As técnicas de reprodução assistida são recursos importantes para viabilizar a gravidez de um casal infértil. Hoje, um número elevado de casais consegue ter filhos com o auxílio da reprodução assistida. Com isso, cada vez mais as pessoas buscam as clínicas especialistas em reprodução humana.
Apesar de cada técnica oferecer uma taxa de sucesso diferente, nem sempre é necessário recorrer à mais complexa, que é a fertilização in vitro (FIV). Cada uma delas é indicada para casos específicos, e somente um médico especialista em reprodução assistida poderá indicar o melhor tratamento.
Mas é muito importante conhecer as possibilidades. Por isso, neste post apresento as principais técnicas de reprodução assistida. Veja quais são!
Por oferecer a taxa de sucesso mais alta, a FIV é a técnica de reprodução assistida mais realizada no mundo. Na FIV, a fecundação do óvulo pelo espermatozoide é feita fora do corpo da mulher, o que permite a preparação dos gametas masculinos e femininos em laboratório antes da fecundação e possibilita ao embriologista controlar em laboratório todo o processo.
O procedimento é classificado como de alta complexidade. Inicia-se com a estimulação ovariana com medicamentos à base de hormônios para que a mulher produza um número maior de folículos.
Quando esses folículos chegam ao tamanho adequado, prescrevo à paciente medicamentos que provocam a ovulação, que podem ser o hCG ou os agonistas do GnRH. Realizamos então a aspiração folicular ou punção para a retirado do líquido folicular, que contém os óvulos.
No mesmo dia da punção é feita a coleta do sêmen por ejaculação ou por procedimentos cirúrgicos, caso o homem tenha azoospermia. Depois da coleta do sêmen, os espermatozoides são preparados para serem utilizados na fecundação do óvulo.
Os próximos passos são a fecundação e o cultivo dos embriões, com acompanhamento diário em laboratório pelo embriologista. Nessa etapa, pode ser feita a biópsia do embrião para análise genética de possíveis distúrbios.
A última etapa é a transferência dos embriões formados para o útero da mulher. O número que pode ser transferido depende da idade da mulher, podendo variar de 2, quando a mulher tem menos de 35 anos, a 4, quando a mulher tem mais de 40 anos. No caso de pacientes com 36 a 39 anos, podem ser transferidos até 3 embriões.
Uma técnica associada à FIV de extrema importância atualmente é a criopreservação de embriões. Os embriões excedentes aos transferidos devem ser criopreservados para futuras tentativas de gravidez. Em algumas situações, optamos por congelar todos os embriões e não transferir nenhum embrião no ciclo em que os ovários da paciente foram estimulados. Fazemos isso com o objetivo de aumentar as taxas de sucesso em casos específicos, como uma produção de grande quantidade de folículos (nesses casos, também há diminuição de risco de síndrome de hiperestimulação ovariana), adenomiose e falhas de FIV em diversos ciclos prévios.
A FIV é recomendada para casos em que o homem apresenta uma pequena quantidade ou baixa qualidade de espermatozoides. Também é recomendada para mulheres acima de 35 anos ou, independentemente da idade, com baixa reserva ovariana. Outros casos também podem ter a FIV como técnica mais recomendada, por isso é fundamental procurar um especialista em reprodução humana.
Também conhecida como inseminação artificial, a inseminação intrauterina (IIU) é outra técnica popular. Ao contrário da FIV, essa é uma técnica de reprodução assistida de baixa complexidade e pode ser realizada no próprio consultório médico. Na IIU, a fecundação é realizada dentro do corpo da mulher. O médico, depois de toda a preparação dos espermatozoides, introduz os gametas masculinos, que podem ser do companheiro da paciente ou de doação, diretamente na cavidade uterina.
O procedimento é recomendado para homens que apresentem alguma alteração em seu espermograma, mas que atendam a requisitos mínimos em relação à qualidade do sêmen. Caso contrário, ainda é possível realizar a IIU, mas somente com o sêmen de um doador.
A principal indicação desse procedimento é para o homem que apresenta, no espermograma, problemas leves de concentração, morfologia e motilidade dos espermatozoides. Caso contrário, indica-se a FIV.
As indicações femininas são para casos de anovulação, endometriose mínima ou leve e infertilidade sem causa aparente.
A IIU só é indicada para mulheres até 35 anos e com tubas uterinas pérvias, ou seja, que permitam a passagem dos espermatozoides.
As técnicas de reprodução humana assistida envolvem manipulação de gametas, portanto a RSP não é considerada uma técnica de reprodução assistida, mas ela é importante para determinados casos de infertilidade.
A Relação Sexual Programada pode ser realizada de duas formas: com ou sem estimulação ovariana e indução da ovulação. No entanto, em ambos os casos, a fecundação ocorre da forma tradicional.
A forma mais simples da RSP é baseada apenas no cálculo do período fértil e monitoramento da ovulação por ultrassonografias e/ou do pico ovulatório do LH por dosagens hormonais ou teste de urina.
Oriento os casais a terem relações sexuais a cada dois dias a partir do momento que o folículo tiver mais de 18 mm ao ultrassom ou no dia seguinte ao teste do pico ovulatório dar positivo.
Se, no entanto, a mulher tiver algum distúrbio ovulatório, indico a RSP com estimulação ovariana e indução da ovulação.
Nesse caso, prescrevo medicamentos hormonais para estimular o ovário a produzir um número maior de folículos e faço o acompanhamento do crescimento dos folículos por ultrassonografia. Quando eles atingem o tamanho ideal, cerca de 18 mm, prescrevo hCG para induzir a ovulação, ou seja, o rompimento dos folículos.
Por ser um procedimento de baixa complexidade, é recomendado para casais que apresentem problemas leves. Para que a RSP tenha boas chances de sucesso, é imprescindível que o homem tenha espermatozoides de boa qualidade e que a mulher tenha menos de 35 anos e tubas uterinas em boas condições.
Como você pode perceber, a FIV é uma das técnicas de reprodução assistida que oferece melhores resultados e é indicada em diversas situações. Por isso, lhe convido a ler o conteúdo sobre o passo a passo da FIV, para entender como o procedimento funciona.