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Relação sexual programada: qual a taxa de sucesso?

Relação sexual programada: qual a taxa de sucesso?

A relação sexual programada (RSP) ou coito programado não pode ser considerada uma técnica de reprodução assistida porque não há manipulação de gametas em laboratório, mas é uma técnica importante porque aumenta as chances de gravidez em alguns casos.

Além da RSP, há outras técnicas que elevam significativamente as chances de gravidez, como a fertilização in vitro (FIV) e a inseminação intrauterina (IIU). Cada uma das técnicas é indicada para situações diferentes e têm complexidades e taxas de sucesso diferentes.

A RSP é um tratamento mais simples que existe atualmente, e é indicada em casos específicos. Se o casal não conseguir engravidar com a RSP, ele pode optar em fazer outros procedimentos mais complexos, como a FIV.

Para saber qual a taxa de sucesso da RSP, continue a leitura!

O que é e quando a relação sexual programada é indicada?

A RSP é uma técnica que consiste em utilizar medicamentos à base de hormônio para estimular o desenvolvimento de um número maior de folículos, normalmente de 1 a 3, e induzir a ovulação no momento mais propício, aumentando as chances de fecundação.

Na RSP, tenho controle sobre o ciclo menstrual da mulher. Todo o desenvolvimento dos folículos que ocorre após a medicação hormonal é monitorado por ultrassonografias em série (geralmente 6o, 8o e 10o dias).

Quando os folículos atingem cerca de 18 mm de diâmetro, faço a indução da ovulação, também com medicamentos hormonais (hCG), que ocorre de 34 a 36 horas depois. Nesse momento, oriento o casal a manter relações sexuais durante esse período, por isso a técnica é chamada relação sexual programada.

Por ser uma técnica de baixa complexidade, indico a RSP para casos muito específicos:

Existem algumas condições importantes que devem ser respeitadas para a indicação de RSP. Para que o procedimento tenha mais chances de sucesso, a mulher não pode ter outros problemas em seu sistema reprodutor, especialmente nas tubas uterinas (devem estar pérvias, para que o espermatozoide possa encontrar o óvulo), e precisa ter menos que 35 anos, idade em que a fertilidade começa a diminuir mais intensamente. O exame para avaliar a permeabilidade das tubas uterinas é a histerossalpingografia.

Além disso, o homem precisa ter bons parâmetros seminais no espermograma. Se o sêmen não tiver qualidade, a RSP tem pouca chance de oferecer bons resultados.

Se o casal não atender a essas condições, indico geralmente a FIV.

O que pode interferir nos resultados?

Diversos fatores podem interferir nos resultados e nas chances de sucesso da RSP. A idade da mulher é o principal deles. Quanto mais jovem for a mulher, maiores serão as chances de gravidez.

Isso acontece porque a reserva ovariana e a qualidade dos óvulos são fundamentais para que se obtenha o resultado esperado, e as mulheres mais jovens costumam ter boa reserva ovariana e boa qualidade dos óvulos.

Do ponto de vista masculino, a qualidade do sêmen é o principal fator a interferir nos resultados da RSP. Por isso peço o espermograma para avaliar as condições.

Quais são as taxas de sucesso do procedimento?

Estima-se que a RSP apresente, se houver as condições mínimas de qualidade de gametas, 15-20% de chance de sucesso.

Podemos realizar até 6 tentativas. Na prática, costumo conduzir os casais sugerindo fazer inicialmente três tentativas, depois das quais se houver insucesso devemos sentar e rediscutir como foram os tratamentos realizados, rediscutir as chances, os tratamentos alternativos e as expectativas do casal diante desse novo cenário. Devemos nesse momento rediscutir tratamentos cirúrgicos ou mesmo a FIV, que costuma ser o tratamento realizado após as falhas de RSP.

A infertilidade é considerada uma doença, mas os avanços da medicina fazem com que as chances de alcançar a gravidez sejam muito grandes. É preciso, no entanto, ter a consciência de que o acompanhamento médico e uma boa indicação são fundamentais para o sucesso da gravidez.

A RSP, por exemplo, mesmo sendo uma técnica de baixa complexidade, precisa de acompanhamento profissional. Os exames realizados durante o tratamento são muito importantes para identificar o pico ovulatório e aumentar as chances de sucesso.

Além disso, a indução da ovulação pode ser fundamental em determinados casos, e este procedimento só pode ser realizado por um médico.

Para continuar se informando sobre o assunto, leia o conteúdo sobre a reserva ovariana e sua relação com a fertilidade.

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Comentários:

  1. Dr. Sou tentante posso tomar vitamina A?

    Gleisa em 18/12/2018 às 10:54
  2. Olá, Gleisa. É preferível que não faça o uso da vitamina A.

    Dr. João Dias em 25/07/2019 às 17:32
  3. Na relação programada posso tomar só o indutor e abrir mão da injeção para ovular?

    Gleisa em 18/12/2018 às 10:56
  4. Sim, pode não tomar a injeção para ovular, não costumamos fazer desta maneira preferimos utilizar a injeção para que possamos determinar o momento da ovulação, o que pode melhorar o resultado do tratamento.

    Dr. João Dias em 25/07/2019 às 17:33
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