto na evacuação;
  • constipação.

Além da possível manifestação desses sintomas, a mulher pode sentir dificuldades para engravidar, naturalmente ou por meio de técnicas de reprodução assistida, pois, em ambos os casos, a implantação do embrião no endométrio pode não acontecer, especialmente nos casos crônicos.

No entanto, outras inflamações na região pélvica podem causar efeitos semelhantes, portanto faz-se necessário investigar as causas dos sinais por meio de consultas e exames.

Como é realizado o diagnóstico?

O corpo humano abriga milhões de bactérias e, para diagnosticar a endometrite, a mulher precisa consultar um ginecologista, que irá analisar os sintomas e, se necessário, realizar exames de imagem e laboratório.

Inicialmente realizamos uma coleta de material endocervical (uma coleta como se fosse a coleta de exame de papanicolaou), para a pesquisa da presença de bactérias que podem causar a endometrite.

Uma histeroscopia ambulatorial costuma ser necessária. Nela, o médico inspeciona a cavidade uterina da paciente com auxílio de um instrumento fino equipado com uma pequena câmera. O procedimento possibilita uma análise do órgão em tempo real, de maneira simples e rápida, geralmente sem necessidade de anestesia.

Durante a histeroscopia, o profissional pode fazer a biópsia do endométrio para inspeção em laboratório, em que é realizada a análise com uso de microscópio, o que ajuda a determinar a existência de bactérias na região.

Se o ginecologista julgar necessário, ainda podem ser requisitados exames de sangue, urina e do corrimento vaginal.

Há tratamento para a endometrite?

Sim, a endometrite tem cura. O tratamento da infecção envolve o uso de antibióticos, inclusive pelo parceiro, capazes de combater as bactérias causadoras da inflamação. Especialmente nos casos de infecções agudas, esse processo costuma ser rápido e eficaz.

Ainda que a inflamação tenha sido solucionada após o uso das medicações indicadas, é importante realizar uma nova verificação para assegurar a cura da endometrite. Se as infecções retornarem, o médico deve recomendar outros medicamentos.

A endometrite é uma reação inflamatória causada por bactérias que pode acontecer por diversos motivos, como a utilização de um DIU e duchas vaginas, assim como devido a doenças.

As infecções são diagnosticadas por meio de exames de imagem e laboratoriais e o tratamento é feito por meio de antibióticos. No caso das tentantes, procurar um ginecologista antes de tentativas de gravidez é essencial, uma vez que a inflamação pode dificultar a gestação.

A endometrite precisa ser tratada antes da gravidez, seja natural, seja por reprodução assistida. Caso contrário, pode haver falhas de implantação.

Se você quiser saber mais sobre como bactérias podem influenciar negativamente a capacidade reprodutiva humana, confira o nosso artigo sobre infecções genitais e infertilidade.

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