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Transferência de D3 ou blastocisto?

Uma das dúvidas relacionadas à FIV (fertilização in vitro) que pode surgir em tentantes diz respeito à transferência embrionária, devido aos diferentes momentos em que o procedimento pode acontecer: em estágio de clivagem (D2 ou D3) ou blastocisto (D5), isto é, após as células do embrião se desenvolverem por 2, 3 ou 5 dias. O desenvolvimento pode se estender por mais alguns dias (atualmente até o 7º dia), mas isso não é rotina.

O desenvolvimento embrionário, que sucede à formação do zigoto, que por sua vez surge como resultado da fecundação do óvulo por um espermatozoide, é muito importante para o sucesso da gestação.

Nos tratamentos de infertilidade por meio da FIV, no entanto, tanto a fecundação como o desenvolvimento do embrião acontecem em laboratório, o que permite algumas mudanças em prol de melhores taxas de sucesso.

Este texto esclarece o que são blastocistos, em que se diferenciam de um embrião em D2 ou D3 e como diferentes protocolos de transferência podem influenciar o sucesso da FIV.

Se você está em procedimento de reprodução assistida ou tem dúvidas a respeito dessa etapa do método, acompanhe o artigo e entenda melhor o assunto.

O que é um blastocisto?

Blastocisto é uma nomenclatura que representa um embrião em um de seus estágios de desenvolvimento, fase em que é formado por uma cavidade fluida envolta por blastômeros, estruturas que se originaram durante a divisão do óvulo, após fertilização.

O blastocisto é formado entre o quinto e o sétimo dia do desenvolvimento embrionário, após diversas divisões celulares.

No primeiro dia, o embrião tem apenas uma célula, mas a cada dia se desenvolve até formar o blastocisto com mais de 100 células.

À medida que o tempo passa, embrião cresce e começa a aumentar a pressão em seu interior, processo que ocasiona um rompimento por onde células embrionárias saem para se conectar com o endométrio e, assim, formar a placenta; esse rompimento é um fenômeno que chamamos de “hatching”.

Nesse estágio, o embrião está pronto para dar continuidade à gestação com o crescimento do feto. No entanto, em pacientes em processo de FIV, pode-se optar, dependendo do caso, pela transferência em D3, quando o embrião ainda está em seu terceiro dia de desenvolvimento.

Qual a diferença entre a transferência embrionária em D3 ou blastocisto?

Em uma gestação natural, a fecundação de um óvulo por um espermatozoide acontece nas tubas uterinas, também conhecidas como trompas de Falópio, e o embrião se desenvolve até o estágio de blastocisto para se fixar no endométrio.

No entanto, como na FIV tanto a fecundação quanto o cultivo embrionário ocorrem em laboratório, pode-se optar pelo dia em que cada processo ocorre, naturalmente, após todas as etapas comuns ao procedimento, como a estimulação ovariana e a aspiração folicular.

É intuitivo que, como blastocisto, o embrião se adapte melhor ao útero, mas há casos nos quais a transferência em D3 pode oferecer benefícios.

A transferência de um embrião menos desenvolvido pode ser indicada para casais que possuem poucos embriões principalmente quando o principal fator de infertilidade é o masculino, em que a qualidade dos espermatozoides também impacta no desenvolvimento dos embriões.

Analisamos cada caso individualmente para tomar a melhor decisão sobre transferir embriões em clivagem ou blastocisto.

D3, blastocisto e FIV: qual a relação?

A FIV é única técnica de reprodução assistida em que é possível optar pela transferência em D3 ou blastocisto, por ser o único método em que a fecundação e formação do embrião ocorre fora do corpo humano, em laboratório.

O PGT ou teste genético pré-implantacional também é mais indicado para ser realizado no blastocisto, que já tem um material genético mais vasto que o embrião em estágio de clivagem. Se houver indicação para PGT, todos os embriões precisam ser congelados, em uma técnica chamada freeze-all, e transferidos apenas no ciclo menstrual seguinte.

Mesmo que o tempo em uma transferência em D3 seja menor, a prática pode ser benéfica em casos específicos. Em alguns casos, aguardar 5 dias de desenvolvimento pode significar não ter embriões para transferir. Vale reforçar que a norma em nossa clínica é a transferência em estágio de blastocisto e menos de 1% dos casos discutimos a possibilidade de transferência no 3º dia do desenvolvimento.

Embora a transferência em estágio de blastocisto seja uma decisão mais de acordo com a gestação natural, se a quantidade e qualidade de gametas ou embriões for uma preocupação, podemos optar pela transferência em D3 para aumentar as chances de sucesso em cada ciclo da FIV.

Se você quiser saber mais sobre a realização do procedimento com células mais desenvolvidas, confira nosso artigo sobre transferência embrionária de blastocistos

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