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O que é infertilidade e quais são suas principais causas?

O que é infertilidade e quais são suas principais causas?

Chega um momento da vida em que ter filhos torna-se nosso principal objetivo de vida. Porém, existem doenças e condições que comprometem a fertilidade conjugal, reduzindo as chances de gravidez.

No entanto, ser infértil não é sinônimo de nunca poder engravidar. Existem diversos tratamentos e procedimentos disponíveis atualmente para identificar as causas do problema e tratá-las, mas, para saber como proceder, é preciso entender o que é infertilidade e quais são suas principais causas.

Quanto mais informações você tiver sobre o assunto, maiores serão suas chances de superar a situação. Então, aproveite a leitura!

O que é infertilidade?

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a infertilidade é “uma doença do sistema reprodutor definida pela incapacidade de um casal para alcançar a concepção ou levar uma concepção a termo após um ano ou mais de relações sexuais regulares, sem proteção contraceptiva”. Ou seja, um casal que não consegue engravidar após um ano de tentativas é considerado infértil.

Este período de tentativas é reduzido para 6 meses quando a idade da mulher é igual ou superior a 35 anos.

Ainda segundo a OMS, cerca de 15% da população mundial passa por essa situação. A infertilidade pode ser causada por fatores masculinos, femininos ou pela combinação de ambos, e as causas são variadas.

Quais são as causas da infertilidade masculina?

Uma avaliação clínica cuidadosa do homem é de extrema importância na avaliação do fator masculino: avaliando suas queixas, medicações em uso, seus antecedentes pessoais, familiares além da exposição a substâncias que podem alterar a qualidade dos espermatozoides. Procede-se então a análise seminal ou o espermograma, exame que avalia o sêmen e a quantidade e a qualidade dos espermatozoides no ejaculado. Recomenda-se que sejam avaliadas ao menos duas amostras do ejaculado com uma diferença de 7 a 15 dias.

Anormalidades do sêmen e dos espermatozoides

O espermograma pode identificar alterações macro e microscópicas que nos ajudam a entender a fertilidade masculina.

Na análise macroscópica são avaliados:

  • a cor;
  • o aspecto;
  • o tempo de liquefação;
  • o volume;
  • a viscosidade;
  • o pH do sêmen.

Já a análise microscópica analisa:

  • a concentração;
  • a motilidade;
  • a morfologia;
  • a vitalidade dos espermatozoides.
  • A presença de células que significam infecção (leucócitos).

Atualmente temos também como avaliar a qualidade dos espermatozoides, utilizando-se de um exame chamado fragmentação do DNA espermático. Elevações da fragmentação podem acontecer com o aumento da idade do homem, assim como por infecções, varicocele, uso de substâncias tóxicas aos espermatozoides, entre outros fatores.

Recomendamos também que seja realizada uma avaliação cromossômica do homem (exame de sangue chamado cariótipo com banda G). Em casos específicos, a pesquisa de microdeleções do cromossomo Y é solicitada.

As causas mais comuns da infertilidade masculina são:

Varicocele

A varicocele é uma doença caracterizada pela dilatação das veias do cordão espermático. Ela prejudica o fluxo sanguíneo no local, causando o acúmulo de toxinas na região e a elevação da temperatura, o que pode afetar a espermatogênese. Dependendo do estágio da doença, as veias ficam visíveis ao exame físico.

Alterações hormonais

A produção de espermatozoides também depende dos hormônios masculinos. Por isso, quando há alterações nos níveis hormonais, o homem pode ter dificuldades para engravidar sua parceira.

Os hormônios mais importantes são a testosterona, que é produzida pelos testículos, o FSH e o LH, que agem diretamente na produção de espermatozoides e regulam a produção da testosterona. Avaliamos também níveis de prolactina e TSH, que influenciam na produção dos hormônios citados acima.

