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Técnicas de baixa complexidade: coito programado e inseminação artificial

A fertilidade humana é estudada pela medicina reprodutiva, uma área da medicina que vem se desenvolvendo muito ao longo dos últimos anos. Além de realizar o diagnóstico e o tratamento da infertilidade, também pode promover a preservação da fertilidade.

Por meio de diferentes procedimentos, a reprodução assistida tem o objetivo de auxiliar casais que tentam engravidar e não conseguem. Existem procedimentos de alta e baixa complexidade, indicados para diferentes situações. Se você estiver com dificuldades de engravidar, procure um especialista em reprodução assistida e ele será o profissional mais indicado para ajudar a escolher o melhor tratamento para seu caso.

Neste texto, você terá mais informações sobre as técnicas de reprodução assistida, seus graus de complexidade e indicações. Leia a seguir:

Técnicas de alta complexidade: FIV

A fertilização in vitro (FIV) é a técnicas de reprodução assistida mais complexa e com maior índice de sucesso. Por isso, costuma ser indicada para casos mais severos de infertilidade. Pode ser indicada depois da tentativa de técnicas de baixa complexidade ou ser a principal indicação, de acordo com as características do casal, portanto toda a análise e indicação são individualizadas.

Muitas pessoas podem pensar que primeiro começamos por técnicas de baixa complexidade e, se não houver sucesso, partimos para a FIV. Isso não acontece. Dependendo do caso, podemos indicar a FIV como primeira opção.

Ela tem início com a estimulação ovariana por meio de medicamentos hormonais, com o objetivo de aumentar o número de folículos em desenvolvimento. Essa etapa da FIV leva de 9 a 12 dias, em média.

Após esses folículos atingirem o tamanho adequado, a paciente recebe uma dose única de uma outra medicação, um hormônio que vai induzir a ovulação depois de cerca de 35 horas. Pouco antes desse prazo, a aspiração folicular é realizada, para retirar o líquido folicular de dentro dos folículos, no qual ficam os óvulos. Cada folículo contém um único óvulo (ou nenhum).

Paralelamente à aspiração folicular, é feita a coleta de sêmen. Essa coleta é feita por masturbação, e os gametas são preparados para a fecundação do óvulo. A coleta também pode ser feita por procedimentos cirúrgicos (PESA, MESA, TESE ou Micro-TESE), caso o homem tenha alteração na quantidade de espermatozoides no sêmen.

Os passos seguintes são a fecundação e o cultivo dos embriões, que são processos feitos e acompanhados em laboratório. Se o casal tiver indicação de teste genético pré-implantacional (PGT), durante o cultivo, fazemos uma biópsia do embrião e encaminhamos o material coletado para um laboratório para detectar possíveis alterações genéticas ou cromossômicas.

Por fim, os embriões são transferidos para o útero da mulher. A quantidade de embriões depende da idade da paciente (ou da doadora de óvulos, se for o caso). Respeitando as normas do CFM, consideramos a idade da dona dos óvulos para determinar o número de embriões que serão transferidos: 2 para mulheres com menos de 35 anos; 3 embriões para idades entre 36 e 39; e 4 para mulheres de 40 anos ou mais.

Essa regra foi assim estabelecida para reduzir o risco de gestação gemelar, mas isso acontece em alguns casos.

Técnicas de baixa complexidade: coito programado e inseminação artificial

Existem duas técnicas de reprodução assistida de baixa complexidade: a inseminação artificial (IA), também chamada inseminação intrauterina, e o coito programado, também chamado de relação sexual programada (RSP).

Inseminação artificial ou inseminação intrauterina

A inseminação artificial, também conhecida como inseminação intrauterina, é uma técnica bem conhecida. Assim como a FIV, ela começa com a estimulação ovariana, embora a intensidade do procedimento seja diferente porque o número de óvulos na IA não pode superar 3, senão há um risco maior de gestação gemelar, diferentemente da FIV, cujo risco ocorre na transferência embrionária, não na estimulação ovariana.

Lembre-se de que, na FIV, vamos aspirar todos os óvulos que se encontram no interior dos folículos, e esses óvulos serão fertilizados no laboratório, assim o risco de gestação gemelar na FIV é relacionado exclusivamente ao número de embriões que iremos transferir. Na inseminação, como não retiramos os óvulos de dentro do corpo da mulher, se ela tiver 5 folículos, pode ter 5 óvulos que serão captados pela sua tuba uterina e lá poderiam ser fertilizados pelos espermatozoides do marido, e assim o risco de gestação múltipla é enorme.

Depois de todo o processo de estimulação ovariana, no dia da fecundação, é feita a coleta do sêmen por masturbação. O sêmen coletado passa pelo preparo seminal para que os melhores espermatozoides sejam selecionados. Com tudo preparado, o médico, no próprio consultório, introduz o preparado dos espermatozoides diretamente no útero. A fecundação acontece naturalmente dentro do corpo da mulher, nas tubas uterinas.

É uma técnica recomendada a casais em que o homem apresenta alterações mínimas em seu espermograma — exame que analisa o sêmen.

É necessário que o homem possua mais de 5 milhões de espermatozoides móveis para cada ml de sêmen, sua morfologia acima dos 4% e a sua motilidade ultrapassando os 40%. Para casos fora desses padrões, a técnica mais indicada é a FIV. Ainda assim, cada caso é um caso e a avaliação individual é importante.

Em casos de pequenas alterações no espermograma, como problemas leves de concentração, motilidade e morfologia dos espermatozoides, a IA é eficaz porque ocorre a coleta do sêmen e seleção dos gametas de melhor qualidade para serem introduzidos diretamente no útero da mulher.

A indicação da IA também depende da idade da mulher, que precisa ter no máximo 35 anos, e da condição das tubas uterinas. Para que a fecundação ocorra, elas devem estar permeáveis, ou seja, abertas para que os espermatozoides possam chegar ao óvulo. O útero também deve ser capaz de receber uma gestação. Se houver uma malformação, por exemplo, pode ser necessária a FIV com útero de substituição.

Coito programado ou relação sexual programada (RSP)

 

Outra técnica de baixa complexidade é o coito programado ou RSP, que não envolve a manipulação de gametas. Mesmo sendo a técnica mais simples, sua primeira etapa é a estimulação ovariana, cujo objetivo é estimular a liberação de até 3 óvulos maduros.

Durante a estimulação ovariana, também é feito o monitoramento do crescimento dos folículos por ultrassonografia e a administração da dose única de hCG. Quando a ovulação estiver próxima, orientamos o casal sobre o melhor momento para manter as relações sexuais.

A orientação é que o casal pratique relações sexuais a cada dois dias assim que o folículo alcançar 18 mm ou ainda no dia após o teste de pico ovulatório dar positivo.

O coito programado é indicado para casais com problemas leves e, para que as taxas de sucesso sejam maiores, é necessário que o homem possua espermatozoides de boa qualidade e a mulher (com idade inferior a 35 anos) tenha boas condições anatômicas das tubas uterinas. Caso contrário, geralmente a indicação é de FIV.

Tanto a IA como o coito programado, quando bem indicados, oferecem boas taxas de sucesso e são tratamentos com um custo mais baixo que a FIV.

Saiba mais sobre a relação sexual programada (RSP) no texto sugerido aqui no site e entenda mais sobre esse procedimento.

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