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Preparo seminal: o que é e como é feito?

Diversas causas podem interferir nos planos de um casal que deseja ter filhos, sendo comum encontrar infertilidade provocada por fatores femininos ou masculinos.

No entanto, com a evolução das técnicas de reprodução assistida, consideradas o tratamento padrão para infertilidade, hoje é possível solucionar a maioria dos problemas que podem resultar em dificuldades reprodutivas, desde que aplicado o método mais adequado ao quadro de cada paciente.

A reprodução assistida tornou-se conhecida com o nascimento de Louise Brown na década de 1970, o primeiro bebê concebido com a utilização da fertilização in vitro, considerada a principal técnica, criada para solucionar obstruções tubárias, que podem impedir a fecundação, uma das principais causas de infertilidade feminina.

Do primeiro sucesso até os dias atuais, as novas tecnologias proporcionaram cada vez mais assertividade. Dentre os grandes avanços conquistados estão as diversas maneiras de capacitar e selecionar os gametas masculinos, processo chamado preparo seminal, que contribuiu para aumentar as chances de homens com alterações na estrutura dos espermatozoides (forma e movimento) conceberem, nesse caso, uma das principais causas de infertilidade masculina.

Para entender o que é o preparo seminal e saber como ele é feito, continue a leitura deste texto até o final.

O que é preparo seminal e qual a sua importância?

O preparo seminal reúne um conjunto de métodos para selecionar os espermatozoides com morfologia (forma) e motilidade (movimento) normais a partir de amostras de sêmen.

Os espermatozoides, células sexuais masculinas, possuem cabeça, que armazena uma cópia de cada cromossomo, e cauda com flagelo, que garante o movimento. São abrigados no sêmen, formado a partir de fluídos produzidos pelas vesículas seminais e pela próstata, protege os gametas masculinos contra o ambiente ácido da vagina, além de conduzi-los até as tubas uterinas para que a fusão com o óvulo aconteça (fecundação).

A qualidade seminal e dos espermatozoides, portanto, é fundamental para o sucesso da fecundação na gestação natural.

Apesar de milhares de espermatozoides serem ejaculados, apenas os que possuem maior motilidade continuam a disputar a corrida para fecundar o óvulo e um deles vence. Os que possuem alterações na forma ou menor capacidade de movimento são naturalmente eliminados durante o trajeto.

Assim, quanto maior o percentual de espermatozoides com alteração, menores são as chances de a fusão com o óvulo ocorrer. O preparo seminal tem como objetivo aumentar a probabilidade a partir da seleção de espermatozoides de melhor qualidade. Tornou-se fundamental quando a infertilidade de um casal é provocada por fatores masculinos como consequência de alterações estruturais.

Como o preparo seminal é realizado e quando é utilizado?

O preparo seminal é aplicado nos tratamentos de fertilização in vitro (FIV) ou inseminação artificial (IA), para garantir que apenas os espermatozoides mais saudáveis sejam usados na fecundação, ou nos casos de doação e congelamento de espermatozoides (para preservação social ou oncológica da fertilidade masculina).

O processo inicia com a coleta de sêmen por masturbação em recipiente estéril. Posteriormente é realizada a análise seminal ou espermograma, exame que avalia os aspectos macroscópicos como pH, viscosidade, coloração, liquefação do sêmen e microscópicos, incluindo concentração, morfologia e motilidade dos espermatozoides.

Os resultados indicam a técnica de preparo seminal mais adequada para cada paciente. Todas elas utilizam meios de cultura e a força centrífuga, porém cada uma possui uma particularidade diferente.

A lavagem simples, por exemplo, é aplicada para amostras cuja análise laboratorial indica alta qualidade. Esse é o processo mais simples e também o mais rápido, com alto rendimento de espermatozoides de qualidade: as amostras são centrifugadas em um meio de lavagem, separando o sêmen dos espermatozoides e selecionando os que possuem maior motilidade.

A migração ascendente, ou swim-up é aplicada quando os parâmetros de morfologia e motilidade estão normais. Considera a capacidade de nadar dos espermatozoides presentes nas amostras depositadas no fundo do recipiente, para o meio de cultura posicionado no topo: com o auxílio de um processo de centrifugação os melhores espermatozoides migram para o meio de cultura. Apesar do menor rendimento, a separação por motilidade é mais seletiva.

Quando a amostra tem parâmetros escassos de concentração, motilidade ou morfologia, por outro lado, é aplicada a técnica de gradiente descontínuo: a amostra é posicionada no topo da mídia de densidade e, com a centrifugação, os espermatozoides devem vencer gradientes de densidades diferentes. No fundo ficam depositados os mais qualificados e na camada superior, os menos.

Preparo seminal na FIV e IA

O destino dos espermatozoides capacitados e selecionados após o preparo seminal depende da técnica de reprodução assistida que será utilizada para o tratamento de infertilidade.

Quando é adotada a IA, os gametas são inseridos por meio de um cateter diretamente no fundo do útero, em um procedimento simples, rápido e indolor.

Quando adotada a FIV tradicional, os espermatozoides são colocados em placas de cultura junto com os óvulos para que a fecundação aconteça. Outra opção na FIV é a injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI), em que o espermatozoide é injetado diretamente no citoplasma do óvulo. Embora atualmente seja o método mais utilizado, é indicado particularmente para pacientes com fator masculino grave de infertilidade.

Na FIV, quando os espermatozoides não estão presentes nas amostras de sêmen analisadas, condição conhecida como azoospermia, uma causa comum de infertilidade masculina, eles podem, ainda, ser recuperados diretamente dos testículos, onde são produzidos nos túbulos seminíferos e, dos epidídimos, dutos que os armazena e nutre após serem produzidos até se tornarem maduros.

Para isso, são utilizadas diferentes técnicas cirúrgicas. Após serem coletados os espermatozoides também são capacitados pelo preparo seminal, nesse caso, a técnica geralmente utilizada é o gradiente descontínuo e a fecundação é realizada por FIV com ICSI.

Os percentuais de sucesso proporcionados pela FIV são os mais altos da reprodução assistida: em média 40% por ciclo de tratamento.

Para saber mais detalhadamente sobre o preparo seminal é só tocar aqui.

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