Infecções do aparelho reprodutor masculino

Diversas bactérias e outros micro-organismos podem alojar-se no aparelho reprodutor masculino, causando infecções como a epididimite, prostatite, entre outras. Essas infecções prejudicam a qualidade dos espermatozoides, podendo causar dificuldade para engravidar e inclusive aumento de chances de abortos.

Outros fatores

Diversas situações impactam a fertilidade masculina e devem ser pesquisadas e se possível tratadas para melhorar as chances de gravidez naturais ou mesmo em técnicas de reprodução assistida. Como exemplo de fatores que impactam a fertilidade masculina temos fatores genéticos, doenças metabólicas, como diabetes e obesidade, uso de tabaco, uso de drogas.

A avaliação de fator masculino por um urologista especializado em infertilidade masculina é de extrema importância para otimizar as chances de um casal engravidar.

A infertilidade feminina também é muito comum e suas causas podem variar bastante, assim como o diagnóstico e os tratamentos. Uma avaliação clínica cuidadosa, questionando as principais queixas, hábitos assim como antecedentes pessoais e familiares é o começo de tudo. Os exames mais importantes são dosagens hormonais, pesquisa de micro-organismos que podem causar infecções subclínicas, ultrassonografia transvaginal, a histerossalpingografia, histeroscopia e eventualmente a ressonância magnética. Entre as principais causas estão:

Alterações das tubas uterinas

A fertilização natural do óvulo acontece no interior das tubas uterinas e é necessário que a anatomia delas assim como seu funcionamento sejam perfeitos para que a gestação aconteça. A laqueadura tubária é o principal exemplo de um fator tubário, mas, além disso, infecções genitais prévias, cirurgias prévias no abdômen (como miomectomias, apendicectomia, entre outras), presença de endometrioses podem alterar o funcionamento das tubas, portanto causando infertilidade.

Endometriose

O endométrio é a camada interior do útero, na qual o embrião se fixa para dar início à gravidez. A endometriose é o crescimento do tecido endometrial em outros órgãos, principalmente ovários, tubas e intestino, sendo uma das principais causas da infertilidade feminina, prejudicando a ovulação, a passagem dos espermatozoides até as tubas uterinas e o desenvolvimento do embrião.

Síndrome dos ovários policísticos

O correto funcionamento dos ovários é regulado por diversos hormônios, como o FSH, LH, andrógenos, estradiol e progesterona. Mulheres portadoras de síndrome dos ovários policísticos não apresentam ovulação todos os meses e assim têm dificuldade para engravidar naturalmente.

Alterações uterinas

Pólipos endometriais, malformações uterinas e alguns tipos de miomas prejudicam a receptividade ao embrião, podendo assim ser um dos fatores causadores da infertilidade.

Quantidade e Qualidade dos óvulos

Toda mulher já nasce com a quantidade total de óvulos que terá para a vida inteira. A cada ciclo menstrual uma grande quantidade de óvulos são perdidos, até que a reserva ovariana se esgote e a mulher entre na menopausa, se tornando infértil.

No entanto, com o passar do tempo, não é só a quantidade de óvulos que diminui. Sua qualidade também vai piorando, pois os óvulos vão envelhecendo com a mulher. Sem óvulos suficientes ou de boa qualidade, as chances de engravidar são muito pequenas.

Infertilidade sem causa aparente

A infertilidade idiopática ou sem causa aparente é caracterizada quando o casal tem dificuldade de engravidar, mas os exames não identificam as possíveis causas do problema.

A recomendação para qualquer casal que suspeite de infertilidade é a de buscar um profissional especializado, para tentar solucionar as causas ou para encontrar um método de tratamento que aumente as chances de gravidez. O tempo é muito importante, pois prejudica a qualidade dos gametas, tanto femininos quanto masculinos. Por isso, não perder tempo em avaliações repetitivas e ter foco e objetividade na condução desses casais é de suma importância.

Tão importante quanto saber o que é infertilidade, é conhecer as possíveis soluções para o problema e os tratamentos de reprodução assistida. Por isso, sugiro a leitura do conteúdo sobre fertilização in vitro (FIV).

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